capítulo 40

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Assim que Adrian saiu do carro que foi o buscar na escola e adentrou na casa, ele notou que seu pai estava lá. Geralmente, a esse horário, ele ainda estava na empresa ou reunido com alguns integrantes da matilha.

Ultimamente eles estavam bastante alarmados e depois da morte de Kate, por uma possível bruxa, isso só os preocupava ainda mais e os unia contra ela.

Adrian viu seu pai bastante irritado com um funcionário da casa. Ele retraiu seus músculos, apertou a bolsa de luxo que tinha os seus materiais ao se aproximar.

Nathan ouviu os passos do filho. Ele nem precisava virar para ver que era Adrian. O perfume, a forma de andar, o medo que sentia toda vez que se aproximava dele.

Isso Nathan odiava. Ele nem queria provocar medo em seu filho. Queria que ele o respeitasse, tanto como pai como como líder. Mas ele estava pecando e não podia se dar ao luxo, agora, de mudar isso, pois havia uma inimiga na cidade no qual ele achou que havia se livrado para sempre.

Mas nunca conseguiriam se livrar de uma bruxa. Elas sempre voltavam para o ninho e ele tinha que destruir qualquer um que entrasse novamente, na cidade.

Temia que desta vez fosse bem pior. As bruxas ao passar do tempo se conectavam mais com suas antepassadas e fortaleciam seus poderes.

Eles eram apenas lobos e apesar da matilha ser bem grande e bem organizada, poderia não resistir ao ataque de uma. Nathan se virou e encontrou Adrian, que olhava surpreso.

Ele ouviu os batimentos cardíacos do seu filho. Adrian ainda não tinha aprendido a controlar esses seus impulsos humanos. Seria vital ao encontrar outro lobo por aí, afinal qualquer coisa além do normal significava que ele era fraco, que estava com medo e que o outro poderia o atacar.

Mas naquele momento Nathan só estava preocupado com a situação atual e com a proteção do seu filho, por isso estava em casa mais cedo. Ele precisava treinar o seu filho, ele mesmo.

- Pai – Adrian disse, sem graça. O pior era que o garoto sabia que, seu pai prestava atenção aos detalhes. Ele sentia seu coração acelerado, a respiração que falhava, o suor que escorria na sua espinha. Nathan até, podia identificar uma mentira, se prestasse mais atenção no garoto. – Encasa tão cedo.

Nathan lutou contra o impulso de lhe questionar sobre sua reação ao encontra-lo em casa. Parecia que seu filho temia o encontrar. Naquele momento, o homem não sabia se era medo, ou receio de que ele descobrisse algo.

- Sabe o que aconteceu ontem – Foi uma afirmação. Adrian baixou a cabeça. Já tinha em mente que seu pai iria ser bem mais rígido e protetor, que antes. – Adrian, aquela garota foi torturada e morta em um ritual.

- É, eu sei. – O garoto resolveu tomar coragem e agir como uma pessoa responsável, que não temia seu pai. Esse era o Adrian de verdade. Mas os segredos que ele vinha sabendo e tendo, lhe deixava nervoso. Temia a reprovação do pai, assim como as consequências para Luna. Ele passou pelo home, soltando a mochila, no sofá. – O diretor também falou sobre isso no colégio.

- A cidade está indefesa, e temos que nos preparar.

Adrian sentiu um arrepio na espinha. Tinha algo que temia. E se seu pai culpasse Luna? Claro que a garota não fez nada daquilo. Ele sentia que era inocente, afinal, foi ele mesmo que a levou para casa. Além disso, a ligação que tinha com Luna, servia como uma corda que os prendia. Tudo o que sentia, tudo o que ela fazia e o perigo que corria, o alertava.

Se fosse Luna, com certeza Adrian saberia. Além disso, havia outra bruxa. Uma que já o manipulou. Se ela não conseguiu matar Luna, agora, tentava culpa-la por algo que não fez.

- Como vai deter uma bruxa que nem sabe quem é? – Franziu o cenho.

Controle-se, Adrian. Ele vai saber que está nervoso, que esconde algo. Não pode dar bandeira, nem a cabeça de Luna, de bandeja para ele. – Foi o que ele pensou.

- Esquece que comando uma matilha de mais de cinquenta lobos adultos e experiente – Nathan foi até a banquinha, com copos de cristal e bebidas caras, pôs um pouco do liquido âmbar e o bebeu de uma vez. – Vão ficar de olho e ouvidos, bem abertos.

- Pai – Ele, então, pensou. Seu impulso lhe dizia algo que poderia ser um erro. – Já pensou sobre; uma bruxa, uma que não foi responsável por isso, inocente, existir. – Nathan franziu o cenho, ao fitar o cenho. Deu passos, em sua direção, deixando Adrian ainda mais nervoso. – Falo que; pode ter mais do que só uma bruxa, ou um tipo. Nem todas são ruins, não é? – Tentou explicar o que pensava.

- Quando nasceu, só existia uma bruxa na cidade, mas ela saiu, pouco tempo depois, por isso acredita que podem haver bruxas boas – Continuou encarando o filho, com aquela expressão séria, de quando lhe dava uma brinca. – Mas, Adrian, não existem bruxas boas. Elas são concubinas do diabo, e nada bom sai disso.

- Nuca viu uma bruxa diferente? – Continuou no seu argumento. Ele acreditava que poderia enviar algumas mensagens subliminares, amenizando as coisas, e tentando fazer com que seu pais aceitasse a ideia, e ao descobrir sobre Luna, não tentasse nada contra a vida dela. – Uma que não usa bruxaria.

Nathan riu e respondeu.

- Garoto, as bruxas foram criadas pelo próprio diabo, acredita que exista uma que não seja assim, ou que seja boazinha? – O tom passou a ser mais rígido. – Aprenda; se estamos aqui, se somos obrigados a nós transformar e a ficar preso nessa cidade, a culpa é de uma bruxa. – Adrian, novamente, sentiu seus batimentos acelerarem. Estava claramente nervoso. Seu pai nunca aceitaria a ajuda de Luna. Muito pelo contrário, ele a caçaria e mataria, sem ao menos perguntar alguma coisa. – Sabe o por que estou aqui agora? – Adrian não fez questão de responder, nem perguntar. Ele baixou a cabeça, enquanto seu pai andava em sua direção, vagarosamente. – Para o treinar. Vai saber tudo o que essas vadias fizeram conosco e agora que pode controlar sua transformação, irá para o nível dois; como caçar um algo, como combater um inimigo e matar bruxas.

- Matar? – Ele engoliu em seco. – Não sou assassino, pai.

- Não, mas terá que aprender.  – Nathan sabia que era muito para um menino de 17 anos. O pai não desejava fazer isso. Ele queria que Adrian fosse um garoto comum, mas ele não eram, e era dever do pai, e do alfa, treinar os jovens. – Infelizmente, essa é a nossa realidade. Vai ser o alfa, no futuro, então, vamos começar logo.

Continua...

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora