capítulo 58

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— Minha mãe inventou tudo isso para parecer algo mais humano. — Ele disse, jogando a cabeça para trás. — Mas eu não quero. — Luna pega em sua mão, sentindo seus sentimentos. Ele estava com medo. — Tudo o que mais quero é que essa noite passe logo.
A garota não parava de reparar na beleza dele. Óbvio que Adrian era o garoto mais atraente e bonito, que ela já viu. Era só seu. Mas existia tantas barreiras entre eles. Tudo o que ela mais desejava era o proteger e sempre estar ao seu lado.
— Então finja que é normal. — ela deu a ideia o fazendo encara-la. Adrian não entendia o porquê disse isso, pois mesmo que se esforçasse, aquela noite, não seria nada normal. — Seus amigos vão estar lá. Eu também...
— Não! — Foi enfático. O tom de voz transmitia aquele pensamento de que Adrian não queria ser contrariado. Luna franziu o cenho, chocada. Claro que ela sabia dos perigos, entretanto, sua namorada deveria estar ao seu lado, no dia do seu aniversário. — Luna, — Pegou em sua mão, vendo que ela se chateou, entretanto, Luna se afastou. — Entenda. Meu pai tem um artefato que pode identificar uma bruxa.
— Não parece que é só isso. — a garota se sentir frustrada. Voz contrária, foi tão alta e estridente, que chegou a ecoar entre as árvores. — todos os seus amigos estará lá. Até mesmo as bolinhas de torcidas. As garotas que, adora dando em cima de você.
Adrian dá um sorriso, porém, Luna, não achou nenhuma graça nisso.
— Não há outra pessoa, em todo esse mundo, que me faça esquecer você. Penso em você a todo instante. Na hora de acordar, quando me deito para dormir, quando como ou quando estou caminhando, sozinho. — ele, novamente, se aproxima dela, pegando em sua mão, com força, e a trazendo para mais perto dele. Luna estava nervosa. Ela entendia o porquê dele está tão protetor e de desejar que ela se afaste, pelo menos por essa noite. No entanto, ela queria estar lá. Queria finalmente conhecer sua família. Isso a fazer a sentir que os dois eram de famílias rivais, que se odiavam, e que eles nunca poderiam ficar juntos. O pior que isso não era só um sentimento, mas sim realidade. — com aquele colar, meu pai vai saber que você é uma bruxa. Ou feiticeira. Não vou conseguir proteger você na noite em que a fera dentro de mim, irá sair, com toda a sua ira.
Ela respirou o fundo tentando entender.
Adrian beijou seus belos lábios carnudos, se perdendo na imensidão que era aquela paixão. Ele não deveria estar ali, todos estavam andando em cacos de vidro e Adrian era o filho do alfa. Sua ausência seria notada. Entretanto, Adrian não conseguiria passar esse dia sem que a visse ao menos uma vez.
Quando seu rostos se afastaram, ele acariciou seu rosto, que tomou uma cor corada, fazendo com que ele sorrise com tal graça.
— Vai ficar bem, não é? — Ela se preocupou. — Vai voltar!
Com as testas unidas, eles se conectaram em uma telepatia única. O coração de Luna ficou pequeno, sentindo que algo estava errado. A energia. O vento.
Um calafrio passou por sua espinha a puxando para uma visão aterrorizante.
Como sempre, os flashes de luz revelavam o segredo do futuro. Ela via o altar, onde acontecia os rituais, e onde Kate foi encontrada. A bruxa, que vestia algo antigo. As pontas dos seus dedos estavam escuros, suas unhas maiores, mas sua aparência ainda era perfeita. De uma mulher atraente e jovem. Depois, viu Nathan, parecendo estranho. Como em um transe. Depois, ela se viu, deitada na mesa de pedra, as runas, no qual ela entendia que a prendia.
O som da voz de Adrian a puxou de volta. Ele a encarava com o cenho franzido, confuso.
— Você está bem? — as palavras ecoaram em sua mente por um tempo, até que ela refletiu, piscou duas vezes, antes de confirmar tanto um aceno de cabeça. — Isso foi uma visão?
Adrian já conhecia como os poderes de Luna despertavam, repentinamente.
A garota olhou com surpresa. Encarava tão fixamente a Íris escura dos seus olhos, que pareceu enxergar o que ele pensava.
Ele era muito protetor e faria de tudo para salvar. Luna sabia que se contasse a ele sobre sua visão e que seu pai estava nele, Adrian ficaria nervoso e acabaria mudando toda a trajetória daqueles fatos.
A garota estava cheia. Já não aguentava mais mentir e fingir. Não havia uma solução viável para destruir aquela mulher. No entanto, a intuição que sussurrava em seu ouvido lhe dizia para continuar e deixar que aconteça, pois era a forma de finalmente se livrar da bruxa. As duas ficariam cara a cara. E mesmo correndo o risco de perder esta luta, Luna não podia perder a oportunidade.
— Não, não foi uma visão. — ela foi fria ao dizer essas palavras. Se deixasse com que seus sentimentos alterasse o tom da sua voz, o ritmo cardíaco, e da sua respiração, Adrian saberia que ela estaria mentindo. Essa era a luta dela e mesmo que o destino tivesse ligado os dois fazendo com que Adrian a protegesse de qualquer coisa, Luna não queria o envolver nisso. Ainda mais naquela noite. — ainda estou tentando me acostumar com os meus poderes. O caos, às vezes, passa pelo meu corpo, e eu tenho que parar um pouco para refletir.
O garoto fitou seus olhos verdes, buscando alguma informação contrária. Mas Luna naquele momento parecia tão confiante, que ele acabou deixando para lá.
— Prometo que amanhã, nos encontraremos. — a beijou uma última vez.
Bem, Luna sentia que aquela não seria a última vez que os dois se veriam, no dia. Ela não queria o envolver. No entanto, se aquela visão se concretizasse, ele, com certeza, iria sentir que ela estava em perigo. E Luna tinha que ter um bom plano para derrotar a bruxa.
E ainda tinha o pai dele. E Nathan iria descobrir que Luna, na verdade, é uma bruxa.
Se já há uma grande barreira entre eles, isso dificultaria ainda mais as coisas. Além do mais ela tinha que encontrar uma saída para acabar com a maldição. Talvez assim, os lobos aceitassem e não simplesmente corresem atrás dela, para a colocar na guilhotina.
Sendo assim, eles se despedem. Adrian volta pelo caminho que veio, e Luna, se prepara para voltar para casa, mas no meio do caminho, ela topa com uma armadilha.
A garota prevê que irá ser presa por essa mesma armadilha, e usa seus poderes para se livrar da teia que aprenderia. O que ela não sabia era que Lisa estava a espreitando. E viu, quando Luna, em um passe de mágica, se livrou tão facilmente.
A loira, com os olhos arregalados, se escondeu atrás de uma árvore, ainda incrédula.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora