—Essa é a última. — Bato as mãos uma na outra tirando todo o excesso de poeira que possa haver nelas.
Estamos no meu quarto, cumprindo a primeira regra da lista. Tom não está sendo muito cortês, está fazendo a limpa em todas as coisas que possam ser minimamente infantis aos seus olhos.
—Sério isso? — Pergunta segurando um livro de colorir nas mãos.
—Eu gostava de passar o tempo colorindo. — Arranco-o de suas mãos. — Não me julgue.
—Eu não ia. — Ele dá uns passos para trás e se deita esparramado na cama. — Eu estou exausto... que porra. — Diz esfregando o rosto.
—Por causa disso? — Aponto para as caixas cheias de brinquedos e artefatos que acabamos de guardar.
Ele levanta o olhar e nega com a cabeça.
—E eu posso perguntar por quê? — Me sento ao seu lado e cruzo as pernas.
—Bill disse que vamos ter ensaios com mais frequência agora. — Ele se apoia nos cotovelos e me encara. — Ele te falou?
Nego com a cabeça.
—Pois é. — Ele bufa e se deita novamente.
Me viro e me deito ao seu lado de barriga para baixo.
—Já pensou em fazer outra coisa? — Pergunto desenhando círculos com o dedo indicador no cobertor debaixo de nossos corpos.
—Como assim?
—Se a banda não existisse... o que você faria?
Ele fica em silêncio por um tempo e consigo perceber que essa pergunta foi realmente complexa para ele.
—Nunca pensei nisso. — Ele estreita os olhos e encara o teto com atenção. — Sempre me imaginei no ramo musical, talvez se não fôssemos uma banda... eu faria álbuns solos.
Reflito sobre sua resposta.
—É uma boa.
—E você?
Sufoco um riso.
—Nunca me imaginei fazendo merda nenhuma. — Coço o topo da cabeça sem graça.
Tom levanta o rosto e me encara com um meio sorriso.
—É sério? Então por que a pergunta?
—Porque estamos no nosso último ano, e em outras circunstâncias teríamos que começar a pensar em faculdade e coisas assim. — Dou de ombros. — E eu parei para pensar, que talvez se fôssemos adolescentes normais... teríamos que começar a escolher um futuro desde já.
Ficamos em silêncio por uns segundos.
—Matilda. — Ele se vira de lado e se apoia em um dos cotovelos.
—Sim?
—Você se imagina com uma família? — Ele não me olha ao me questionar isso, parece tímido.
—Hm... claro. Já me imaginei sendo casada e tendo alguns filhos, não me parece uma má ideia. Então, sim. — Respondo. — Por que?
—Porque... eu não sei se me imagino assim. — Sua resposta me surpreende. — Nunca me imaginei amando alguém.
Arregalo os olhos e me sento ainda o encarando.
—Você nunca amou ninguém?
—Não. Você já? — Ele sorri mas não é um sorriso sarcástico como os outros, é um sorriso que carrega uma curiosidade verdadeira.

VOCÊ ESTÁ LENDO
training wheels - Tom Kaulitz
Любовные романы"𝑵𝒂̃𝒐 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒔𝒆𝒓 𝒂 𝒄𝒓𝒊𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒒𝒖𝒆 𝒂𝒊𝒏𝒅𝒂 𝒖𝒔𝒂 𝒃𝒊𝒄𝒊𝒄𝒍𝒆𝒕𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒓𝒐𝒅𝒊𝒏𝒉𝒂𝒔." Matilda Müller se tornou uma garota muito famosa, a tecladista da banda mais renomada de seu país. Ela é só uma menina, mas...