Capítulo 17

72 9 0
                                    

Quando Luna chegou em casa, estava empolgada para se trancar em seu quarto e abrir o livro misterioso, da sua família. Ela nem precisou saber se seus pais estavam em casa. Passou despercebida, praticamente correndo, para seu quarto, fechou a porta e a trancou.

Ela não queria que alguém abrisse e a encontrasse com, seja lá o que for, aquele livro.

Ao colocar sua bolsa na cama, ela se agachou e pegou uma caixa, que estava embaixo da cama, onde ela guardava algumas coisas, tirou a tampa, algumas coisas pequenas que estava em cima, e debaixo de uma pequena manta, o livro, no qual tirou e o olhou, encantada.

Luna não fazia ideia do que encontraria ali. Ela estava nervosa, tinha que confessar. Ficou encarando aquele livro por um bom tempo, até que conseguiu abrir a capa e ver o que estava na primeira folha. Havia letras no qual ela não entendia.

Talvez fosse latim ou alguma linguagem antiga, já que em sua visão apareceu pessoas com roupas meio que medievais. Então, não conseguiu achar o que deveria ou o que queria.

Passou as folhas buscando por mais coisas e achou desenhos com explicações. E ao lado, mais letras em meu texto, no qual ela não conseguia ler. Foi aí que ela pegou seu celular, tirou uma foto e jogou no Google para que ele procurasse algum tradutor daquela língua.

Ela ficou encarando aquela roda girando na tela do telefone, até que algumas pesquisas apareceram. Ao entrar, viu mais coisas estranhas, como imagens de desenhos diabólicos, bruxas sendo queimadas, e outras coisas bizarras.

Ela lia o que dava, explicações, ainda confusas, mas em algum lugar ela encontrou algumas referências e deduziu que as letras ali eram Latim e Aramaico.

- É, assim fica difícil. – Falou. – Bem, se traduzir, posso entender melhor o que aconteceu com a minha família e que merda de maldição assola essa cidade?

Luna sentou-se no chão, ainda com o livro em seu colo, dando uma olhada nos desenhos que tinha dentro dele. Ela não fazia ideia do que eram, contudo, tentou deduzir.

Até que, subitamente, foi carregada dali, entrando em traze, puxada por sua avó, no outro plano. Quando Luna percebeu, estava naquela casa, no chão de folhagem, e sua avó estava na casa, a esperando.

Luna se levantou, confusa, e foi até lá, subindo os degraus, entrando na sala. Pelo menos era dia, e ela conseguia ver com mais clareza.

- Você achou. – Disse a mulher. – Devo alerta-la de que isso é um segredo.

- Vovó, se eu falar para alguém que achei um livro de magia negra, que sou uma feiticeira e que vejo mortos, obviamente serei internada em um sanatório.

Isso fez a velha rir.

- Sinto falta do seu sarcasmo. – Luna sorriu, chegando mais perto. – Teremos um longo caminho a percorrer.

- Estou com muitas dúvidas.

- Com certeza está.

- Primeiro, estou vendo a minha alma para o diabo, pois isso eu não aceito. – E novamente, a mulher rir. – Não é brincadeira. Posso ser uma feiticeira por herança, mas não sou mal.

- Querida, a primeira feiticeira, fez sim, um pacto...

- Ai meu Deus – Luna se preocupou. – Então, isso cai sobre nós, mesmo se escolhermos não...

- Luna, fique calma.

Tentou acalma-la.

- Como posso ter calma, se a senhora....

- Eu não disse que o restante de nós fizemos. – A garota, então, se satisfaz e respira fundo, mais calma. – Quando criou os feitiços e a maldição, ela sabia que seu lugar, no plano demoníaco, estava guardado, e nós, suas descendentes, apenas utilizamos os poderes, concedidos para ela, devindo a sua origem.

- Tipo wi-fi?

- Você tem que aprender a língua, só funciona se souber. Irá canalizar esse poder. E acredito que ele já está despertando.

Luna se enfia em seus pensamentos, criando possibilidades e teorias.

- Sou boa em estudar, mas acho que vai demorar muito.

- Não temos tempo para estudos. – A mulher a puxou para a conversa. – Irei ensinar, antes que a bruxa, que está atrás de você, consiga a manipular.

- Espera – Arregalou os olhos. – Como assim? – Luna já tinha muito com o que se preocupar, agora tinha que lidar com uma bruxa? – Manipular? O Que mais tenho que saber, sobre mim?

- Você estará protegida, se colocar o colar, que sua mãe lhe deu.

Surpresa, ela diz:

- Como sabe sobre isso? – Levantou uma das sobrancelhas. A velha, dá um sorriso de canto e responde:

- Estou sempre ao seu lado, Luna. – Por incrível que pareça, ela ficou mais tranquila. – Com o colar, posso canalizar e proteger você de feitiços. Ele é a chave entre mim, aqui nesse plano, e você, no plano terreno.

- Entendi. – Essa pequena conversa foi interrompida pelas batidas na porta do quarto, que fizeram com que Luna voltasse e guardasse o livro, exatamente como estava, quando entrou. Rapidamente, ela se levanto e abriu a porta, encarando a sua mãe. – Mãe?

Elisa olhou a filha, ainda com a farda do colégio, com o cenho franzido. Ela não a viu chegar, e ao tentar abrir a porta, estava trancada, uma coisa que ela nunca fazia.

- Porta trancada? – Perguntou. Luna tinha que pensar rápido. – Desde quando?

- Desde quando fiz dezessete anos e posso ser um pouco, misteriosa.

- Misteriosa? – Cerrou os olhos, tentando achar a verdade.

- Falando em adolescente rebelde, eu vou sair para uma festa. – Outra surpresa. Desde quando sua filha vai a festas? – Não me olha assim. Estou na puberdade, tenho amigas, não foi você quem disse para me enturmar?

- Acho que se enturmou demais. – Ainda estava incrédula.

- Mãe, é uma festa simples, e não vou ficar até tarde. Além disso, Mary Ann vem me buscar. Tenho que me preparar.

Elisabete mal podia reconhecer a filha. Ela não sabia se isso era bom, ou ruim. Jamais imaginou que ela fizesse amigos tão rápido, e que se tornasse uma pessoa diferente do que era.

- Ok. – Se afastou. – Tenho que ter aquele papo de: nada de beber, usar drogas, sexo com...

- Pelo amor de Deus, não. – Luna arregalou os olhos. – Vamos mais devagar. Eu aceitei ir a uma festa, mas ainda sou consciente.

- Excelente – Ficou mais calma. – Então, se divirta.

Vendo sua mãe ir embora, ela revirou os olhos para si mesma. Nunca imaginou que mentiria, que faria tudo isso. Tudo culpa do seu DNA e essa cidade nova.

- Eu só queria me preocupar com coisa normais da adolescência – Baixou os ombros, cansada. – Não achei que me transformaria nisso.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora