15.Selene

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Selene Coppolo
🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Me olho no espelho mais uma vez conferindo se está tudo certo. Quando Ana Lúcia me ligou dizendo que já havia chegado e que marcou um jantar com sua família para me conhecerem, quase tive um ataque do coração.

Essa garota tem cada ideia! Eu sei quem é a família de Ana Lúcia, é só falar do ramo hoteleiro que não se fala de mais ninguém a não ser Fillipo Caccini e Júlia Caccini, donos de trilhões de euros.

E isso só me deixa mais nervosa ainda, imagina se eles são aqueles velhos brancos, ricos, racistas que te olham de cima à baixo sem nem disfarçar?

Quase desisti só de pensar nisso. Ana Lúcia está aqui a apenas duas semanas e já me aprontou essa!

Mas por outro lado também pensei que velhos brancos, ricos e racistas não criariam uma garota tão legal como a Analu. Ou criariam? Ah não sei.

Fiz questão de procurar uma roupa apresentável, as que tenho são bem...apenas me deixaram envergonhada só de pensar em usá-las nesse jantar.

E também Analu fez questão de mandar um motorista me buscar em minha casa.

E é uma buzina que ouço no exato momento que paro com meu dilema.

Melissa não está em casa, e eu agradeço por isso, o jeito que ela me olharia se eu passasse por ela vestida assim estragaria completamente minha noite.

Eu encontro uma SUV preta com os vidros todos fumados bem em frente à entrada do meu prédio. Quando dou passos em direção dela, a porta do motorista é aberta.

— Senhorita Coppolo? — Eu assinto para o homem. — A senhorita Caccini me mandou buscá-la. — Eu assinto agora com mais confiança.

Ele abre a porta para mim e eu me acomodo no banco de trás. O homem não diz nada, apenas dirige. Eu também não digo nada, estou meio envergonhada para desenvolver qualquer assunto.

Alguns minutos se passam enquanto eu mexo no meu celular para passar o tempo.

Só volto a prestar atenção quando o carro para, eu olho ao redor e minha boca quase caí.

Estamos parados em frente à um portão preto enorme com detalhes dourados. Esse portão deve ter no mínimo uns três metros! Ele é todo gradeado, te dando a oportunidade de espreitar lá dentro.

O motorista fala alguma coisa e logo os portões se abrem permitindo nossa entrada.

Se eu já estava boquiaberta com o pouco que vi da casa pelo portão, agora sim eu poderia cair para trás.

Isso não é uma casa, Analu deveria ter dito que estava me convidando para a mansão dos pais dela, não para a casa.

Essa mansão parece ter uns três andares, o primeiro é todo feito de vidro, mas não dá para ver lá dentro ele só reflete o reflexo de quem está do lado de fora.

Ainda estou admirando os detalhes quando a porta do carro é aberta para mim. O motorista até me estende a mão. Que pego ainda envergonhada. Agora sim me sinto uma agulha em um palheiro.

O jardim também é lindo! Tem rosas brancas por toda a parte, todas abertas e lindas. Não sei como conseguem esse feito mesmo a noite.

— Senhorita por aqui. — O motorista diz com um sorriso cortes e me guia até a porta. Eu olho para a espera que ele a abra e entre comigo, mas ele não o faz, apenas me deixa e começa a caminhar de volta para o carro.

— Não vai entrar comigo? — Pergunto alto para que ele possa ouvir.

— Sou apenas o motorista senhorita, não tenho autorização para isso. — Eu assinto deixando ele ir.

Respiro fundo e aí que noto que tem uma campainha. A toco e espero. Poucos segundos depois, a porta é aberta para mim. Uma mulher jovem, talvez seus trinta anos, vestindo o uniforme de empregada sorri para mim.

— Bem vinda senhorita Coppolo. — É impressão minha ou todo mundo sabe meu nome?

— Obrigada... — Espero que ela diga seu nome, mas a mulher apenas mexe as mãos me pedindo para ir na frente. Eu o faço.

Se eu já achava o lado de fora um espetáculo, o lado de dentro é ainda mais. Essa casa tem uma decoração linda e com várias obras de arte espalhadas pelo hall. A decoração é branca e limpa. Acho que se tivesse uma criança aqui, séria o terror.

Sorrio com meu pensamento.

— Chegamos senhorita. — Eu olho ao redor mais espantada ainda. A sala é melhor que o hall de entrada.

Quando eu ia agradecer, a mulher já havia sumido.
Eu olhei toda a sala, estava vazia.

— Cadê Ana Lúcia? — Murmuro para mim mesma olhando para os lados.

— Falando sozinha? — Me viro e fico perplexa com o que vejo.

— Você!?

— Você!?

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