Capítulo 8

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Pov

Luna não conseguia tirar da cabeça, tudo de estranho que estava acontecendo com ela, naquele momento. Era como se o mundo ao seu redor tinha parado de girar da forma correta.

Ela não entendia nada do que estava acontecendo. As luzes piscando, a raiva que sentiu naquele momento e como tudo foi embora, quando ela se acalmou.

Sem falar na figura que apareceu, durante o banho. O que era aquilo?

Não dá para acreditar que estou alucinando. Que adquiri a esquizofrenia da minha avó.

Sim, todos sempre diziam que Anastácia, avó materna de Luna, que ela era louca. Que via coisas que não existiam, para justificar as bizarrices que ela dizia, mesmo que muitos da família soubessem da habilidade de vidência da mulher.

Elisa sabia da verdade, e rezou para aquele "mal" não a alcançasse, contudo, seu medo se estendia para Luna. O que a mulher não sabia era que seu medo estava se tornando real, só que Luna não fazia ideia da herança familiar, e acreditava estar louca.

Quando o motorista lhe deixou na porta da escola, ela ainda estava presa em seus pensamentos mais sombrios, tentando entender o que estava acontecendo com a sua cabeça.

Com seu fone de ouvido, tocando uma melodia melancólica, algo que amava, ela adentrou o saguão, com seus livros na mão, até que foi atingida por um enorme corpo, musculoso, que a fez derrubar tudo o que segurava.

Ela tombou para frente, quase caindo, então, ao se equilibrar e levantar os olhos, viu Adrian, também estava distraído, só que ele, por sua vez, não parecia arrependido por ter esbarrado na garota.

- Garota, você é cega? – Ele disse, ríspido.

- Você quem esbarrou em mim. – Luna tirou os fones e o encarou, com seus olhos pegando fogo.

Os dois se encararam por um tempo. Adrian viu algo no fundo daqueles olhos verdes, que o deixou encantados. A raiva era o de menos, ele gostou de provocar a garota. Ele a achava estranha, com o nariz arrebitado que não a fazia recuar ou teme-lo, muito diferente da maioria ali.

- Você quem apareceu na minha frente. – Desviou dos olhos de fogo, pois achou que Luna estava tentando ler seus pensamentos, e ele não manteria aquela banca toda, se ela descobrisse que ele sentia um certo agrado por ela. – Deveria ter mais cuidado.

Ela riu, de deboche. Adrian cerrou os olhos.

- Desculpa, senhor gostosão – Foi uma ironia. Tanto que ele pareceu confuso. Era a primeira vez que alguém ousava fazer isso perto dele. – Você é o dono de tudo isso, de cada metro quadrado, por isso ninguém pode estar na sua frente, mas tenho uma péssima notícia para lhe dar – Luna não percebeu que estava se aproximando dele, o encarando bem de perto. Perto o bastante para sentir sua respiração quente. – Não sou como esses idiotas que veneram você. – Adrian não estava tão irritado, como achou que ficaria, ao ser desafiado por alguém. – É um garoto mimado que tem tudo nas mãos, contudo, saiba que eu não vou baixar a cabeça para um babaca como você, senhor Bolton.

O tempo ficou mais lento quando ele sorriu. Ela encarou aqueles lábios grossos e sexy, quando ele o fez. Ficou tão encantada que esqueceu onde estava. Até que Mary Ann chegou, os libertando daquele momento.

- Luna – Ela disse, parecendo envergonhada. Quando A garota olhou em volta, todos os alunos os encaravam, curiosos, impressionados e surpresos.

Ela sentiu uma pontada de desespero, contudo, se recompôs e se afastou dele.

- Tenha um péssimo dia, Adrian. – Falou, antes de se agachar e pegar suas coisas, saindo dali.

Ao subir as escadas, os olhares dos curiosos ainda estavam nela. Algo que a garota odiou. Mary correu atrás dela, a fazendo companha.

Por dentro, a garota estava orgulhosa da nova amiga. Ninguém nunca fez algo parecido, com Adrian. As pessoas ali tinham receio, ou medo, de enfrenta-lo. Sua família era muito influente, consequentemente, ele também era.

- Luna – Correu, para ficar mais perto da colega. – Você peitou Adrian Bolton.

Luna revirou os olhos, ao chegar em seu armário, e disse:

- E daí?

- Ele é Adrian Bolton. – Mary se encostou aos armários, ao lado do dela, e viajou em seus pensamentos. – Todo mundo aqui venera ele.

- Todo mundo menos eu. – Apontou. – Não acho que as pessoas o veneram. – Curiosamente, Adrian apontou no corredor. O clima ainda estava quente, os alunos estavam fervorosos, cochichando. Luna, novamente, o encarou. Dessa vez, traduzindo todo o seu ódio naquele olhar, assim como ele, que fez questão de não tirar os olhos dela. Mesmo que seus colegas de time, brincavam sobre o assunto, ao seu lado. – Acho que eles têm medo dele. Adrian Bolton é um idiota.

Adrian, com sua audição aguçada, ouvia o que ela estava falando, assim como os batimentos do seu coração, que aceleravam com a aproximação dele.

O garoto deu um sorriso orgulhoso. Descobriu que, realmente, Luna ficava nervosa com a presença dele. La embaixo, ele achou que era o calor do momento, contudo, apesar do clima ainda estar quente, ela deixou escapar esse segredo.

Outra coisa que ele sentia era o seu perfume. Sutil. Ela parecia odiar cheios fortes, isso era bom, pois Adrian também tinha o olfato apurado e seria desagradável estar perto dela, assim como as outras garotas.

- Ai cara – Os colegas, idiotas, dele, o empurraram, chamando a sua atenção. – A garota peitou você, e deixou, como um cachorrinho adestrado.

A piada desagradou a Adrian. Analogia assim o deixava furioso, mesmo que os babacas não soubessem o porquê.

Adrian encarou o garoto, que ria da piada, sem reparar no amigo, e quando fez, encontrou os olhos castanhos, escuros, cerrados, emitindo uma raiva fora do comum, que o deixou realmente amedrontado.

- O que você disse? – Adrian era volátil. Muito disso se devia a sua origem. Ainda mais tão perto da lua cheia, perto da sua transformação completa. – Repita!

- Cara, foi só uma piada. – Explicou.

- Se fizer outra, arranco a sua língua. – Avisou, batendo no armário, o que fez um enorme barulho. Até amaçou um pouco. Todos no corredor viram. Inclusive Luna.

Adrian saiu dali, ainda muito chateado. Ele gostou da emoção de ser desafiado. Isso o deixaria excitado, mas ser chacota, não.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora