Nas mãos do Mafioso

11.Selene

🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Meu coração palpita fortemente a medida que calço os saltos de quinze centímetros. Marina não falou comigo desde o sábado, e já é segunda. Pelo que aconteceu ela até poderia ter me ligado e exigido falar comigo pessoalmente.

Mas nem um sinal dela. Isso me deixa mais apreensiva ainda. Mas dizem que notícia ruim chega cedo né?

Bom, hoje comecei o meu curso de enfermagem. E já estou amando, as pessoas com quem estudo são simpáticas na sua maioria. E Analu chega na quinta. Estou tão feliz que posso explodir a qualquer momento!

Sorrio ao me lembrar dessa informação. Está tudo indo tão bem! Estou fazendo o curso que sempre sonhei, verei minha melhor amiga depois de anos. Mal consigo conter o sorriso.

A dança dessa noite foi maravilhosa, melhor que as eu já fazia, eu estava feliz e isso refletia em meus movimentos. Saí animada do palco e voltei com um sorriso de orelha a orelha para o camarim.

Mas ele logo morreu quando abri a porta e encontrei Marina. Entrei por completo no camarim apreensiva. Fechei a porta atrás de mim e arranhei a garganta. Marina é uma mulher seria. E é uma das mulheres mais fodas que já conheci, você olha para ela e fica toda intimidada.

— Oi, Marina! — Caminho até estar parada em sua frente.

— Oi, Selene. — Ela se endireita e cruza os braços. — Sabe que eu sempre gostei de você não é? — Eu assinto, Marina sempre demostrou simpatia comigo.

— Também sabe que já sei o que aconteceu ontem não é? — Eu assinto novamente apreensiva. — Aquele, Selene, era um cliente super importante... — Não a deixo terminar, a interrompo.

— Você me assegurou que ele não se envolvia com as profissionais que trabalham aqui, que era só uma dança!

— Eu achava o mesmo! — Marina suspira. — Não sabia que aconteceria o que aconteceu.

— E o que vai acontecer agora?

— Ele pediu sua cabeça. — Engulo em seco. — Quer que eu te demita. — Aperto os olhos.

— Então essa foi minha última noite? — Marina fica calada por um momento depois me olha.

— Acha que irei perder a melhor dançarina desse lugar? — Ela sorri e eu respiro aliviada. Realmente preciso desse dinheiro agora que comecei o curso, e até estou pensando em me mudar já que tenho uma boa economia para alugar por um tempo um lugar só para mim.

— Me desculpa Marina! — Eu peço. — Não foi minha intenção trazer quais queres problemas para a Lumiere.

— Tudo bem, em parte também sou culpada por não ter me informado. — Ela parece pensar. — Mas garanto que não volta a acontecer... — Eu assinto.

— Agora tenho que ir. — Ela dá alguns passos para a porta.

— Tudo bem. — Eu digo. Marina saí pela porta e a fecha.

Respiro aliviada. Achei que perderia meu emprego e seria esculachada de tudo quanto é nome.

Tranco a porta do camarim e me troco. Estar livre dos saltos me faz respirar aliviada.
Coloco minhas roupas de frio, o inverno já está tomando conta de Florença, amo o inverno, é minha estação favorita, mas não gosto de como Florença fica. Fica triste. É meio sem vida.