62.Selene

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🇮🇹Florença, Itália 🇮🇹

Minha mente estava mergulhada no caos. As palavras de Frederic eram como facas cravando-se uma a uma, trazendo à tona verdades que eu nunca poderia ter imaginado. Lúcio não sabia quem eu era, mas a máfia Caccini, a família dele, havia sido responsável pela morte do meu pai. A realidade parecia mais distorcida a cada segundo que passava.

— Você quer que eu... os destrua? — A ideia de me virar contra Lúcio — contra os Caccini — era surreal, mesmo com o peso dessas novas revelações.

Mas o fogo da raiva queimava em algum lugar dentro de mim, uma faísca que crescia com cada palavra que Frederic dizia.

— Não só quero. Preciso que você o faça. — Frederic respondeu, sua voz agora mais firme, como se ele tivesse deixado de lado qualquer pretensão de gentileza.

— Lúcio se apaixonou por você sem saber quem você era, mas ele faz parte de uma família que te tirou tudo. Não esqueça isso, Selene.

As lembranças de Lúcio, do homem que eu conheci e amei, misturavam-se com essa nova realidade. Ele não era o monstro que eu pensava, mas estava envolvido, direta ou indiretamente, no assassinato do meu pai.

Meu coração queria acreditar que ele não tinha sangue em suas mãos, mas minha mente me puxava de volta para a escuridão dessa revelação.

— O que exatamente você quer que eu faça? — Minha voz soava mais fria do que eu pretendia, mas talvez fosse melhor assim. Mostrar fraqueza agora seria um erro, principalmente diante de Frederic.

Ele sorriu novamente, aquele sorriso que me deixava desconfortável.

— Quero que você volte para os Caccini. Finja que nada mudou. Observe, ouça, veja o que acontece. E, quando for a hora certa, você saberá o que fazer. Preciso que a máfia francesa tenha alguém lá dentro. E você, Selene, tem acesso direto ao coração dos Caccini.

Meu estômago se revirou. Voltar para eles? Fingir que tudo estava bem, sabendo que a família deles havia assassinado meu pai? A ideia era sufocante, mas, ao mesmo tempo, eu sabia que Frederic estava certo em uma coisa: eu estava no centro de tudo, com a possibilidade de agir. Talvez fosse minha única chance de vingança, de justiça.

— Eu vou pensar nisso. — Disse, tentando ganhar tempo. Frederic não precisava saber do turbilhão de emoções que dominava meu interior.

Ele deu um passo à frente, pegando minha mão com a sua fria e apertando suavemente.

— Não demore, Selene. As guerras entre famílias são implacáveis, e você sabe melhor do que ninguém o que está em jogo.

Ele me soltou e se virou para sair do galpão, deixando um rastro de tensão no ar. A porta se fechou com um clique suave, mas o peso da decisão que pairava sobre mim era insuportável.

Eu fiquei parada por um longo tempo, tentando colocar meus pensamentos em ordem.

Lúcio se apaixonou por mim sem saber quem eu era. Ele descobriu tarde demais.

Mas a família dele, a máfia Caccini, tirou meu pai de mim. E eu contei à ele como perder meu pai havia sido doloroso!

Frederic estava me oferecendo a chance de retaliação, mas o que isso significava para mim, para os meus filhos?

Celine e Max. Pensei neles, em seus futuros que agora estavam irrevogavelmente atados a dois mundos que se destruíam mutuamente. Eu sabia que, de alguma forma, minhas escolhas moldariam o que viria para eles.

Eu teria que escolher entre o amor e a vingança.

E eu não tinha certeza se sabia qual era o caminho certo a seguir.

E eu não tinha certeza se sabia qual era o caminho certo a seguir

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