🇮🇹 Pisa, Itália 🇮🇹
Me levanto do sofá observando Tereza, ela me olha como se eu tivesse acabado de fazer a coisa mais horrenda na vida. Mas nem fiz nada, não beijei o garoto como ela pensa.
— Selene vo-você quer me matar? — Ela dizia com pesar na voz.
Meu olhos imediatamente se encheram de lágrimas, eu não a queria morta, ela me machucava todos os dias, fisicamente e psicologicamente, mas eu não a queria morta.
— Mamãe, não é pra tanto, não fizemos nada. — Digo com a voz trêmula.
— EU VI VOCÊS QUASE SE BEIJANDO, SELENE. UM BEIJO! — Ela grita exaltada. Eu recuo. — Imagina onde teriam parado se eu não tivesse chegado? — Ela insinua colocando a mão na cabeça.
Eu estou para encolhida em um canto da sala. Ela começa a resmungar em zulu e diz coisas piores do que em Italiano.
— Mãe chega! — Peço. Tereza me olha com raiva e decepção.
Em um instante ela vem pra cima de mim. Recebi tapas, puxões de cabelo e chutes. A única coisa que faço é tentar me defender.
Começo a gritar quando ela aperta meu pescoço, fico sem respirar e juro que vou morrer ali mesmo.— Você é uma vergonha, Selene. Quem me dera que não tivesse nascido! Que seu futuro seja negro. — Ela amaldiçoa.
Quando aranho suas mãos a machucando ela me solta. Estou chorando e desesperada, ela ia me matar, minha mãe ia me matar! Começo a espernear no chão pelo choro que rasga a minha alma.
•••
Desperto aflita, estou tão assustada com essa lembrança. Meu rosto está molhado com lágrimas e eu começo a chorar, meu coração dói e é como se eu tivesse um buraco no peito.
Olho para o quarto e vejo uma sombra sentada na poltrona perto da cama, é Lúcio. Há uma luz de presença ligada no quarto então consigo ver seu rosto. Ele me encara e meu choro aumenta quando lembro a situação em que estou.
Lúcio se levanta e vêm até mim, quando estica a mão para me tocar, eu recuo.
— Não encosta em mim. — Digo em meio ao choro.
Choro igual uma criança, porquê é assim que me sinto, me sinto indefesa, uma criança assustada que acabou se perdendo de seus pais. No caso o meu morreu quando eu tinha quinze anos e a minha mãe era abusiva e controladora.
Respiro fundo, o peito subindo e descendo rápido demais. Escondo o rosto entre as mãos. Não quero que ele me veja assim, mas essa é quem realmente sou, a Selene destruída e despedaçada.
Acabo por me deitar na cama de costas para ele.
Nenhum de nós fala nada e eu acabo caindo no sono novamente.•••
Acordo com batidas suaves na porta. Olho para os lados averiguando se Lúcio continua no quarto, quando não o encontro, murmuro um "entre".
Angélica uma das empregadas da casa passa pela porta.
— Bom dia, senhora Caccini. — Enrugo o rosto.
— Bom dia, Angélica. E eu não sou a senhora Caccini. — Ela abaixa o olhar.
— Desculpa senhora, mas o senhor Caccini ordenou que a chamássemos assim. — Bufo irritada. Porque ele faria uma coisa dessas?
Enquanto penso no assunto, acabo percebendo que estou coberta com um edredom branco, não me lembro de ter me coberto ontem!
Só pode ter sido ele..!Angélica se move pelo quarto, abre primeiro as cortinas brancas e depois vai ao banheiro começando a organizar as coisas.
Eu suspiro, meu rosto está inchado e quando pisco sinto meus olhos como bolas gigantes. Eu devo estar horrível.
Me levanto da cama e deixo o quarto à caminho de um outro banheiro da casa.
Quando entro, faço minha higienes e tomo um banho. Respiro fundo sentindo a água quente deslizar por minha pele, são coisas demais...
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Nas mãos do Mafioso
RomanceSelene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...