capítulo 14

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Quando Luna chegou em casa, ela subiu as escadas e tudo estava muito silencioso. Provavelmente seu pai ainda não chegou do trabalho e sua mãe estava escondida em algum lugar dentro desta enorme mansão.

Ela cautelosamente subiu as escadas e ao passar no corredor, viu uma porta aberta. Ela entrou e descobriu a sua mãe sentada no chão, com algumas caixas em volta.

Ela olhou tudo aquilo e não conseguiu entender a caixa específica em que ele estava mexendo. Então, se aproximou cautelosamente, no qual sua mãe levou um susto ao perceber sua presença.

— Pelo amor de Deus, você quer me matar de susto? — Elisa levou as mãos ao seu peito, fazendo a garota rir. — Por que está chegando assim?

— Fiquei curiosa. — Se aproximou mais, vendo o conteúdo da caixa. Tinha coisas velhas, porta retrato. Logo que viu a imagem da sua avó, Luna sentiu um arrepio. A levou, novamente, para a noite passada. O sonho sinistro. — São coisas da vovó?

Elisabete fez que sim. Ela não estava em um bom dia. Havia momentos que sentia muita saudade da mãe. Ela se martirizava, pois nunca teve uma boa relação com ela. Então, veio a sua morte e as duas não tiveram a oportunidade de se resolver.

Era o que mais a entristecia. Sentia uma falta tremenda que nunca acabava.

— Sua avó era bem excêntrica. — Riu, ao pegar o porta retrato. — Não éramos muito iguais. — Luna sabia disso. E sabia o porquê. Sua mãe foi poupada, justamente por causa de tantas diferenças. Elisa sabia da fama da sua família. Ela realmente acreditava, mas se negava a ser como as mulheres, que nasciam com seu destino predestinado a ser uma feiticeira. — Sinto falta.

— Ela também sente. — Falou a garota, ao tocar no ombro da mãe. Muito mais do que isso. Luna sentiu o que Elisa estava sentindo. A frustração e dor. Isso a perturbou, fazendo com que ela retirasse a mão. — O que é aquilo? — Apontou para um objeto dentro da caixa, de cor dourada, que chamava a sua atenção.

Elisabete pegou o cordão de ouro, que continha uma joia vermelha. Era lindo. Parecia chamar o nome de Luna.

— Era da sua avó. — Explicou Elisa. — Me deu antes de eu sair de casa. — A mulher foi levada ao passado, onde se lembrou da data específica. Naquele dia, Elisabete não via a hora de sair de casa. Ia para a faculdade. Ela jamais podia imaginar que se arrependeria de ter se afastado de sua mãe e a chamado de louca. — Aposto que ela gostaria de dar a você.

Quando Elisabete deu o pingente nas mãos de Luna, ela instantaneamente foi carregada para um mundo muito diferente e longe dali.

Bem, ela estava de volta, em frente àquela cabana no qual, em seu sonho, na noite passada, sua avó havia dito que era a casa da família.

Só que ela não estava em um sonho, era uma visão, uma visão do futuro, onde Luna entrava na casa, abandonada, acendia uma lâmpada e ia, especificamente, para um cômodo.

Agachando no chão, Luna levantou uma parte da madeira, que revelou um segredo. Um livro muito antigo. Sua capa era dura, tinha ferro, talhados, e, ao ouvir a voz da sua mãe, ela foi trazida de volta à realidade.

Luna encarou aquele colar em sua mão, sentindo o enorme desejo de correr dali e jogá-lo para bem longe, mas não foi o que ela fez.

Luna sabia que aquela visão não foi à toa, era um chamado. Sua avó havia dito, há segredos que devem ser revelados, e o despertar para os poderes de Luna era a chave. Ela podia reverter uma maldição, o problema era que Luna não fazia ideia se realmente queria fazer isso.

Nervosa, ela se levantou, guardou o pingente em seu bolso e saiu dali, indo para o seu quarto. Ela fechou a porta, jogou o bolso em cima da cama e começou a andar de um lado para o outro, pensando.

"Isso foi real ou apenas uma fantasia da minha cabeça? Não, não foi fantasia. Eu senti, eu senti os sentimentos da minha mãe. Eu entendi eles. Assim como não foi fantasia nenhuma na noite passada. Ah não, agora eu estou com aquela ideia maluca de novo. Todo mundo sabe que quando eu fico curiosa para saber alguma coisa, tenho que correr atrás. E é exatamente isso que eu estou sentindo nesse exato momento. Não, não Luna, você não pode sair essa noite. Está muito escuro. É noite de lua cheia. Sua avó disse, é muito perigoso. Mas também haverá muitas descobertas. O que isso significa? Será que eu devo ir ou não? Bem, eu não sou tão covarde, mas também não sou tão corajosa. O que eu devo fazer?"

Parando de andar de um canto a outro, ela respirou fundo, colocou as coisas no lugar, tirou o pingente do bolso e ficou encarando por alguns minutos.

Quando percebeu, o colocou em cima de um móvel de madeira e resolveu tomar um banho. Ela deixou tudo para trás, entrou no banheiro e ligou a banheira.

Talvez isso a relaxasse. Seu corpo estava tão cansado, tinha trabalhado muito porque na noite passada ela não dormiu nada. O seu corpo estava deitado, mas a sua mente não, e isso fazia com que ela se sentisse muito cansada, apesar do pouco esforço físico.

Luna ainda bateu os pés por um bom tempo, até que notou a banheira quase cheia. Desligou a torneira, colocou os sabões, tirou a sua roupa, as colocando em um cesto de roupa suja e entrou na banheira quente.

Ali ela esfregou seu corpo e quando se sentiu menos estressada, deitou-se olhando para o teto. Mas em nenhum momento sua mente saiu daquela ideia maluca de simplesmente fugir e correr para aquela floresta no qual ela achava que iria morrer.

Se não por um animal selvagem, por um maluco psicopata que pode estar escondido em meio àquela escuridão. Tentou de todas as formas possíveis tirar isso da sua mente, então voltou para Adrian. Ele não foi ao colégio e só deixou curiosa.

Por que ele não foi ao colégio? Será que é verdade aquilo que Mary Ann falou?

Não sei.

Bem, que bruxas podem existir, isso até pode ser possível. Ou não haveria outra explicação para o que estava acontecendo com Luna.

Ela previa o tempo?

Era uma bruxa, uma feiticeira ou só uma vidente? E por que a sua mãe não sentia a mesma coisa? Apesar do que a sua vó havia dito, ela não entendeu exatamente o porquê. Aquele ciclo havia pulado e ido diretamente para Luna. Então, como um passe de mágica, ela ouviu os gritos desesperados de alguém.

Foi horripilante. Tenebroso. Coisa que a fez sentar-se e encarar a porta. Lembrou do que aconteceu no dia anterior. Aquela visão. O que estava acontecendo com a sua vida?

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora