6.

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Encaixo o mp3 no bolso da calça e cubro os ouvidos com o fone.

—Eu já vou indo. — Aviso meus pais enquanto pego uma torrada do prato.

—Não quer que eu te leve? — Meu pai pergunta segurando a xícara de café na mão.

—Não. Quero andar um pouco. — Me despeço e saio da casa.

A casa ainda está uma bagunça pelo o que aconteceu ontem, mas os benefícios de ser a aniversariante é o seguinte: Nada de trabalho para mim.

Minhas mãos estão cheias, estou lutando com o zíper da mochila enquanto tento enchê-la com todos os livros que serão necessários hoje, a torrada está quase caindo da minha boca quando ouço alguém me chamar.

—Oi, precisa de ajuda? — É uma garota, e seu rosto é bem familiar por mais que eu sinta que nunca a vi na vida. — Sou Paolla, sua vizinha, apareci ontem na sua festa.

E como um flash me lembro de seu rosto. É a menina que Georg estava babando ontem à noite. Tiro os fones e os guardo no bolso.

—Sou Matilda. — Digo ainda com o pedaço de pão entre os dentes.

—Aqui, deixa eu te ajudar. — Ela segura minha mochila e me permite segurar a torrada.

—Obrigada.

Ela sorri simpática e começa a andar, me chama com um aceno de cabeça e então a sigo.

—Está indo para a escola? — Ela pergunta me entregando a mochila de volta.

—Sim, você estuda na Wolmirstedt? — Questiono engolindo o café da manhã.

—Aham. — Ela me analisa por um instante. — Eu realmente não te vi ontem. Não devia ficar com os convidados?

Dou de ombros.

—Não estava afim de festa. Agradeço muito meus pais por pensarem tanto em mim mas eu realmente não queria aquilo.

—Sinto muito.

—Tudo bem. — Olho para uma caixa em suas mãos. — O que é isso?

—Ah... é um trabalho de biologia. Tem um sapo aqui dentro. — Ela entorta o rosto me arrancando uma risada. — Gosto de biologia mas isso é nojento.

—Não discordo.

O caminho todo é tranquilo. Paolla é uma pessoa bem legal, devia mesmo ter conversado com ela ontem.

—Preciso ir para a aula, te vejo mais tarde. — Digo me despedindo.

Ela acena com um sorriso e se afasta.

Ainda não vi Tom desde a conversa estranha que tivemos ontem. Aquilo tudo foi meio constrangedor, e não sei o que estava pensando quando disse aquelas coisas à ele.

—Porra... — Meus pensamentos são interrompidos com o som do sinal.

Corro em direção da sala de aula e quando alcanço a porta acabo abrindo-a com um pouco mais de força que o esperado. Todos se viram na minha direção me fazendo corar.

training wheels - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora