33.Selene

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🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Fariam exatamente três meses que eu estaria morando em Pisa se não tivéssemos voltado para Florença há uma semana. Três meses de puro terror. Lúcio é um monstro, não chegou a consumar o ato, mas me obrigava a tocá-lo de todas as formas imagináveis. Sentia repulsa só de lembrar.

Meu estômago se retorce.

E agora vou me casar.

Olho para meu reflexo no espelho e sinto muita vontade de chorar.
É esse é o destino que eu mereço?

Lúcio falou um monte sobre eu ser a mulher dele e ser a primeira dama da máfia Caccini. Quis gritar com ele, mas entendi que Lúcio odeia que o contrariem, e seu eu quero sair de uma vez por todas das suas garras, tenho que o fazer acreditar que já aceitei tudo isso.

As profissionais me preparam para o grande dia, fazem minha maquiagem e cabelo. Eu me mantenho atônita.

Elas não escondem a animação e felicidade pelo casamento. E até comentam baixinho como várias mulheres matariam e morreriam para ser a senhora Caccini.

Eu só penso na noite de núpcias, todos nós sabemos o que acontece.

Me ajudam a colocar o vestido de noiva e me dão o buquê.
Estou linda, mas mesmo assim não deixo de ser uma noiva infeliz.

O pai de Lúcio e Ana Lúcia entra na sala da noiva, é ele quem me levará ao altar. Ele se aproxima e me cumprimenta com dois beijos na bochecha

— Está linda minha filha! — Fillipo elogia. Eu sorrio, tenho a impressão de que eles não sabem de nada.

Respiro fundo e entrelaço nossos braços, pronta para caminhar até ao meu cruel destino.

•••

— Sorria meu anjo. — Lúcio sussurra enquanto caminhamos em direção à um grupo de homens.

Engulo em seco e faço o que ele pediu.

— Está é minha esposa. — Lúcio me apresenta ao pequeno grupo de homens. — Selene Caccini. — Eu sorrio.

Quando um deles faz menção em apertar minha mão, Lúcio o encara e ele imediatamente recua.

Sou apresentada a mais algumas pessoas, meus pés gritam por socorro.

— Lúcio... — Chamo. Ele se vira para mim. — Meus pés... — Falo baixo. Não gosto quando ele me dá toda sua atenção, isso me intimida.

— Quero te apresentar aos membros do conselho, depois poderá se sentar. — Eu assinto.

Este grupo é maior que o primeiro que ele me apresentou, tem alguns homens de idade e todos me olham enquanto nos aproximamos. Isso só me deixa nervosa.

— Senhores, sinto muito que não tenham tido a chance de conhecer minha esposa antes. — Os homens assentem.

— Está é Selene, Selene Caccini. — Ele completa.

Os homens parecem me analisar, mas depois sorriem.

Eles fazem algumas perguntas, as quais respondo muito bem, no fim todos parecem satisfeitos, eles e Lúcio também.

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