CAPÍTULO 35

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PIETRO SANTORINI

Fico parado olhando para a porta vazia do meu quarto por onde Aruna acabou de fugir sem me responder, se estava se sentindo bem ou não. Antes que eu pudesse impedi-la de correr ela já tinha me empurrado e saio daqui dentro como se eu fosse o próprio demônio e eu não tinha certeza do modo vergonhoso como ela reagiu ao ver a parte superior do meu desnudo. Ou se fico furioso por ela me enxergar como alguém que irá machular ela ao ponto de faze-la escapar da minha presença de uma forma tão abrupta e engraçada. Permaneco estático sem reação por algum tempo antes de sacudir a cabeça e vestir uma roupa para sair do quarto. Visto uma cueca junto de uma calça jeans clara, já que não gosto de usar bermuda mesmo estando dentro de casa. E depois uma camisa branca de gola redonda que encontrei dobrada sobre a minha cama, e logo após sair do quarto sem me preocupar em alinhar os meus cabelos que parecem totalmente desgrenhados a vista.

- Por que demorou tanto lá em cima? - Impaciente Igor perguntou assim que me viu adentrar o escritório, onde ele ficou me esperando até que eu tomasse banho e viesse até ele.

- Não seja tão rabugento! Você não me esperou por tanto tempo assim.  - Eu disse a ele.

- Que seja! Nossos passaportes já foram atualizados. Se quiser podemos ir embora amanhã mesmo  - Disse ele.

- Eu não posso ir embora agora. O que decidiu fazer em relação ao seu noivado? - Perguntei curioso.

- A mulher é linda, simpática e sabe conversar com um homem por horas sem que esse, sinta a vonte de correr pra longe dela. Mas eu ainda não me sinto preparado para casar agora. Então perguntei se ela não podia esperar mais um pouco antes desse casamento acontecer de verdade. E ela concordou. Embora tenha ficado chateada.  - Explicou sem dar muito detalhes

- Na minha opinião, quando um homem quer casar com uma mulher. Ele simplesmente vai lá faz isso, sem pensar muito a respeito.  - Digo para o meu advogado que me olha com revolta.

- Está falando de si mesmo? - Perguntou mais irritado do que antes.

- Talvez. Só estou dizendo para você não faça a pobre mulher esperar por muito tempo. Você e eu sabemos que isso não funciona,  e não termina muito bem no final das contas.  - O alertei como ele faria comigo se soubesse da minha situação com Aruna.

- Eu não pretendo deixar ela esperar por tanto tempo. Eu só quero esperar mais um pouco, compreende? - Perguntou franzindo o cenho da testa.

- Sendo sincero? - pergunto de retoricamente.  - Não! Se você consegue enxergar um futuro com ela que até agora não viu em nenhuma outra mulher com quem se envolveu. Case com ela! Simples assim! Talvez você que esteja complicando o noivado de vocês.  - Falei no final.

- Por que você não pode viajar agora? - Igor perguntou depois de um tempo de silêncio, e querendo mudar o tema da nossa conversa.

- Eu gostaria muito de dizer o motivo a você mais infelizmente, não posso falar nada. - Lamentei.

- Se permite dizer, se o que te impede de ir embora agora daqui, é uma certa Indiana que cativou o seu impenetrável coração de carne. Sugiro que resolva seja lá o que tiver de resolver com ela. - Diz abrindo o notebook que havia sobre a mesa, para conferir alguns contraros de novas importações de soja.

- É um pouco mais complicado do que você imagina  - Murmuro recebendo um olhar significativo da parte de Igor.

- O que acha de fazer um novo investimento? - Perguntou sabendo que eu não podia, e também não falaria mais sobre aquele assunto.

- De que investimento estamos falando? - Pergunto interessado naquilo.

(...)

Cansado de ficar lendo relatórios, e aprovando pedidos de distribuição de grãos de sojas. Levo as mãos ao meu rosto, e tiro os óculos da cara com rispidez, antes ver Aruna passar por mim, interrompendo sua caminhada quando ela se curva, levando as mãos até o pé da sua barriga.

Pela expressão desagradável do rosto dela percebo que ela sente fortes dores na barriga e caminho até ela, para tentar ajudá-la a ficar em pé.

- O que houve? - perguntei pensando em chamar um médico pra vim vê-la.

- Me ajuda - Sussurou sentindo dor. Nesse instante o meu coração de carne, como bem disse Igor. Disparou de medo.

- Vou tirar você daqui  - Digo antes de pegá-la em meus braços e sair com ela da sala.

Logo que cheguei no meu quarto coloquei Aruna gentilmente sobre cama. Tal jesto me fez lembrar da primeira vez em que fiz exatamente essa mesma coisa a tempos atrás.

- Vou pedir para chamarem um médico  - Digo a ela, que levanta a cabeça e me olha.

- Não precisa...é só cólica. Minha menstruação veio como você queria  - Aruna falou devagar.  - Você deve está feliz agora não é? - Perguntou com a ar de tristeza, e o olhar brilhante por lágrimas não derramadas.

Lágrimas essas que me incomodou ver em seu lindo rosto. Já que eu não sabia distinguir se elas estavam presentes ali por causa das dores de cólicas que Aruna está sentindo. Ou se eram por ela não está grávida.


Aruna No Âmago Do CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora