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TOM's POV

Eu nunca fui um garoto muito simpático. É sério, passei a vida toda ouvindo que sou um cara chato e muito sarcástico. Um contraste medonho com meu irmão gêmeo. Ele sempre foi totalmente o oposto, de um jeito que parecia até mesmo ironia. O irmão gêmeo idiota e o que todos amam. E não me importo de que todas as atenções estejam em meu irmão, eu amo isso, na verdade. Fico orgulhoso de saber que tudo que somos hoje foi graças a ele. Bom, ele teve uma ajudinha muito especial da minha parte e da dos meninos. Mas ele sabe que nada seria possível sem seu sonho de ser um cantor de sucesso.

Quando éramos pequenos sempre participávamos dos programas de talentos da escola. Certo, nunca deu em nada, mas graças a esses pequenos shows, acabei percebendo que eu também queria isso para minha vida.

Agradeço muito por Gordon, nosso padrasto, ter me incentivado a continuar treinando com a guitarra. Merda, imagina o que eu seria sem minha guitarra?

Eu não teria entrado na banda, não teria feito sucesso, não faria parte de tudo isso, não conheceria Matilda.

Droga. Onde está Matilda?

Perdi ela de vista assim que entramos no salão, no momento em que ela resolveu que estava decidida a me irritar a noite toda. Porra, que garota mais... argh!

Matilda é a pessoa com a personalidade mais forte que já conheci, ela sempre está com uma resposta na ponta da língua, e se você a fizer se sentir ameaçada, ela te fará sentir muito pior.

E eu descobri isso agora mesmo.

Quando resolvi ajudá-la com aquela lista, tinha tido uma conversa meio... séria com Bill. Ele disse que eu precisava começar a tratá-la com um pouco mais de respeito e um pouco menos como se fosse minha inimiga. Eu fiquei com raiva na hora, mas eu pensei, ele estava certo, eu nunca havia tido um relação boa com Matilda. E ela é minha amiga, precisava começar a agir de uma forma diferente.

Então, eu tive aquela maldita ideia. A ideia de ajudá-la a "crescer". Quem consegue ajudar alguém a crescer? Meu Deus, eu não devia ter feito aquilo. Porque... eu nunca estive tão confuso em toda minha vida.

Quando percebi que Matilda não era tão ruim quanto eu pensava, eu comecei a agir de forma estranha. Ela não é uma criança, eu sei disso. Mas é a única forma que eu encontro de enganar meu cérebro e fazer com que ele pense que ela não é... tudo isso.

Quando caímos no chão do quarto dela, e ela caiu por cima de mim, eu senti uma eletricidade estranha. E também quando assistimos aquele filme idiota de zumbis, e quando demos nosso primeiro beijo... PUTA MERDA! Ninguém beija tão bem na primeira vez, mas ela sim, ela beija muito bem.

Mas depois disso, tudo foi ladeira a baixo. Disse que não deveríamos ter feito nada daquilo, porque eu sinto que se não tivéssemos feito, eu não estaria me sentindo tão enlouquecido.

Porque não consigo tirar essa menina da cabeça. Simplesmente, não dá.

Tentei sair com outras garotas, tentei muito, e consegui, achei garotas muito bonitas e legais para isso, mas nada mudou. Depois do desastre que foi a tentativa de impressionar Emma Becker, eu tentei mais uma vez, mas o meu erro foi fazer isso depois que já estava metido naquele plano com Matilda. Eu não consegui prestar atenção em nada que Emma dizia, não consegui sentir vontade de beija-la, porque sabia qual era a sensação dos lábios gostosos de Matilda contra os meus. Não conseguia prestar atenção no toque de Emma, sabendo a sensação quente que sentia com os dedos delicados de Matilda contra minha pele. Sei até mesmo como fico excitado observando a expressão de prazer de Matilda ao sentir meus lábios entre as pernas dela.

training wheels - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora