Capítulo 36

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Luna

Estou completamente perdida. Não quero ser a vilã. A bruxa malvada que acaba com os sonhos e alegrias. Eu não sou um monstro, mas parece que toda a minha racionalidade muda, quando fico com raiva.

Não posso culpa, totalmente, os meus poderes e o caos. Sei que ele é incontrolável. Que destrói e constrói uma nova realmente. Mas... Nem tudo é culpa dele.

Quando Kate jogou sua bebida em mim, e pouco antes dela levantar, desejei joga-la contra a parede e destruí-la.

Senti a sua raiva e inveja. As palavras venenosas surtiram efeito, tanto que eu desejei que sua cabeça explodisse.

Eu desejei, por livre e espontânea vontade. Minha personalidade era bastante volátil. Sei que a maior parte do tempo prefiro dizer que sou tímida, calada e reservada. Mas em algumas situações, quando fico muito irritada, eu realmente penso coisas, desejo coisas que podem parecer erradas e que com certeza são erradas.

Foi o que aconteceu desta vez. Sem o meu devido controle, eu não pensei que desejar algo pudesse se tornar real. Eu só tenho que entender que agora eu não sou aquela garota de antes que podia pensar tudo o que quisesse e que nada iria acontecer.

Desta vez, até meus próprios pensamentos estavam contra mim, estavam me manipulando para ser algo que eu prometi não ser. Essa coisa de bruxaria me deixava exausta. Eram problemas de um lado, questões do outro, medo, tudo isso junto, criando uma bomba na minha cabeça.

E como sou uma adolescente com problemas de adolescente, rodeada de adolescentes idiotas, como a própria Kate, eu tenho que entender que não posso ser a mesma aluna de antes.

Não posso pensar nem desejar algo que eu possa nem falar, apenas pensar. Porque se isso acontecer, aquilo que eu mais penso pode se tornar real.

Quando vi que o estrago havia sido por minha causa, eu entrei em desespero, quis sair dali correndo. Por sorte, Adrian, sabendo dos meus poderes e do quanto eles eram destrutivos, me despertou daquele transe.

Quando olhei em volta, as pessoas estavam me encarando, coisas fora do lugar, as janelas batendo por causa do vento. Bem, isso nunca havia acontecido, mas como tudo é tão novo, era comum e real.

Eu não estou em um sonho, ou melhor dizendo, em um pesadelo, apesar de isso parecer. Quando Adrian me tirou de lá e me levou para a sala de química, eu ainda estava eufórica, com raiva e com medo.

Um simples movimento de mão e tudo foi pelos ares, sem explicação. Eu não pensei em fazer isso, apenas fiz um movimento. Significava que até mesmo o meu respirar poderia me prejudicar e prejudicar todos que estavam ao meu lado.

Eu era mais do que uma bomba, era uma feiticeira que não podia controlar os seus próprios poderes. E isso me deixava desesperada, completamente perdida, porque não havia ninguém naquele plano físico que poderia me ajudar.

Apenas eu mesma saí de lá, deixando tudo para trás, ainda molhada com aquele líquido doce que manchou toda a minha roupa. Eu corri para fora do castelo, fora do colégio, entrando em meio às árvores altas, sentindo o suor bater meu coração acelerado, indo para um lugar onde eu me sentia segura e longe de todos.

A cabana era longe de casa. Longe do colégio e dos colegas. Lá, eu esperava achar alguma resposta e solução.

O tempo mudou completamente, depois do que aconteceu. Estava frio, as nuvens cobriam o céu e o vento levava as folhas das arvores, com mais intensidade. Abracei o meu corpo, olhando ao redor, para cima, tentando entender se fazia sentido.

Ao passar pela porta de madeira, olhei em volta, estava tudo como sempre, sujo, escuro e frio. Eu sentia como se meu coração estivesse saindo pela boca. Não desejo usar os meus poderes para o mal. Eu nem queria o ter, mas não sei se posso me livrar deles.

- Qual é? – Falei, olhando para as paredes úmidas, desgastadas pelo tempo, acreditando que estava sendo ouvida. O frio aumentava a todo o momento, me sentia ainda mais angustiada e com medo de mim mesma. – Quando eu mais preciso, vocês não aparecem? – Eu mal notei que meus olhos estavam cheios de lagrimas, esperando cair no melhor momento possível. Sentir que fui temida, que machuquei alguém, era uma merda. Posso ser bem crítica, mal-humorada e ante social, contudo, assassina não. A agua quente escorria pelo meu rosto, enquanto o ódio crescia em meu peito. – Foram vocês que me criaram. Vocês escolheram esse destino para mim. Eu quase matei uma pessoa. Quase machuquei os meus colegas. Não sei como controlar. Não sei o que fazer. – E novamente eu não prestei atenção no que acontecia ao meu redor, mas sentia uma energia percorrer todo o meu corpo, criando um vortex que faziam com que as janelas e portas, velhas, batessem, desesperadamente, meu cabelo voava e senti muita raiva. O medo e dor se transformou em ódio de mim mesma e da situação, negligencia, algo que não escolhi. Não percebi que meu corpo estava se erguendo, flutuando no meio da sala, e der repente, fui carregada para um lugar longe dali, e acreditei que havia sido levada para um outro lugar, longe dali. Quando me dei conta, eu estava em um corredor. Era uma casa bonita, cores claras, detalhes modernos, dei passos à frente e vi a escada que levava para o andar de baixo. Franzi o cenho, pois não sabia o que fazer e nem onde estava. Esperava correr e voltar para onde estava, porém, ouvi a minha própria voz. Mais madura e firme, bem atrás de mim. Quando virei, lá estava ela. Fiquei assustada. O que estava acontecendo? Era uma versão minha, alguns anos mais velha? – Quem é você? – Perguntei, desconfiada.

A mulher, que tinha o mesmo rosto que eu, só que, acida dos vinte anos, deu passos em minha direção.

- Você realmente está perdida. – O tom era conhecido. Um sarcasmo natural. – Quando eu tinha a sua idade, também fiquei desesperada e com medo.

continua....

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora