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Luna

Eu já estava de saco cheio de tudo isso. Eu só queria voltar à minha vida normal. Mas, confesso que agora me sinto tão confiante que aceito algumas mudanças. Eu nunca me senti tão forte, tão determinada em fazer algo como me sinto agora. Sei que tudo isso foi para salvar Nathan do inferno, ou pelo menos a sua alma que estava lá. Mas, confesso que até estou gostando. Óbvio, ainda existiam muitas barreiras e eu estava prestes a quebrar todas elas de uma vez só.

Aquela mulher se acha poderosa, se acha no direito de vir me estragar a vida das pessoas, mas ela não faz ideia do que sou capaz agora. Tenho total certeza de que apenas com um estalar de dedos posso fazer ela sumir da minha frente. Senti que seu poder estava concentrado na cabana onde está a sua neta. Aposto que ela pretende acabar com toda a Alcatel de uma vez por todas.

Muito me impressiona ela ter tanto trabalho para voltar à terra só para destruir o DNA do homem que ela amou e atraiu. Isso realmente é necessário? Bem, não sei, mas também não quero conversar muito e descobrir o seu propósito. Apenas vou destruí-la, mandá-la de volta para o inferno e me garantir que nunca mais irá voltar. Quando estou sobre a cabana, desço rapidamente e este movimento me faz cair em pé. Formando uma onda de poeira e folhas secas. Bem no meio do globo, de um lado estava o globo tentando proteger a cabana.

Do outro, a bruxa e suas bestas do inferno. Sua áurea negra não me assustava mais. Olhei para trás e vi beleza no alto. Em frente, a porta. Voltei a olhar para frente e encarei o corpo da minha melhor amiga. Mary Ann estava mesmo muito sumida, mas confesso que a culpa é minha.

Com tanta coisa acontecendo, eu acabei me afastando dela. Com tanta coisa acontecendo, eu acabei me afastando dela. Inclusive, da minha escola, algo que eu amava. Veja onde estou agora. Frente a frente com ela, mas assim como da última vez, sinto que não é a Mary Ann. É outra coisa. Seus braços eram frios, o sorriso irônico. Nada parecido com a minha melhor amiga. A desgraçada conseguiu possuir o corpo dela. Significa que a mente de Mary Ann estava mais fraca do que eu imaginava.

— Finalmente nos encontramos. — Sorri. Dei passos adiante mostrando que eu não estava com medo. Ela levantou uma das sobrancelhas, me avaliando. Seu cenho estava franzido. Aposto que está surpresa. — O quê? — Fiz o mesmo. — Achou que eu teria medo de você.

— Acho que você acabou se sucumbindo, assim como eu. — Disse feliz. — Isso deixa as coisas mais interessantes.

— Vamos deixar de papo. — Levantei a mão. Sua expressão, deixou-me irritada. Ela não temia a mim. Mesmo estando dez vezes mais poderosa do que ela. — Vou ser boazinha. — Disse. — Volte da de onde veio e traga o alfa de volta, e deixo você viver.

A mulher soltou uma gargalhada, que ecoou pelos troncos das árvores, tornando tudo mais sombrio. Era como se o próprio inferno estivesse aqui. As bestas sombrias, rodeavam a mulher, que se vestia com vestes antigas. Um vestido surrado, com bordado, na cor preta e roxa. Uma misturar ousada.

Apertei os punhos, sentindo como se isso fosse um desafio. Se ela pensa que vou me ajoelhar e implorar, está muito enganada. Quando Adrian chegou, com os outros quatro, eu já estava prestes a atacar.

— Vou ensinar a você, garota, a respeitar a líder do cover. — Falou, mais segura do que antes. — Ataquem.

As sombras avançou sobre nós, no qual gerou uma reação, do lado em que estava. Lobos contra as bestas, e eu atrás da bruxa. Uma batalha no ar, se formava, pois ela era poderosa o suficiente para flutuar, assim como eu.

— Deveria ter me ouvido. — Avisei.

— Não sei se percebe. — A todo o momento ela parecia debochar da minha cara. Seus olhos ganharam um brilho lilas, intenso, que me surpreendeu. — Mas estou com a vantagem.

— Há é? — Ri, irônica. — Eu já derrotei uma bruxa, que era tão antiga quanto você.

— Ela foi burra. Uma peça no meu baralho. — Revelou, me deixando surpresa. — Observei você. — Estávamos a uma certa altura. Lá embaixo, a luta que se travava, levava algumas baixas, dos dois labos. — Foi ousado, as bruxas embocarem o caos. Elas não sabem o quanto isso pode ser destruidor.

Sem paciência, joguei meu poder contra ela. Um raio escarlate, que a atingiu, fazendo com que a bruxa, se afastasse de mim, com o choque. Entretanto, observo que ela absorveu o poder. Deu uma gargalhada.

Olhei para as minhas mãos, e notei que ela tinha a mesma habilidade da outra. Porém, ela não saiu vitoriosa. Não conseguiu deter o caos e ele quase a matou. Se a bruxa primordial pensa que vai me derrotar, ela está muito enganada.

O céu, antes claro, se escureceu. Nuvens negras esconderam o sol, e trouxeram trovões e raios, que assustaram os que estavam lá embaixo.

— Ótimo jogo com o clima, mas isso não me assusta.

— Relaxa. — Mesmo tendo o mesmo sarcasmo que ela, eu odiava ser alvo dele. — Você verá as pessoas que ama morrerem, antes que eu acabe com você.

Olhei para baixo e vi meus pais. Adrian lutava contra as bestas e foi aí que notei o que estava acontecendo. Ela estava me destruído. Os vi não tendo sucesso contra aquilo, então, joguei uma rajada, que destruiu aqueles seres, feitos de escuridão, mas havia outros. Tantos que era impossível que a alcateia os dete-se. Desci, espalhando meu poder, eliminado os que estavam rodeando meus pai e Adrian.

Contudo, fui atingida por algo invisível, que me jogou contra os degraus da cabana, destruindo-a, parcialmente. Fiquei tonta. Sem saber o que aconteceu. Sai dos destroços, sogando algumas madeiras para longe. Não me feri, mas isso aguçou meu ódio.

Olhei em volta. Vi lobos caindo, alguns feridos, outros, indo em cima das sombras, minha mãe usava o que tinha, para deter as bestas e meu pai, o único humano ali, tentava ajudar. Aquilo foi como um filme em câmera lenta.

A bruxa sabia a minha fragilidade. Ela jogou uma das suas criaturas na direção dele, que estava de costas, sem ver a ameaça, e forjando uma foice pontiaguda, ele o lançou contra meu pai, que teve suas costas atingidas, saindo no seu peito. Um rugido de dor saiu da sua boca, e naquele momento, eu fiquei cega.

Essa foi a minha vez de invocar o caos e as sombras. Minhas veias ardiam, como se lava corressem em meu corpo. O barulho de trovões, se intensificaram, e a cor escarlate se mostrava com o negro, que consumiu a floresta.

Meu coração se partiu no meio. Uma agonia me consumiu, formando lagrimas em meus olhos. Fui até onde ele caiu, assim como minha mãe, que abraçou seu corpo, pondo a mão na ferida. Foi minha culpa. Eu deveria ter o protegido. Deveria ter o blindado. Ajoelhei-me em sua frente. Foi a primeira vez que senti alguma coisa, desde que possui o livro.

A dor formou uma caba grossa, me deixando com muito mais raiva.

— Me perdoe. — Implorei. Naquele momento, as imagens dos momentos que passamos juntos, voltaram em minha memória, enquanto eu chorava. Dava para sentir que o ódio estava me consumindo. Meus ouvidos pararam de ouvir, e eu só pensava em salvá-lo, de alguma forma. — Não me deixe.

Peguei em sua mão, aproximando ainda mais. O vi, tentando falar algo.

— Não foi sua culpa — Murmurou, com dor. — Saia… — a voz, cada vez mais fraca, implorava. — Salve…

Vi meu pai, perdendo as forças, fechando os olhos, e minha mãe, desesperada, chorando sobre seu corpo.

Por alguns segundos, eu não quis acreditar. Parei no tempo, imaginando que isso era mentira. Mas foi só olhar para o desespero da minha mãe, que me lembrei da realidade.

— Isso não vai ficar assim. — Murmurarei.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora