capítulo 76

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- A bruxa primordial está aqui. - Luna estava nervosa. Seu coração batia tão rápido que mal podia respirar. - Por minha causa.

O burburinho das bruxas causou ainda mais apreensão nela, que começou a suar frio. Todas sempre falam o quanto ela é poderosa, e pode destruir a primeira bruxa, mas Luna pensava no quanto essa mulher podia fazer mal, antes que ela pudesse descobrir como fazer isso.

- Isso era um risco - disse a avó, a deixando perplexa. - Está Provavelmente irritada por sentir que a sua maldição foi, parcialmente, quebrada.

- Vocês sabiam que ela viria atrás de mim? - Luna estava exalada. Olhou para as mulheres, que não se sentiam nenhum pouco culpadas. - Eu libertei a alcateia da prisão, mas abri uma porta para que a primeira bruxa viesse e os machucassem. O que faz de nós, melhor que ela?

- Fique calma - Pediu a mulher, que amava muito sua neta, e sabia do seu potencial. Entretanto, naquele ponto, Luna começava a nutrir uma raiva, fora do comum. Isso era perigoso, pois quando a raiva a segava, o caos tomava lugar da razão. - Você pode derrotá-la.

- Ai, está o problema - Apontou, dando passos a diante. Ela olhou para cada mulher, de dizentes tipos, formas e cores, sem acreditar no que estava ouvindo. Sua mãe permanecia calada, também chateada. Afinal, sua filha poderia ser alvo da fúria da bruxa primordial. Se ela tivesse aberto seu poderes, para conhecimento de todos, talvez, nada disso estaria acontecendo. - Eu não sei nem como me controlar, como vou derrotar uma bruxa, de milênios de anos, com experiência, e lacaios do inferno?

- Use o livro, ele tem tudo o que precisa saber. - Falou uma das mulheres. Luna cerrou os olhos, querendo matar, uma alma já morta. - Não adianta se sentir mal ou se arrepender, criança. - "Elas acham que sou uma garotinha burra, que vai fazer tudo o que elas querem?" - Era obvio que a bruxa primordial veria seu poder, seu potencial, e desfazer a maldição, a despertaria. Não sabíamos que ela tinha o poder de sair do inferno, já que estava presa a ele.

- Ela está bem aqui, sinto seu poder. - Explicou Luna.

- Pode ser um portal invisível. - Dessa vez, uma velha conhecida. Aquela que deveria ensinar Luna, a controlar o caos, novamente apareceu. A mulher tinha o estilo mais debochado e seguro de, sim, entretanto, naquele momento, só causava mais raiva na garota. - Quando a bruxa terminou o seu legado, foi arrastado pelas bestas, para seu lugar de punição e servidão. - Explicou, dando voltas. - Claro que com o tempo, ela conseguiria uma forma de os controlar, de... usar os demônios ao seu gosto, a mulher sempre foi ardilosa. O poder flui das suas veias, por isso, até hoje, as descendentes dela usam de tal habilidade.

- Ótimo, tem algum plano para derrotá-la e trazer o alfa de volta? - Perguntou, sétima.

- Você abriu um portal, jogou o demônio no inferno, ele legou consigo, a alma do alfa, e está o usando. Acredito que a bruxa esteja fazendo o mesmo?

- Como assim? - Luna franziu o cenho.

- Seu corpo já se desfez a seculos, - Então, Luna começou a pensar no que ela estava dizendo. A bruxa poderia estar ali, mas não com seu corpo. Estava usando de alguém. Bem, a professora já tinha sido expurgada, então, não era ela. Mas, então, quem seria? - Obvio que a mulher abriu uma brecha, sua alma está aqui, canalizando seus poderes. Ache a casca, exorcize.

- E o alfa? - Bem, essa o objetivo principal.

- O alfa - A mulher olhou para as demais, como se falassem entre si, uma coisa difícil de se dizer em voz alta. - Acho que ele não tem volta.

- O quê? - Ela olhou para elas, perplexa.

- Luna, veja - A avó interviu. O olhar da garota a alcançou com tanta raiva, que fez a velha estremecer. - Quanto mais tempo ele passa lá, mais a sua alma se desliga do corpo. Nunca trouxemos uma alma do inferno.

- Se a bruxa está aqui, ele pode voltar. - Apontou.

- Ela é uma bruxa, usou de magia oculta para fazer isso, o alfa é apenas um homem, no inferno. - Explicou.

Ela se perguntou, como fazia para resolver essa situação. Luna se perdeu em sua mente. Achou que as bruxas a ajudariam a trazer Nathan de volta, mas elas estavam mais preocupadas com a primeira bruxa, do que com o alfa.

Luna prometeu que traria Nathan de volta. Ela não decepcionaria Adrian.

"O livro das sombras" alguém, que não estava ali, sussurrou em seu ouvido. "Você terá o poder que precisa."

A menina olhou para trás, buscou pela pessoa, mas não havia ninguém ali. Ela até achou que fosse a bruxa, mas a energia que emanava, era bem familiar. Como se ela já conhecia e confiava.

- Eu não sei onde está. - Disse, confusa.

- Onde está o quê? - Perguntou a avó. Foi aí que ela percebeu. Não podia dizer nada. As bruxas não a ajudariam, mas de uma coisa, elas tinham razão. Luna era bem mais poderosa do que a primeira bruxa. Faria o que fosse necessário, para salvar o pai de Adrian.

- Não é nada, foi apenas um pensamento sobre a bruxa. Eu não sei onde ela pode esta. - Mentir já tinha se tornando fácil. Como o fluxo de um rio. - Vou achar uma forma de salvar o alfa, e destruir a bruxa. Assim como fiz com a outra.

- Tome cuidado. - A outra falou. - Vimos do que é capaz, é bem mais poderosa do que poderíamos imaginar. Se deixar o caos dominar você...

- Não se preocupe. - Disse com ironia. Luna já estava de saco cheio das mulheres que não a ajudaram em nada. - Sou a única pessoa que pode conhecer o caos. Vou saber como controlar.

- Espero que sim, ou ele vai dominar você, e a forçará a ser uma...

- Acho que já está na hora de ir. - A interrompeu.

Luna deu as costas, deixando o coven em silêncio. Elas sentiam que a garota tinha planos além do que falou. Elisa tinha completa ciência disso, conhecia sua filha.

- Cuide dela. - Falou a velha, olhando para a filha. - Luna é muito poderosa. E o caos é ardiloso.

- Não deveriam ter dado a ela tanto poder. - Falou, irritada. Elisa odiava pensar que sua menininha estava no meio de tanta coisa que poderia a machucar. - Se conheço bem a minha filha, ela tem seus próprios planos, espero que isso não a tire de mim.

- Vamos sempre estar aqui.

- Estão em outro plano. - Lamentou Elisa.

- Não se engane, - a velha alertou. - Nosso coven pode estar no segundo plano, mas você é um tipo especifica de bruxa.

- Há é? - Ela levantou uma das sobrancelhas.

- É uma canalizadora. - Explicou sua mãe. - Significa que pode usar nossos poderes em conjunto, nos convocar quando quiser, e até, tirar o poder de outra bruxa.

- O quê? - Ficou impressionada. - Eu nem sabia que isso era possível.

- Se tivesse aceitado quem era, antes da minha partida, eu teria lhe ensinado muita coisa.

Isso calou Elisabete, que se martirizava por cada coisa que fez. Sua mãe tinha razão. Ela se negou a ser quem era e isso a deixou no escuro.

- Vou tentar ajudar a Luna. Só espero que ela não se afaste, ou cometa erros que não tem volta.

- A menina vai errar, será imatura, você só tem que está do lado dela.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora