29.Selene

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Selene Coppolo
🇮🇹 Toscana, Itália 🇮🇹

Eu estava metida com a porra de um mafioso, a máfia italiana! Não poderia estar mais desesperada.

Acordei à um tempo, não sei onde estou e nem tenho coragem de sair desse quarto para descobrir.

Minhas pernas tremem e só consigo pensar na informação que Lúcio me deu no avião, eles são da máfia, minha melhor amiga é da máfia!

Oh céus!

Respiro fundo tentando pensar em uma solução, mas me assusto assim que ouço a maçaneta da porta ser mexida.
Me deito novamente na cama e fecho os olhos.

Sinto seu perfume tomar o quarto por completo e como estou de contas para a porta, sinto seus olhos nas minhas costas. Mantenho minha respiração regulada para que ele não descubra. Ouço passos dele se aproximando.

— Abra os olhos, sei que está acordada. — Ele diz, sua voz dura e fria como gelo.

Mesmo assim não abro os olhos, continuo com eles fechados.

— Mandei abrir os olhos, Selene. — Seu tom é mais duro ainda. Acabo cedendo.

Abro os olhos encontrando com os seus escuros.

— Onde estamos? — Pergunto.

Lúcio se senta em uma poltrona de frente à cama. Eu me sento na cama, encolhida.

— Na Toscana.

— Na o quê? — Pergunto em um sobressalto. — Isso é tipo, muito longe da minha casa!

— Sua casa agora é aqui, Selene. — Engulo em seco com sua afirmação. Lúcio se levanta e começa a caminhar para sair do quarto.

— O que pretende fazer comigo? Me trancar aqui? — Digo em um impulso. Ele para onde está e se vira lentamente para mim.

— Além de linda é inteligente e esperta. — Ele sorri de lado, um sorriso nada amigável.

— Você não pode fazer isso. — Grito. Em um segundo Lúcio se aproxima de mim e aperta meu maxilar com força, chega à machucar.

— Eu já fiz. — Ele diz entre dentes me olhando nos olhos. — E da próxima vez que gritar comigo, vai se arrepender. — Ele me solta com força empurrando meu rosto.

Eu massageio onde ele havia apertado.

Antes de sair do quarto ele diz:

— Desce que o jantar já está pronto. — E fecha porta.

Estou tremendo e lágrimas ameaçam cair. Fecho os olhos e me pergunto o que fiz de errado, será que Tereza tinha razão quando disse que eu não teria futuro algum?

Fico em posição fetal por um tempo até ouvir alguém batendo na porta, me levanto da cama imediatamente.

— Senhora Caccini, o senhor Caccini pediu para chamá-la. — A voz diz do outro lado da porta. Não respondo, então ela volta a bater novamente.

— Senhora? Está tudo bem? — Continuo sem responder. — Eu vou chamar o senhor. — Arregalo os olhos. À passos largos vou até a porta e a abro.

— Não precisa. — Digo alto, nervosa.

A mulher se vira para mim, ela parece ter entre trinta à trinta e cinco anos, é loira e alta. No momento ela está usando um uniforme bege e branco que consiste em um vestido que vai até ao joelho e um mini avental na frente.

— Desculpe se a incomodei. — Ela olha para baixo.

— Tudo bem. — Digo ainda receosa. — Poderia me mostrar aonde é a sala de jantar? — A mulher assente.

Quando ela começa a andar pelo corredor, à sigo.

Essa casa é enorme, facilmente eu me perderia. Havia um elevador e uma escada que permitiam a deslocação para o andar de baixo e de cima. A mulher nos encaminhou para o elevador.

A mulher não falava muito e evitava me olhar, se fosse qualquer outra pessoa, com toda certeza faria perguntas sobre o porque dos meus olhos estarem tão inchados e eu parecer que acabei de chorar o mar inteiro.

Meu nariz está entupido, meus olhos estão como boias de tão inchados e meu rosto também.

Assim que o elevador apita, saímos dele, mas minhas pernas travam subitamente, sinto o perfume dele e já fico apavorada.

— Senhora?

— Senhora, está me ouvindo?

— Hm? — Pisco olhando para ela.

— Achei que tivesse acontecido algo, podemos continuar? — Eu simplesmente assinto e continuo a segui-la.

Quando nos aproximamos da sala de jantar que é em conceito aberto com a cozinha e a sala, vejo Lúcio sentado na cabeceira da mesa. Respiro fundo e me sento, o mais longe possível.

Ele me olha, sua cara não é das melhores, mas ele nada diz, começa a comer. Eu olho para o prato já pronto a minha frente e suspiro.

Estou no inferno.

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