CAPÍTULO 44

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ARUNA

- Então? - Pietro insiste me precionando a falar sobre um assunto que para mim é doloroso e difícil demais de expor sem que eu me sinta ferida, eu tenha vontade repentina de chorar.

A minha vida mudou tão de repente de uma hora para outra ficou tudo tão fora de ordem que eu nem sei se poderia contar a ele exatamente a ordem lógica de cada coisa ruim que ocorreu.  Além disso, estou exausta da viagem que fiz para chegar até aqui, tendo que ficar sentada na maior parte do tempo e ainda fazer de tudo para Ravi não chorar, durante todo o voo, e incomodar os outros passageiros que estavam com a gente dentro do avião.

Suspiro cansada e começo a lembrar de repente de como parei em frente ao prédio de Pietro essa noite.

- Chegamos! O pai do seu filho mora aqui  - O homem que não quis me dizer o seu nome. Apontou para o edifício luxuoso a nossa frente  -Sei que sabe falar inglês então se dirija aqueles caras parados na frente do prédio e diga a eles que quer ver aquele estrangeiro, entendeu? Se não insistir em falar com ele nunca vai atravessar aquelas portas, aqueles seguranças ali não vão deixar isso acontecer.

- Tenho o meu filho comigo, eles não vão ter o poder de me impedir de encontrar com o pai dele. Mas como vou saber mesmo se de fato me trouxe ao lugar certo, e principalmente até Pietro Santorini? - Pergunto mesmo sabendo que de qualquer jeito foi uma loucura ter confiado tanto nesse homem desconhecido.

- Esqueceu que me pagou uma pequena fortuna para que eu a trouxesse até aqui? Além do mais aquilo pode confirmar que eu te trouxe ao lugar certo  - Ele diz, e então me viro e olho para trás apenas para ver Pietro sair de um carro luxuoso carregando uma mulher em seus braços.

De onde estou parada consigo ver que ela é muito bonita. E que ele parece estar muito atento ao rosto dela. Deve ser alguém importante no coração dele.

- Posso está enganado mais acho que você tem uma rival no seu caminho, que é a sua altura - Observa o homem ao meu lado, olhando para eles dois, e o quanto parecem ser apegados um a outro. Já que a mulher aparenta está se sentindo confortável e confiante nos braços acolhedores do americano. Sei que são assim, por experiência própria.

- Não, não tenho não.  - Respondo sem querer ficar mais olhando, para aquela cena terna entre aqueles dois.

Eu já sofri demais por Pietro, e também por causa dele. Para ficar alimentando ciúmes e disputa sem sentido com outras mulheres por causa dele, e de uma história mal resolvida entre nós dois. Também já não havia mais nada entre nós dois, antes mesmo dele vim embora. .Portanto, eu não vou ser tão ridícula em brigar e disputar o amor dele com outra se entre nós já não existia mais nada, além de um final cheio de magoas, e revoltas no meu coração que estava amargurado.

Sentimentos que só mudaram com a chegada do meu filho. A quem, amo mais que a minha própria vida agora.

- Aruna? Ei? No que está pensando? Não pode chegar aqui de repente e não me explicar nada do que aconteceu. E não estou falando sobre a paternidade do nosso filho eu.... - Então, sem querer, eu explodir. Saindo dos meus devaneios.

- SERÁ QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE ENXERGAR COMO ESTOU ESGOTADA? TRISTE? E COM RAIVA DE VOCÊ POR TER ME ABANDONADO GRÁVIDA? EU ME RECUSO A RESPONDER A SUAS PERGUNTAS HIPÓCRATES, QUANDO VOCÊ REALMENTE NÃO FAZ IDEIA DO QUE EU ENFRENTEI SOZINHA!  - Grito com Pietro totalmente fora de mim.

- NÃO FAZ IDEIA DE COMO EU ESTOU ME SENTINDO AGORA! OLHA PARA MIM? VOCÊ ACHA QUE TEM O DIREITO DE FICAR ME QUESTIONANDO UM MONTE DE PERGUNTAS QUE EU NÃO QUERO RESPONDER? ENTENDO QUE ESTOU EM SUA CASA, MAIS ME RECUSO A DIZER QUALQUER COISA A VOCÊ SOBRE MIM.  - Brado finalmente perdendo o pouco de paciência que havia em mim para suportar toda dor e pressão que eu venho passando sozinha com o meu filho durante esse tempo.

- Você só pode me responsabilizar pelo o que eu fiz, e não vou fugir da minha responsabilidade e dos erros que cometir com você. Sobre as coisas ruins que provavelmente passou sem.que eu soubesse ou tivesse culpa por elas terem acontecido. Eu vou descobrir quais são elas sozinho. Mesmo que você queira eu não posso adivinhar o que houve e muito menos te entender apenas com o olhar. Não vou fazer isso Aruna  - Pietro diz olhando para mim com tranquilidade mesmo depois de me ouvir gritar com ele pela primeira vez.

- Me deixa sozinha  - Pedi ouvindo o choro assustado do meu filho ecoar dentro do quarto

- De jeito nenhum! - Negou tirando lentamente nosso filho dos meus braços.

Eles estão doloridos Ravi só tinha saido do meu colo aquela hora que o pai o pegou depois do meu incentivo. Pois no momento em que peguei aquele avião não tive coragem de soltá-lo para nada. Tive medo que roubassem ele de mim.

- Deite na cama  eu já volto - Mandou me deixando sozinha dentro do quarto.  Aproveito esse momento e começo a chorar. Derramo todas as lágrimas que não derramei antes.

Choro por ter sido deixada para trás. Por ter perdido meus entes queridos, e por estar em lugar que é completamente diferente do meu mundo e do que eu estou acostumada a viver.

- Eu sinto muito  - Pietro me abraça pela primeira vez desde que cheguei.  - Eu nunca mais vou deixar você  - Diz, e eu choro mais ainda.

Não quero dar ouvidos as mentiras dele agora, nunca mais! Estou me sentindo tonta, exausta e minhas mãos estão tremendo o que está me dando muito medo de estar ficando doente por causa de todo estresse e sofrimento que eu passei desde aquele mal terrível na minha família. Além disso, estou me sentindo enjoada mesmo tendo não comida nada o dia inteiro praticamente. Já que não sinto fome alguma.

- Tem se alimentado e dormido bem ultimamente? Vou levar você a um médico estou preocupado com a sua saúde  - Ele diz enquanto eu choro de medo.

- Não! Eu estou bem! Eu não quero ir a lugar algum  - Me recusei limpando as lágrimas que caem no meu rosto na esperança de voltar ao normal.

- Então tente se acalmar e parar de chorar. Faça isso pelo o nosso filho ou ele vai continuar sofrendo por sentir que a mãe dele não estar bem.  - Olho para o meu filho e penso que Pietro tem razão. Ele está chorando e agora que percebo que ele não está mais mandando e meus seios estão expostos ao olhar do pai dele todo esse tempo. Em outra ocasião eu riria da minha situação ridícula, mais fazer isso é impossível justamente por minha situação não ter graça nenhuma.

- Estou parando  - Falo

- Pegue ,coma isso - Pietro me ofereceu uma comida que eu não sei dizer o nome, e ainda não tinha visto. - Vai ajudar você a ficar calma. Precisa se alimentar  - Explica me persuadindo a comer ao mesmo tempo. Sem dizer nada, pego o que ele está me dando e como tudo.

Por que de repente eu reagir de maneira tão explosiva? Por que de repente não me sinto mais bem? Forte como vinha sendo durante todo esse tempo. Inclusive, quando cheguei nesse país.

Aruna No Âmago Do CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora