CAPÍTULO 38

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ARUNA

Eu levantei da minha cama essa manhã sentindo que algo muito ruim estava pra acontecer. E o meu pressentimento estava correto pois, assim que cheguei na mansão de Pietro, não encontrei Maya ou o sobrinho dela na casa como era costume acontecer todos os dias que eu vinha trabalhar. Inesperadamente quando eu entrei pela porta da mansão a casa estava toda vazia, e tudo que havia a minha espera era o advogado do americano que estava me olhando com ar de seriedade e indiferente.

Olho ao redor em busca de algo que possa provar que o que estou preste a saber  não é verdade. Antes encarar o advogado novamente e perceber que não havia nem uma mala ao redor dele, a não ser uma pasta preta que ele segura em suas mãos, de onde ele agora tira um papel e passa para mim, junto de uma caneta.

- Como pode ver Pietro já não se encontra mais aqui. - Diz sério.  - Eu sei que havia alguma coisa entre vocês dois, e eu estou aqui agora para garantir que os interesses do meu cliente sejam protegidos, até mesmo de uma garota inocente feito você. - Diz sem desviar o olhar do meu.

- O que quer dizer? - Perguntei sentindo medo de Igor pela primeira vez, desde que o conheci. Ele está diferente do habitual. Sua postura é arrogante, e nada alegre como costumava ser.

- É só uma especulação da minha parte. PIetro não me revelou nada que possa manchar a sua reputação. No entanto, peço a você que assine esse acordo de confidencialidade. Nele diz que você será presa e terá que pagar uma multa caso tente extorquir dinheiro de Pietro, por vocês ter tido um caso. - Explicou me fazendo pensar que o que eu ouvir não passa de uma alucinação da minha cabeça.

- Quando ele foi embora? - Questiono sentindo que o meu coração tinha acelerado. E que o mundo, está preste a me engolir de uma vez.

- Isso importa? Basta aceitar que ele não vai mais fazer parte da sua vida. E que o que tiveram deve ficar no passado. Assine logo esse contrato para que eu possa sair daqui também o mais rápido possível. Querer saber quando ele foi embora, não vai fazer nenhuma diferença para você.  - Diz com rispidez.

- Ele não se despediu de mim - Murmurei sentindo uma profunda tristeza cortar em pedaços o meu coração.

- É o que parece - Escutei Igor murmurar com escárnio

- Não pense que eu vou perder minha dignidade. Eu amo aquele homem é verdade, mais não vou abrir mão do amor que tenho por mim mesmo por causa dele.  - Digo alto para que Igor entenda que não estou blefando.  - Aqui está! - Falei entregando de volta a caneta, e contrato assinado para Igor sentindo verdadeiro asco da cara dele. - É só isso? ou eu já posso me retirar doutor? - Falo transbordando ironia e desprezo por ele, que pega o contrato das minhas mãos de um jeito impassível.

- Isto pertence a você  - Diz me entregando uma caixa dourada bem adornada com detalhes requintados de delicadeza e feminilidade.  - Pegue, é seu! - Disse quando viu que eu não ia se quer, tocar a maldita caixa nas mãos dele.

- Eu deveria? Você acabou de dizer que eu passo de uma interesseira, garimpeira. Por que eu deveria aceitar algo, vindo de você? - Pergunto olhando bem pra cara de Igor.

- Por que essa caixa não é um presente meu, e sim de Pietro. Ele apenas me deixou encarregado de te dar essa caixa. Pietro não faz ideia que eu elaborei esse contrato e fiz você assinar. Portanto, não seja ingênua em negar um presente precioso como essa caixa.  - Revela me fazendo considerar ficar com aquela caixa tão delicada.

- Vamos, pegue  - Insistiu com a caixa estendida na minha direção. Estiquei as mãos lentamente e segurei a caixa com delicadeza. Trouxe ela na direção do meu peito e a abracei devagar.

Dei uma última olhada no hall da mansão novamente antes de andar para longe dali. E depois caminhei rapidamente em direção a saída da mansão com as lágrimas encharcando os meus olhos. De repente quando dei por mim estava soluçando alto no meio da rua, e corri para minha casa pois, sabia que não podia chorar no meio da rua, onde haviam tantas pessoas passando de um lado a outro.

Cheguei em casa aos prantos e passei direto para dentro do meu quarto, sem ao menos olhar o que tem dentro da caixa que Pietro havia deixado para mim. Larguei ela em qualquer canto e me joguei na cama onde permaneci por não sei quanto tempo. Já que,  foi a minha mãe quem me procurou e avisou que já era noite.

A partir desse momento os dias se passaram rápidos, e eu ainda não tinha aberto aquela caixa. Eu não tinha coragem, de abrir ela. Na verdade, também não sentia vontade.

(...)

2 meses depois...

- Sua filha está grávida, senhora. Eu recomendo que ela seja acompanhada por um obstetra. Eu não sou uma médica especialista nessa área.  - A médica informou, mas eu ainda estou em choque, e não conseguir ouvir direito o que ela disse agora.

- O que a senhora disse? - Minha mãe perguntou para doutora estrangeira, que nos olha com polidez e até certa estranheza quando percebeu nossa reação a diversa a essa notícia.

- Sua filha está grávida de dois meses. Ela é casada não é? Melhor darem a notícia ao futuro papai, logo - A médica respondeu parecendo medir a situação em sua cabeça.

Eu...bom, minha situação é tão delicada que no momento me encontro sem reação. Eu entrei em choque e tudo o que quero agora é sair do consultório médico, e me esconder em algum lugar onde eu possa absorver que ouvir agora a pouco da doutora.

- Mãe vamos embora! - Chamei minha mãe,  para sair do consultório da médica, antes das minhas pernas ceder, e eu não ter forças para escapar mais dali.

- Eu.. - Minha mãe não consegue falar. Sua cara é de medo e incredulidade.

- Vamos -  puxei ela pela mão sem se preocupar em pagar a conta do hospital. Pois, o pouco dinheiro que eu tinha juntando trabalhando, serviu para mim pagar essa conta agora.

- O que ela disse é verdade? - Minha mãe Pergunta consternada e em choque também.

- É! -,Respondo. Não havia motivos para mim não acreditar nas palavras da doutora.  E também, negar a verdade a minha mãe.

- Filha... - Cortei a fala da minha mãe, e a olhei nos olhos, tomando uma importante decisão. A mais importante da minha vida.

- Eu quero ter esse bebê. Ele é o meu filho, eu não vou deixar ninguém tentar machucar ele!. - Digo sabendo que ter o meu filho, é a única certeza e verdade que eu tinha no momento.

Eu tinha ouvido falar no caso de mulheres que estavam grávidas, mesmo quando seus fluxos desciam. O meu tinha vindo e durou poucos dias como esperado. No entanto, nesse tempo eu já estava grávida, só não tinha ideia disso. Além disso Pietro não tinha se derramado dentro de mim. Como eu ia imaginar que um bebê pudesse estar aqui dentro, na minha barriga? Talvez o tal obstetra tivesse uma resposta para a minha pergunta, mais eu preciso pensar no que realmente importa agora. E no momento, só duas coisas importam para mim. O bebê, e a reação do meu pai, quando descobrir que eu estou grávida de dois meses. É no que tenho que parar pensar como vou encarar tudo isso.

Sentir que minha mãe queria dizer mais alguma coisa para mim, mas ela apenas se manteve em silêncio e ao meu lado, me olhando com compreensão e certa decepção também.

Bem....eu não podia mudar o que fiz. Meus pais, teriam que me perdoar.  Pensei com medo de não conseguir ter o perdão deles.

Aruna No Âmago Do CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora