Apenas sentir meus pés tocarem o chão está sendo uma tortura. Todos os ligamentos das minhas pernas estão doendo e a cada movimento que eu faço posso jurar que ouço eles rangerem. O avião acabou de pousar e as portas dianteiras se abriram. Essa é a melhor e pior parte, na minha opinião. Assim que aterrissamos e somos liberados para desconectarmos os cintos, o piloto diz em alto e bom som através do microfone "permaneçam sentados", então... permaneçam sentados. As pessoas se levantam minutos antes das portas se abrirem como se assim o tempo fosse passar mais rapidamente. Entendo a ansiedade, mas ficar em pé reclamando de como as pessoas são lentas para conseguirem pegar suas malas e sairem do avião, não ajuda.
Mas essa é a melhor parte. Quando finalmente saímos de dentro da enorme lata de sardinha e podemos respirar o ar fresco. A brisa leve batendo em nossos rostos e a luz fraca do sol nascendo aos poucos no horizonte. Essa é, com certeza, a melhor parte.
E saber que o ar frio de Londres vai nos acompanhar durante essa semana me deixa ainda mais animada.
—Que maravilha. — Inclino a cabeça para trás e estico os dois braços para o alto, me dando a liberdade de espreguiçar todos os músculos enrijecidos do meu corpo.
Os meninos estão descendo as escadas de desembarque do avião. Bill está com o cabelo em pé, olhos inchados e uma cara de quem está pronto para a Terceira Guerra Mundial. Georg está quase da mesma forma, mas seus cabelos compridos estão enlaçados por um elástico preto. Gustav está tão a vontade que nem se importa em sair de samba canção e uma camiseta velha estampada com o rosto do Will Smith em "Um maluco no pedaço". Tom vem logo atrás segurando uma mochila, vestindo uma camiseta preta enorme e... uma saia?
Não consigo evitar o som alto da risada estrangulada que acabei de dar.
—Que merda é essa que você está usando? — Aponto para o garoto que vem caminhando naturalmente como se nada estivesse acontecendo.
—Uma saia.
É claro.
—Eu sei, seu imbecil. — Rio da naturalidade de sua frase. — Quero saber porquê está usando uma.
Bill dá uns três passos em nossa direção assim que ouve sobre o que estamos falando.
—Ele é uma menininha. — Um sorrisinho sarcástico e muito fofo surge no rosto de Bill.
—Porra, não é isso. As malas foram despachadas. — Tom segura a aba de seu boné e olha para baixo, analisando a peça de roupa. — É isso que você faz quando não tem nenhuma calça para usar, assim pelo menos meu pau fica coberto.
Ele balança o braço na frente do corpo, explicando como sua artimanha é uma ótima ideia.
Solto outra gargalhada.
—Você é esquisito. — Afirmo e olho para Bill que levanta o polegar para mim em confirmação.
—Vão se ferrar. — Tom nos lança um olhar de canto de olho e ajeita a saia um pouco mais para baixo. — Estou com fome.
Quase como se fosse ensaiado, meu estômago ronca alto.
—Eu também.
—Inglaterra é o país do chá com leite, não é? — Bill pergunta colocando um óculos escuro no rosto.
Assinto.
—Quero muito provar essa coisa.
—Irmão, não se chega em outro país e chama a comida deles de "coisa". — Tom aconselha com as sobrancelhas erguidas.
—"TommyBoy contra a xenofobia". — Estico os braços no ar e digo isso em um tom de voz divertido como se estivesse lendo uma manchete. — Soa bem, não?
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training wheels - Tom Kaulitz
Romance"𝑵𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒔𝒆𝒓 𝒂 𝒄𝒓𝒊𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒖𝒔𝒂 𝒃𝒊𝒄𝒊𝒄𝒍𝒆𝒕𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒓𝒐𝒅𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔." Matilda Müller se tornou uma garota muito famosa, a tecladista da banda mais renomada de seu país. Ela é só uma menina, mas...