CAPÍTULO 46

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ARUNA

- QUEM SÃO VOCÊS? ACORDEM! - Ouço gritos histéricos de uma mulher. E acabo acordando junto com o meu filho que dar sinal de que vai chorar a qualquer momento devido ao susto que acabou de levar por causa dos berros direcionados a nós dois. Sem querer

Tiro o olhar de cima do meu filho com relutância. E olho para a mulher que está gritando com a gente com olhar atordoado. Encaro sua figura e de repente percebo que se trata da mesma mulher que Pietro carregou em seus braços ontem a noite. Eu tinha notado que ela era bonita, porém agora que estou mais perto dela, diferente de ontem a noite. Em que a distância era enorme entre nós duas. Percebo quão linda ela é! Mesmo que esteja perturbada por ver eu e o meu filho ocupando esse quarto, e esta cama.

É visível para mim que entre ela e Pietro existe alguma relação amorosa. Ou até bem mais que isso. Pois a maneira como ela me olha não é só com olhar de quem está surpresa por ver desconhecida logo pela manhã, na sua frente. Em lugar que ela não esperava. A mulher na minha frente me encara com desprezo e ódio. Por isso, eu não sou boba em pensar ela não está envolvida com o pai do meu filho do jeito que estou pensando que esteja.

Penso em dizer a ela que ela não precisa se preocupar, que eu não estou aqui para tomar o lugar dela, e nem o lugar dela na vida do americano. Mais tentar falar essas coisas para essa mulher, seria inútil. Por dois motivos.

Em primeiro lugar estou atordoada porque acabei de acordar, e ela está berrando comigo no idioma do seu povo. Não entendo o português brasileiro. Em segundo lugar, meu bebê começou a chorar mais alto demonstrando seu medo e insatisfação pois não matou todo o seu sono, meu filho costuma dormir por mais horas que isso. E agora uma desequilibrada o acordou. Minha vontade é de me levantar desta cama e expulsar ela do quarto. Entretanto, não sei o quão importante essa mulher é para Pietro, e portanto preciso agir com cautela. Além do mais dar atenção exclusiva ao meu filho é o mais importante nesse momento. Discutir com a mulher na minha frente, não é prioridade nenhuma nesse instante para mim.

Por isso a ignoro e dou atenção ao meu filho que chora sentido com essa situação ruim.

- QUEM SÃO VOCÊS E O QUE FAZEM NA CAMA DO MEU NOIVO? VAMOS, RESPONDA INVASORA! - Grita novamente, mais eu continuo ignorando seus berros.

Noivo? Ela é noiva do americano? Eu tenho um filho de um homem que vai se casar com outra mulher, que não sou eu? Me pergunto sentindo um aperto no meu coração.

- O que significa esses gritos Laís? O que faz aqui dentro do meu quarto sem a minha permissão? - Pietro entra no quarto e se dirige a mulher. Mais eu não vi quando ele chegou, pois a descoberta que ele é noivo dessa mulher, me deixou um pouco desnorteada.

Olho atentamente para os dois e percebo o desconforto de Pietro por está falando com ela de um modo que para ele seja duro, e que ele não quer realmente falar. Já ela parece se recuperar de um impasse interno. Choque ou tristeza, não sei dizer. E o responde sem elevar a voz, como estava fazendo agora a pouco.

- Sem a sua permissão? - Perguntou magoada com o americano. - Desde quando eu sou uma estranha para você? Tem uma jovem com um bebê dentro do seu quarto, dormindo na cama que nós dois dormirmos juntos por várias vezes. E na sua visão a intrusa sou eu? - Ela fala e queria muito entender o que.

- Desculpe, eu jamais quis ser rude - Pietro falou em português também, sem me dar uma chance de poder entender o que eles estão dizendo um a outro. Entretanto, pelo o clima, jestos e olhares dos dois. Eu sei que estão discutindo por minha causa, e do meu bebê.

-Eu não quero suas desculpas. Quero que expulse essa mulher e o bebê dela, deste quarto, deste apartamento. Por que eles estão ocupando a nossa cama? Por que está discutindo comigo por eles? - Fala a mulher novamente.

- Eu não posso fazer o que você está me pedindo, os dois são importantes para mim! Vamos sair desse quarto, vamos conversar em outro lugar  - Pietro diz, como se estivesse persuadindo a mulher.

- EU NÃO VOU! QUEM TEM QUE SAIR SÃO ELES. IMUNDA, SE LEVANTE DESSA CAMA! PEGUE ESSE MENINO HORRENDO E SAIA DAQUI! DESAPAREÇA DESTE APARTAMENTO! VOCÊS NÃO SÃO BEM VINDOS AQUI!,VAMOS! SEUS INTRUSOS NOJENTOS!  - A mulher gritou de repente na minha direção e o chroro sentido de Ravi, ecoou pelo o quarto no mesmo instante em que essa louca gritou com a gente.

- MEU FILHO! - Dessa vez quem gritou foi eu, vendo como o rostinho do meu bebê começou a ficar vermelho de repente.

Peguei ele no colo rapidamente pensando em sair daqui dentro, mais tem como fazer pois infelizmente a mulher estava na direção que leva a saída do quarto de Pietro. Quando penso em passar por cima dela para sair do quarto junto com meu filho, e tranquliza-lo de toda essa discussão.

Pietro agarra os braços da mulher com firmeza e rosna para ela.

- CHEGA! NÃO OUSE MAIS OFENDER NEM UM DOS DOIS NA MINHA FRENTE NUNCA MAIS! VOCÊ ESTÁ PROIBIDA DE ENTRAR AQUI DENTRO, ENTENDEU? A INTRUSA AQUI É VOCÊ!  Eles rosnou para a mulher lançando um olhar preocupado em direção ao nosso filho, antes de puxar a mulher para fora do quarto onde estamos.

- Vamos! Venha comigo, eu não quero machucar você.- Fala para a mulher que está relutante em sair daqui, de perto da gente. - Embora sinta vontade, não vou fazer isso.  - Diz

- Não, eu não quero! - A mulher luta contra Pietro

- Laís, venha! Não me faça ter que agredir você. Venha, agora comigo! - Então ele sai arrastando ela com força pelo o braço, para fora do quarto.

Logo que os dois saem me deixando sozinha dentro do quarto com Ravi. Suspiro aliviada por não ter mais que ouvir aquela estranha conversa entre eles. Embora eu não tenha entendido o que a mulher gritava para mim, sei que ela me ofendeu com palavras torpes e grosseiras.

- Shhh  - Murmuro olhando o quão vermelhinho o rosto do meu filho está, de tanto chorar.  - Aqui, mamãe sabe que você está com medo daquela louca.  - Falo para o meu filho e volto para cama junto com ele.

Puxo a gola folgada do meu vestido para baixo e começo a dar de mamar para Ravi. Ele está nervoso e por isso tem acaba tendo dificuldades em pegar o bico do meu peito, para mamar. Entretanto assim que que consegue suga o meu peito com força, e também para de chorar.

- Está mais calmo? - Pergunto, o vendo mamar olhando para mim, como gosta de fazer sempre que o amamento. - Eu te amo tanto, Ravi. Você foi um presente de Deus, para mim. Infelizmente, eu trouxe você para essa bagunça. Pensei que o seu pai pudesse cuidar bem de nós dois. Contudo agora que vejo o sentimentos que ele nutre por aquela noiva dele, fico com dúvidas se ele pode realmente fazer isso por nós. Se ele não nos apoiar, prometo a você que tiro a gente daqui. Que vou com você para bem longe dele, e dessa mulher.  - Converso com o meu filho, e conto meus planos a ele.

Entretanto, preciso pensar  em tudo isso com calma. Vim parar em um país completamente diferente do meu, e também distantes dos meus costumes. Se tiver que ir embora daqui com Ravi, preciso pensar e achar uma maneira de ficarmos seguros.

- ME SOLTA - Ouço a mulher gritar ainda.

- NÃO OUSE GRITAR COMIGO  - A voz de Pietro também se eleva ao um nível bem maior que o dela. Acho que ele está furioso com toda essa bagunça desnecessária que a mulher casou dentro da casa dele.

Silenciosamente saio da cama e vou até porta do quarto para fechar a mesma e abafar os gritos deles dois. Não quero ter que ficar escutando uma discussão que não me diz respeito, e que também não entendo o que estão discutindo.

- bebê da mamãe! Daqui a pouco tiro molhada de você. Vou o que tem dentro da sua mala. Infelizmente, não trouxe nossas coisas junto comigo. E também não tive tempo de arrumar uma mala decente para nós.  - Murmuro pegando a mãozinha do meu bebê na minha e a balanço  no ar, enquanto sorrio e converso com ele.

- Neném da mamãe  - Falo e ele afasta a boca do meu peito, e sorri lindamente para mim. Um sorriso puro de bebê. Meu bebê.

Minha gente quero ter um bebê também! Meu Deus! Kkk Até breve!

Aruna No Âmago Do CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora