capítulo 74

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Eu não fazia ideia de como ajudar nesta situação. Óbvio que usar os meus poderes para deter algo ou voltar a quebrar um feitiço parecia mais fácil do que descobrir como ajudar um ser sobrenatural que geralmente se cura sozinho, a ficar bom usando minhas habilidades graças a ferimentos causados por uma besta do inferno.


Eu nem sabia como jogar aquele ser maléfico de volta para de onde ele veio. E acredito que sim, meus poderes se despertam e fazem tudo o que eu quero, basta eu pensar.


Porém, não posso fazer isso com a vida de alguém mesmo, não desta forma. Claro, eu estava muito nervosa, como sempre. Tudo isso era muito novo. Além de ter fugido de casa na madrugada, eu sentia que estava sendo observada e não era a Deus e eu mudar a cadeia.


Era por alguém, alguém maléfico, que estava aqui para estragar tudo. Eu já estava cansada de sempre ter que salvar alguém, de proteger alguém, de usar os meus poderes.


Eu só queria ser normal, uma pessoa que estuda, namora, faz coisas normais, não lutar contra demônios e lobos.


Naquele instante, ao lado de Adrian, eu subia os degraus de uma cabana bastante rústica, no meio da floresta. Parecia que toda a Alcatel estava reunida ali. Eles faziam um círculo, esperando alguma coisa e quando colocaram os olhos em mim, tenho certeza de que muitos deles não gostaram nada da minha presença.


Era interessante o quanto eles resistiam a mim. Eu simplesmente só quero que todos fiquem bem. Já dei inúmeras provas de que podem confiar em mim, de que estou aqui para protegê-los e não para do seu lado. Entretanto, parece que o passado custa em sair de suas mentes, mesmo que eu tenha os libertando desta cidade amaldiçoada.


Que pisei na varando, eles se reuniram atrás de nós, murmurando, e um deles teve coragem para dizer em voz alta:





- O que essa bruxa está fazendo aqui? - Parecia que estava rosnando para mim. Me causou ainda mais nervosismo.


- Eu chamei. - Respondeu Adrian. - Ela pode ajudar o meu pai.


Bem, eu não posso dar tanta certeza disso. Mal consigo usar meus poderes para flutuar no ar.


- Ela não deveria estar aqui. É um lugar sagrado.


- Confio nela.


Gostava de ouvir isso. Mesmo eu tendo consciência pesada por saber de algo que Adrian não sabe. Eu e a minha maldição. Sou a causa dessa confusão toda.


- Não estou aqui para ferir alguém. - Já fiz isso. - Nunca direi a ninguém.


- Acha que vamos confiar em você? - Outro disse.


- Olha, - Adrian ficou chateado, desceu um degrau, os enfrentando. - Meu pai está morrendo. Seja lá o que for aquela coisa, o feriu de tal forma que nem mesmo a cura, nossa habilidade de nos curar, pode o salvar agora. - Todos permaneceram calados. - Os anciões são muito poderosos, com seus conhecimentos, mas nem eles estão conseguindo isso, então, acho melhor confiarmos em Luna, pois ela já provou, muitas vezes, que pode nos ajudar e nos proteger. - O peso dessa responsabilidade me deixou agoniada. Meu coração parecia que sairia pela boca. Se eu não conseguisse salvar Nathan, Adrian se decepcionaria comigo. Ele descobriria que, a culpada pelo aparecimento da bruxa primordial, e daquele demônio, sou eu. Não posso decepcioná-lo. Não posso deixar que esse homem morra. - Vou fazer de tudo para salvar o meu pai, e vocês deveriam fazer o mesmo.


Ninguém disse uma palavra, após isso. Aposto que Adrian viu o meu desespero, assim que seus olhos pousaram em mim.


Ele pegou em minha mão e levou para dentro da casa, onde encontramos Melissa, ao pé da cama, Nathan, gemendo de dor, e outras três pessoas mais velhas.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora