Selene Coppolo, uma jovem e talentosa dançarina de 21 anos, brilha sob as luzes da boate mais exclusiva de Florença. O que poucos sabem é que a boate é propriedade de Lúcio Caccini, o implacável capo da máfia italiana. Com 33 anos, Lúcio é um homem...
— Como você consegue? — Viro meu rosto para Luce que acabou de se sentar no banco do jardim ao meu lado.
Retorno meu olhar à vista sem saber exatamente do que ela fala.
— Como consigo o que? — Pergunto.
— Ficar nesta casa, sem fazer praticamente nada. — Ela dá uma risadinha e eu dou de ombros. — Digo, deve ser entediante, estou aqui à umas três semanas e quase quero me coçar para fazer alguma coisa.
— Você se habitua, Luce. — Me viro para ela. Não estou necessariamente falando do tédio, estou falando de ser prisioneira aqui. Mas ela não sabe, tanto que me sorri e assente.
— Posso? — Ela pergunta olhando para minha barriga. Hoje especialmente, havia uma pequena saliência ali, um pequeno montinho. Ou eu diria dois?
Abano a cabeça positivamente. Luce pousa sua mão delicadamente e depois sorri. Seus olhos parecem brilhar e ela parece atônita enquanto passa a mão por minha barriga.
— Daria tudo para estar grávida do homem que amo. — Ela continua a acariciar minha barriga. — Você deve ser tão feliz, Selene. — Anuo em resposta.
Estou feliz com os bebês, não com Lúcio, muito menos por estar grávida dele. É como se meu cérebro conseguisse fazer essa separação entre Lúcio e os bebês, ele simplesmente ignora de quem vieram os bebês.
— O que aconteceu com o homem que você ama? — Pergunto curiosa. Luce suspira antes de responder, seus olhos castanhos escuros me olhando atentamente.
— Ele me trocou por outra. — Ela diz simples. Eu me sinto envergonhada por ter feito a pergunta.
— Eu sinto muito... — Digo.
— Ah não, tudo bem, não tinha como você saber. — Ela sorri para mim.
— Quantos meses? — Ela pergunta agora com sua mão recolhida. O assunto mudando completamente.
— Dez semanas. — Digo, Luce franze o cenho e logo me lembro.
— Linguagem de mãe, me desculpe. — Rio comigo mesma. — São dois e meio.
— Sua barriga já está aparente.
— Eu acho que é normal em uma gravidez de gêmeos.
— Gêmeos? Sério!? — Eu abano a cabeça em positiva.
— Isso é...uau, parabéns.
— Obrigada. — Digo.
Ficamos em um silêncio apenas apreciando a vista, quando a porta que leva aos jardins é aberta, nós nos viramos e Analu e Marina passam por ela.
— Chegamos. — Analu diz exibindo um sorriso.
Marina acena para mim.
Vou ao encontro delas e dou um abraço à cada uma.
— O que fazem aqui? — Pergunto quando nos separamos, eu não sabia que elas vinham hoje.
— Vamos às compras, nossos gêmeos preferidos precisam de roupas.
— Ainda é cedo, nem sabemos os gêneros.
— Isso não é caso, vamos comprar roupas branquinhas.
— E Lúcio deu um cartão sem limite e disse que está em seu nome. — Marina me estende o cartão preto e eu sorrio o recebendo.
— Então se for assim... — Digo exibindo um sorriso, quem não gosta de compras?
— Vamos logo. — Analu diz animada.
Me viro para Luce que continua sentada no banco.
— Quer ir com a gente? — Pergunto.
Ela olha para Marina e Analu e depois nega.
— É perigoso eu sair. — Assinto me lembrando.
— Tudo bem. — Digo, ela assente e se levanta indo em direção à casa dos empregados.
— Então, vamos? — Marina pergunta colocando seus óculos escuros. Ela está linda. Mas eu noto algo em seu pescoço enquanto caminhamos para dentro dos carro.
— Mari, isso é um chupão? — Pergunto discretamente. Eu e Analu nós olhamos e depois olhamos para ela com os olhos afinados e com cara de trambiqueiras.
— Hãm? — Ela coloca a mão no lugar e bufa. — Maldito Luigi! — Meu queixo caí e o de Analu também.
— Você e ele..? — Abano uma sobrancelha para ela que ri tapando o rosto com as duas mãos.
— Sim, sim, sim. — Eu e Analu gritamos animadas.
Marina tira as mãos do rosto e nos encara com um sorriso, é a primeira vez que a vejo sorrir assim.
— Ele é um idiota. — Ela diz olhando para as próprias mãos. — Um idiota que me ama. — Ela conclui e nos damos mais gritinhos.
— Quando e como? — Analu indaga.
— Faz alguns meses. — Ela começa meio tímida. — Luigi é irritante, um irritante que lambe o chão que eu piso e um irritante que eu amo.
— Marina você..? Oh céus! Estou tão feliz por vocês. — Meus olhos se enchem de lágrimas e ao mesmo tempo rio as limpando.
— Você está chorando, Lene? — Marina gargalhada e me puxa para um abraço. Nesse momento posso ver a diferença entre uma mulher que é realmente amada e outra que só é um objeto de fixação e obsessão. E isso dói. Mas também estou tão feliz por eles! Sabia desde o início que teria algo.
— Eu estou tão feliz por vocês, apesar de você ter escondido por tanto tempo. — Analu diz e finge estar emburrada mas logo sorri e deposita um beijo na bochecha de Marina.
— Foi só por cinco meses. — Eu e Analu abrimos a boca indignadas e ela ri.
— Nos conta todos os detalhes.
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