44.Selene

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Maratona 1/3

🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

— Bom dia, Ange. — Digo assim que desço as escadas.

— Bom dia, Lene. — Ela diz com carinho.

— O que vai querer para o café da manhã? — Me sento em uma das banquetas da cozinha.

— Ovos com uma salada apenas com tomate e cebola, pode caprichar no limão. — Angélica ri e assente começando a preparar.

Lúcio saiu de casa cedo.

Eu e Angélica continuamos a conversar até que ouvimos um barulho de gemidos de dor.

Me viro e dou de cara com a mulher de ontem.

Ela estava com uma roupa diferente e o cabelo molhado. O que denunciava que acabava de tomar um banho.
Me levantei na intensão de ajudá-la.

— Obrigada. — Ela diz assim que a coloco sentada à mesa do jantar.

Agora que ela não está com o rosto coberto com sangue, tenho a impressão que já a vi em algum lugar.

— Eu sou Luce, estive no seu casamento. — Ah ela é a mulher do banheiro que parecia brava com alguma coisa. — Os empregados disseram que eu poderia tomar café aqui.

— Selene. — Digo mesmo sabendo que ela já sabe.

— É um prazer e obrigada por convencer Lúcio a me ajudar. — Eu assinto sorrindo. Luce começa a tossir sem parar.

— Angélica traga um copo com água para ela, por favor. — Angélica imediatamente traz um copo com água para Luce que bebe e agradece.

— Os remédios ainda não começaram a fazer efeito, por isso estou assim. — Eu assinto compreendendo.

— Vão fazer já, já. Tem que esperar uns trinta minutos no mínimo.

— Você é médica? — Ela pergunta curiosa.

— Ah não, eu estava estudando para ser enfermeira antes de... — Me paro antes que fale demais. — ...antes de me casar.

— Entendo. — Ela assente.

Angélica pergunta o que ela vai querer para o café da manhã e prepara rapidamente trazendo nossos pratos ao mesmo tempo. Enquanto comemos eu e Luce não falamos muito, apenas o básico. Ela ainda estava tímida e não me atrevi a perguntar o porquê de ter chegado aqui naquela situação.

Quando me encaminho para a sala, Luce vem junto e nos sentamos assistir algo na Tv.

Lúcio chega em casa e para perto do sofá onde estamos sentadas.

— Oi, meu anjo. — Ele me beija e eu apenas aceno com a cabeça.

— Luce, suba para o meu escritório. — Ele ordena e sobe logo em seguida.

Luce me olha e eu maneio a cabeça lhe dando forças. Não sei o que aconteceu, mas ouvi ontem Lúcio falar que ela era filha de um traidor.

Eu já estaria tremendo se fosse ela.

Comigo que sou sua esposa Lúcio já é cruel e impiedoso, imagina ela!

Lúcio Caccini

Espero Luce em meu escritório impaciente, eu preciso saber o que ela fazia na minha casa e porquê chegou naquele estado.

Uma batida soa na porta e eu murmuro um "entre".

Luce passa por ela e se senta na cadeira do outro lado da minha mesa.

— Pode começar. — Digo simplesmente, sem paciência.

— Lúcio, você sabe que meu pai não traiu só a Costa Nostra mas também a máfia Russa. — Ela diz coisas que eu já sei, então apenas assinto.

— A máfia Russa fez aquilo comigo, como um aviso. Eles vão me matar.

— E onde eu entro nisso?

— Lúcio, por favor! Me ajude.

— E o que ganharia em troca?

— Eu posso tentar descobrir onde meu pai está. — Essa proposta me parece tentadora. Quero encontrar Eduardo e o torturar. Aquele desgraçado teve a coragem de nos trair com a máfia Russa. E ele não ia escapar.

— Isso me parece interessante...— Digo. — Mas porque a princesinha dele o trairia dessa forma?

— Ele foi o primeiro, virou as costas sem sequer olhar pra trás. Então, estou apenas retribuindo. — Olho para Luce, esperando um vacilo, algo que me diz que ela só está aqui para recolher informações. Mas nada.

— Você pode ficar na casa dos empregados, não quero você incomodando minha mulher. — Digo ríspido.

— Obrigada. — Ela diz e eu aponto para a saída do meu escritório.

Tenho assuntos à tratar.
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