Capítulo 34

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O clima na escola estava morno. As pessoas estavam curiosas para saber o que estava acontecendo com Luna e Adrian. Há poucas semanas, eles se odiavam. Não podiam nem passar um perto do outro, e as faíscas eletrocutavam a todos. Brigas na frente do colégio, o ódio declarado que Adrian dizia sentir por Luna, e o mesmo da parte dela.

No entanto, hoje de manhã, eles pareciam um casal. Adrian a esperou na porta do colégio. Os dois passearam pelos corredores, de um lado para o outro, conversando e sussurrando segredos que ninguém poderia saber.

Todo mundo ficou impressionado, achando que aquilo era um sonho. Até mesmo Mary Ann, que até ontem acreditava que os dois se odiavam, já que Luna saiu da pista de boliche muito irritada.

Os dois não falavam abertamente sobre o que sentiam um pelo outro, e isso se estendia a todo mundo ao seu redor. Luna não ia comentar nada sobre o que aconteceu, sobre a mudança em como agia perto dele.

Adrian também não queria falar com seus colegas, que incessantemente o questionavam e faziam piadas que o irritavam. Há poucos dias, ele brigaria com todos, colocando-os contra a parede e socando até sua raiva sair. Isso era muito da sua fé. Porém, agora ele estava calmo.

Mesmo muito irritado com as brincadeiras, não ousaria fazer nada. Na verdade, Adrian estava ansioso para o término das aulas, quando poderia novamente encontrar Luna.

Já ela tentava se concentrar nas matérias. Não queria ir mal nas provas, e com todos os problemas de sua vida, isso poderia contribuir para que ela repetisse o ano.

A velha Luna não iria permitir isso. Ela era uma pessoa que gostava de se divertir, mas desde que pisou naquela cidade, tudo vinha mudando. O tempo para os estudos era curto. Óbvio, o clima ao redor dela corroborava para ela explodir. E o tempo para as aulas era curto.

A garota sentia o vento trazer os sussurros que a perturbavam o tempo todo. Eles diziam: "Venha até mim. Você tem que descobrir." Mas ela tentava ignorar. Ela tinha que ignorar.

Luna se dividia entre ser uma aluna exemplar e a primeira da turma, sendo uma simples garota adolescente de 17 anos e a recente descoberta de que era uma bruxa, com poderes e a responsabilidade de quebrar uma maldição.

Fora do colégio, ela se preocupava com tudo isso. Como iria aprender a usar sua magia e quebrar este feitiço em tão pouco tempo? Óbvio, as mulheres da sua família estavam lá, naquela cabana no meio da floresta, e uma delas parecia ter experiência com o caos, mas não o dominava.

Muito diferente de Luna, que parecia transbordar seus sentimentos, as sensações, tudo dizia a Luna que, em algum momento da sua vida, ela iria destruir tudo o que estava ao seu redor. Era o que mais temia.

Quando a menina se concentrou na aula da professora, que era a mais estranha, não no quesito literal ou físico, mas era uma sensação que ela sentia de que conhecia aquela mulher, ou que as duas tinham algum tipo de ligação. Já a professora não desfazia o olhar quando encarava Luna, com uma expressão malvada. Ela também era nova naquela cidade, tendo assumido no início do ano.

Quando a aula acabou, todos saíram, mas Luna continuou ali, distraída, até que a professora se aproximou, encostando a mesa onde a garota estava.

A presença da mulher, tão perto, lhe causou um arrepio macabro. Como se representasse um perigo invisível. Luna levantou, lentamente, seu olhar e enxergou um sorriso, aparentemente, amigável.

Seu sexto sentido apitava, dizendo para que se afastasse. Luna não conhecia muito bem, a mulher que todo o colégio amava. A professora era linda, belos cabelos ondulados, cor chocolate, que caia sobre o farto busto, usava roupas justas, mostrando suas curvas, coisa que Luna não gostava.

Achava que uma professora, no momento das aulas, deveria estar composta, e mesmo não mostrando nada explicito, ela entendia que, os meninos só amavam a aula de literatura, por cousa da bela feição da professora, não por interesse na matéria.

- Luna – Disse, rindo. A garota, sentindo a necessidade, tentou entrar em sua mente e descobrir o que ela estava pensando e o porquê sentia o risco eminente de ser atacada. – Venho observando você, desde que chegou.

- Há alguma coisa errada? – Levantou uma das sobrancelhas. As tentativas de descobrir seus segredos, falhava. Isso era curioso. A única pessoa, até agora, que podia resistir a isso, era Adrian, mas ela acreditava que, por conta de ser um metamorfo, era forte o suficiente para a impedir. Já a professora, não parecia ser um lobo. Eles saberiam. Não é?

- Vejo que se distrai muito, durante as aulas. – A aluna se calou, desviando seus olhos do dela, pegando seu caderno e pondo na mochila. – Está com dificuldade na matéria? Ou é algo psicológico?

Ela quis rir, mas não o fez.

- Não, mas, obrigada por se preocupar. – Se levantou, com esperança de fugir daquela sala. Era o que seu instinto dizia para fazer. – Tive alguns problemas pessoais, mas já foram resolvidos. Irei apresentar melhoras.

Desejando se afastar, ela dá passos para longe, contudo, a mulher segura em seu braço, a impedindo. É quando Luna sente um choque, que se alastra pelo corpo. Suas visões passam rápido diante de seus olhos.

Parecia estar de volta ao passado, assim como fez com Heloise. Uma vila, cabanas, pessoas simples, roupas medievais, bruxaria, rituais, fogo.

Assustada, Luna puxa seus braços, ao encarar a mulher, que achou estranha a sua reação. A garota engole em seco, não sabe o que dizer. O que foi tudo aquilo?

- Você está bem? – Pergunta, franzindo o cenho.

- Sim! – Diz tentando disfarçar o desespero. – Lembrei que tenho uma coisa importante para fazer. Desculpa.

Sendo assim, ela sai da sala, apertando seus livros, contra o corpo. Ela arruma a mochila, que quase caí do seu ombro. Ela quase corre pelos corredores, batendo nos alunos que estavam no meio do caminho.

Continua...

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora