CAPÍTULO 33

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ARUNA

Eu  pensei que podia confiar em Pietro por ele  sempre demonstrar ser um homem bondoso, justo, e leal. Essa foi a imagem que ele construi aos meus olhos todo esse tempo. No entanto, eu descobri que estava errada, e todas essas virtudes que ele possuía agoram se tornaram falsas ao meu ver. Pietro conseguiu consolidar com sucesso dentro do meu coração os sentimentos mais controversos que alguém pode sentir por outra pessoa. Pois agora meu amor por esse homem estão aliados aos sentimentos de desilusão, frustração, e até certo ponto um pouco de raiva. Para me manter ao seu lado até que eu seja descartada feito um trapo envelhecido qualquer. Ele foi capaz de fazer  ameaças contra o bem estar da minha família, e eu não duvido nem um pouco que ele seja capaz de cumprir o que falou.

Mesmo sabendo que eu tenho a opção de não ceder a ele. Eu tenho que pensar no bem estar da minha família, e garantir que eles fiquem seguros. Longe desse homem. Para isso eu vou concordar com ele, porém eu não vou mais cair na tentação de me entregar a ele novamente.

- Não vai dizer mais nada? - Pergunta.

- O que quer que eu fele? Você já  não me destruiu o bastante? Ainda quer aumentar o estrago no meu coração? Eu não tenho mais a nada a dizer a você. Amanhã estarei na sua casa, no horário de sempre, eu não vou fugir. Pode ficar tranquilo.  - Falei e o garçom veio nos atender.

- Boa noite! Já sabem o que vão querer pedir para o jantar? - Pergunta

Então sem demora Pietro pediu Curry, e samosa. Duas iguarias feitas aqui na Índia, para quem gosta, de um tipo de sopa, ou pastel bem recheado com carne. Ele perguntou o que eu queria pedi, mais dispensei porque não sinto fome e qualquer coisa que ele pedisse para mim não faria diferença. Eu ia engolir mesmo sem sentir vontade de comer.

Quando o garçom saiu de perto da gente. O silêncio reinou entre nós dois. Entretanto rapidamente o homem voltou trazendo nossos pratos e começamos a comer, ouvindo apenas o barulho dos talheres batetem nos pratos dispostos na mesa na nossa frente.

- Essa guerra do silêncio não vai funcionar por muito tempo - Ouço Pietro falar.

Continuei em silêncio

- Aruna, por favor. Diga alguma coisa, converse comigo. Eu não sou um estranho para você. - Disse inclinando a cabeça na minha direção. E tentando tocar a minha mão por cima da mesa, como havia tentado da outra vez

- Não é um estranho? - Falo devagar  - O Pietro que me salvou e me acolheu antes dentro da casa dele, não é o mesmo que está aqui na minha frente. Nem coragem de pedir desculpas pelo o que disse, você teve. Embora tenha dito que estava preocupado comigo. Acho que é um hipócrita. - Eu falei esperando não ter gritado.

- Eu não finjo ser quem, não sou. Nunca enganei você. E é justamente por isso que naquele momento eu não pude corresponder as suas expectativas, em relação aos seus sentimentos.  - Diz tentando se explicar para mim.

- Do que está falando agora? - Perguntei impassível.

- Seus sentimentos por mim podem ser efêmeros. Você é jovem e inexperiente. Qualquer outro homem no meu lugar conquistaria o seu coração. amoroso. - Em outras palavras, para ele eu só uma boba que não sabe avaliar os próprios sentimentos.

- É, tomara que os meus sentimentos sejam realmente passageiros. Assim eu vou conseguir esquecer você, mais depressa.  - Falo voltando ao ignorar novamente. Não queria mais ter que olhar para ele.

Quando olhei para o lado vendo o casal conhecido conversar com alguma animação. Me dei conta que não estava de olho na noiva. Nós duas não somos amigas, mas minha mãe pediu que eu viesse com ela até aqui, por ter uma velha amizade com a mãe dela, que foi desfeita pela diferença de origem das duas. Minha mãe casou com um homem pobre, enquanto a mãe  dela casou com um empresário rico. A separação foi imediata. Porém a mulher pediu ajuda a minha mãe, quando precisou de uma pessoa para acompanhar a filha nesse jantar. E escolhida foi eu. A garota não tem amigas, e o irmão mais velho está viajando. Não restou ninguém que pudesse vim com ela aqui.

- Acho que eles estão se dando bem  - Murmurei baixinho para mim mesmo.

- Meu advogado sabe se dar bem com quase todo mundo  - Pietro falou de olho no casal também.

- Se ele for como você, ela é uma garota sem sorte  - Falei sem esperar que ele saísse do seu lugar andasse até mim, e pegasse no meu braço com força. Me levando pra longe das outras   pessoas que haviam dentro do restaurante com a gente.

Pietro entra comigo em uma parte vazia do restaurante. E usa o peso do seu corpo para me prender numa parede atrás de nós.

- Me solta! - Estou com medo do que ele possa fazer. Esse não é mais o Pietro que eu conheci.

No entanto, o meu pedido só serviu para deixar ele ainda mais fora de controle. Já que ele segura o meu rosto com as duas mãos, sem delicadeza nenhuma e me força a encarar o seu olhar descontrolado.

- Que? Acha que vou agredir você? Sabe que jamais bateria em você. Ao seus me tornei em tudo que não presta, tudo bem! Eu aceito isso. Mas não pode me considerar um covarde.  - Diz me soltando.

Pietro respira fundo fechando os olhos, e passa as mãos pelos cabelos loiros, antes de se virar olhar para um espelho na nossa frente. Ele fica parado por um tempo, fitando o meu olhar através do espelho, como se isso bastasse para mim entender a briga interna que está se passando dentro dele, no seu interior.

- Se eu pedi desculpa a você agora estarei sendo realmente o homem hipócrita que você tanto me acusa ser. Eu não me arrependo de nada que disse, ou fiz naquele dia. Não envolva ninguém em nossa discussão, fazer isso não vai aliviar a sua dor, nem me redimir.  - Ele diz, e se vira em minha direção novamente.  Me olhando com um olhar impassível.

- Redenção? Não quero que se renda a mim. Quero apenas que pare de me machucar como vem fazendo. Amanhã, será um novo dia! e eu prometo, que vou deixar para trás os mal entendidos entre nós, e tentar recordar só as lembranças doces, do vivemos juntos. Eu prometo Pietro, eu vou tentar te esquecer.

Dei mais uma boa olhada no americano antes de sair da sua frente e caminhar devagar até salão do restaurante, onde as demais pessoas se encontram alegres e comemorando as coisas boas que acontecem em suas vidas.

Assim, que eu cheguei a mesa onde estava sentada. Olhei para os talheres na minha frente onde pude ver o meu reflexo embarcado na prata. E interiormente estava torcendo para a tortura que estava sendo esse jantar acabar de uma vez, eu voltar para casa. O lugar onde atualmente eu me sinto mais segura.

Aruna No Âmago Do CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora