capítulo 32

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Quando a voz de Anthony soou, os questionando, os despertou sobre o que estavam fazendo. Luna ficou sem palavras. Tanto por não saber o que dizer, para o menino que, devia sentir algo por ela, e por estar apaixonada por Adrian, o cara no qual ela dizia que odiava.
Mesmo com o constrangimento de ser pega, Luna gostou do beijo. Sentiu que foi verdadeiro e único. Não estava arrependida disso. Contudo, o que iria dizer a Miligan?
Que ela não tinha interesse em vir a esse encontro? Que sua ligação com Adrian é fora do comum?
Ferir os sentimentos de uma pessoa não fazia seu estilo, mesmo sabendo que, as vezes, era inevitável.
Adrian, também se manteu em silêncio, por alguns instantes, sem reação. Aquele beijo foi inusitado e bom. Bom até demais. Entretanto, lá estava Anthony, os olhando com raiva.
Os dois eram colegas. Se conheciam a anos e magoa-lo dessa forma, nunca foi seu propósito.
— Anthony — Luna, então, resolveu enfrenta a situação. — Me perdoe. — Ela realmente estava chateada com a situação. Já Miligan, a cada segundo, ficava cada vez mais furioso. — Eu deveria ter sido clara.
Ele franziu o cenho.
— É esse idiota, não é? — Adrian sabia que era com ele. Ele ouviu os batimentos cardíacos do colega, cada vez mais alterado. Com a aproximação dele, Adrian tomou a frente de Luna. Tinha medo do que Anthony iria fazer. — Sua intenção sempre foi estragar as coisas.
— Anthony, eu não....
— Você o que? — Luna arregalou os olhos ao ver Miligan peitando Adrian, sem medo, com os olhos furiosos. Ele não sabia com quem estava mexendo. — Quis roubar a garota que gosto?
— Não. — Foi claro, se controlando, sabendo que, se não o fizesse, poderia perder a cabeça e cometendo erros sem volta. — Tente se acalmar.
— Me acalmar? — O empurrou. Luna sentiu Adrian se irritar, e quando isso acontecia, a fera dentro dele se despertava. — Acha que sou idiota?
— Miligan, você... — Ela viu uma reação, mais violenta, da parte de Adrian. Tremendo o pior, ela, então, resolveu interferir.
Luna se aproximou, pegou na mão de Anthony e se concentrou. Ela não sabia o que estava fazendo. Foi um instinto. Uma intuição, sussurrada por sua consciência. Anthony a olhou, ainda chateado, com o cenho franzido. Ela, com o poder da sua voz suavizada, o manipulou:
— Fique calmo. — Miligan ouviu as palavras, ecoando em sua mente. Parecendo o hipnotizar. — Você não está irritado, nem lembra do que aconteceu aqui. — Adrian achou estranho, pois percebeu que ela conseguiu o convencer daquilo. Repentinamente, Anthony voltou ao seu ritmo normal. Além de confirmar o que ela dizia. — Viemos a esse lugar para nós divertir. Você, na verdade, não sente nada por mim. Gosta mais de Mary Ann. — Foi aí que Adrian arregalou os olhos, sem entender.
— É, eu.. — Miligan se perdeu em seus pensamentos. Estavam confusos, naquele momento, mas fazia sentido o que ela dizia. — Mary Ann.
Olhando por cima dos seus ombros, Luna viu a amiga, se aproximando.
— Diremos a ela que nos entendemos, e que está na hora de ir.
— Claro. — Confirmou com um sorriso.
Luna tirou sua mão da dele, se afastou, ficando ao lado de Adrian, esperando a amiga chegar. O cara ao lado de Luna, não parava de a encarar. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo.
— O que aconteceu? — Ela os questionou.
— Mary Ann. — Miligan sorriu, bobo. Assim como fazia antes, com Luna. Contudo, dessa vez, seu interesse havia sido desviado. — Desculpa ter a deixado a sós.
— É. — Luna riu. — A culpa é minha.
Adrian ficou em silêncio.
— Já estamos indo embora?
— Sim. — Luna se pronunciou. — Prometi aos meus pais que chegaria cedo.
— Certo, posso levar você. — Mary disse.
— Não precisa. — Luna recusou.
— Deixa que eu levo. — Adrian, finalmente disse algo. Mas o tom foi duro.
— Então, amanhã nos encontramos no colégio. — Comentou Luna, se despedindo.
O grupo se distanciou. Adrian queria estar longe o bastante para que ninguém ouvisse o que ele iria dizer. Ele não entendeu exatamente o que foi que Luna fez. Ela pareceu ter manipulado os sentimentos e os fatos.
Ela sentiu a tensão. Não falou nada até que ele abriu a porta do seu carro e ela entrou sentando no banco da frente. Adrian deu a volta, e tomou o seu lugar, no banco do motorista.
O garoto passou a mão no rosto, tentando acordar para a realidade.
— O que foi tudo aquilo? — finalmente, a questionou.
— Sinceramente, eu não faço ideia.
Ele franziu o cenho, confuso.
— Não sabe? — virou o rosto, minimamente, em sua direção a encarando. — Você mudou completamente a versão dos fatos. Mudou o que ele sentia por você, apenas tocando nele e falando aquelas palavras.
— Adrian, vocês estavam brigando. Eu pensei que o pior iria acontecer, então, involuntariamente, alguma coisa dentro de mim, me pediu para fazer tudo aquilo e funcionou.
— É, mas isso é bizarro.
— Sim, é. — Concordou. — Olha, eu não sou apenas uma bruxa, sou uma feiticeira, forjada para estar aqui, usando a magia do caos. E pelo que eu sei, o caos é incontrolável, voluntário e eu estou com medo. Tenho medo de mim mesma. Estou sozinha nisso. Não tem outra feiticeira no mundo, não tenham ninguém da minha família perto de mim, para me dizer o que fazer. Apenas os fantasmas do passado, que me exigem algo que eu ainda não sei como resolver.
Luna realmente parecia desesperada. Ele tinha o mesmo sentimento que ela, mesmo que fossem bem diferentes.
Adrian pegou na mão dela e ela olhou meus olhos.
— Não está sozinha. — Falou. — O que você fez lá atrás, foi impressionante, porém, devo confessar que é assustador.
— Tenho que aprender a controlar os meus poderes. Eu tenho medo do que eu posso fazer, Adrian. Toda vez que fico com muita raiva, as coisas começam a se mexer, cair e quebrar, e voluntariamente, eu posso quebrar as coisas. Posso machucar você. Eu poderia ter machucado você da outra vez, sem que quisesse.
— Luna, Se tem uma coisa que eu aprendi com a fera dentro de mim, é que: se você conseguir acalmar o caos dentro de você, vai aprender a controlar ele. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo para aconselhar vocês, mas tentei controlar a minha raiva e nem sempre funciona. Então, quando eu ia machucar você e não queria fazer isso, tomei coragem, fui até ele e o toquei. Pedi para ele parar porque eu não queria machucar você, e ele me obedeceu .
— Não tenho uma fera dentro de mim. Eu sou a fera.
— Vamos conseguir. — tentou ser positivo. — Vou aprender a controlar a minha transformação e você vai domar o caos. Vai controlar ele, e não ser controlada.
Isso a fez sorrir. Era a primeira vez que Luna estava vendo um lado dele tão bom e compreensivo.
Resolvidos, Adrian liga o carro e sai do estacionamento, indo em direção à casa de Luna. Ela passa um bom momento pensando no que fez. Ela conseguiu manipular uma pessoa, mesmo não querendo. Foi tão involuntário que a impressionou. Luna, agora, estava mais determinada a controlar os seus poderes, pois não queria fazer algo sem pensar se era o correto ou não.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora