Capítulo 23

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- A bruxa primordial é nossa ancestral. Está conectada com todas nós, então sim, ela pode ver você. – Explicou. Então, era mesmo a maluca. Estava mais velha, contudo, porque estava fazendo aquilo? – Ela sabe que está aqui e vai usar você.

- Espera, como assim? – Arregalei os olhos. – Não basta ter lobos, caçadores, uma bruxa que está atrás de mim, agora tenho que lidar com a louca?

- O que viu, foi um sacrificial. – Explicou.

- É, ficou óbvio. – Fui irônica.

- Quando se transformou e ganhou os poderes, ela doutrinou outras mulheres. Elas eram conectadas a ela, por isso podiam usar o poder. – Enquanto ela contava a história, minha mente vagava na lembrança. – O sacrificial era a forma de alimentar o poder.

- Espera! – Arregalei os olhos. – Nosso poder vem de sacrificial?

- Enquanto ela era viva, se alimentava disso. Após a morte, ela foi para seu lugar guardado no inferno, e é de lá que vêm o que usamos.

Isso é mais louco do que eu imaginava. Não quero nada disso.

- Vó, eu não quero esse poder. – Parecia que eu estava entrando em pânico. – Isso é errado.

- Não tem como voltar atrás.

- Tenho como recusar. – Expliquei. – Não vou mais...

- Luna, não seja boba. – Veio até onde eu estava, com aquela expressão típica. Sempre me repreendendo. – Não pode recusar. Mesmo que não pratique, vai despertar o poder, pouco a pouco, e dessa vez, podemos fazer o certo.

- Certo? – Franzi o cenho, revoltada. – Aquela mulher pode me usar para fazer o mal. Pode machucar mais pessoas.

- De fato. – Isso não estava me ajudando em nada, apenas pondo mais medo em mim. – Mas, você foi forjada.

- Forjada? – Duvidei. – Quer saber, vou sair desse lugar.

Eu realmente estava chateada. E nada do que me disse, me ajudou a aceitar o que sou. Apenas descobri que tenho o sangue de uma assassina lunática.

- Você foi forjada por todas as bruxas, que descenderam dela. – Falou, ainda na varando, enquanto eu andava para longe. – Luna! – Me fez parar, mas evitei olhar para trás, o que não a impediu de continuar falando. Apertei as mãos, sentindo que iria explodir da tanta raiva. Sou apenas um boneco na mão dessas bruxas. – Nós esperamos por você. Não sabíamos quando chegaria. Você é uma lenda. Um feitiço que pode quebrar tudo o que aquela mulher fez.

- O poder que me foi concebido vem de um lugar inóspito e horrendo. – Apontei, virando-me e batendo o pé.

Então, algo diferente aconteceu. O boque foi atingido por uma ventania, que espalhou as folhas secas no chão. Enquanto eu estava no centro.

Fiquei assustada, sem saber o que estava acontecendo. Se era eu ou outra coisa. Então, mulheres apareceram. Cada uma, com um tipo de vestimenta diferente. Parecendo de épocas diferentes. Acreditei que era a velha, que veio atrás de mim, contudo, elas apenas pararam, fazendo um círculo, comigo no centro.

- Você não é como ela. – Uma delas disse. Era jovem, cabelos longos, grisalhos, tinha um rosto pacifico. Eu não fazia ideia de quem eram aquelas pessoas.

Olhando para a minha avó, ainda na varanda, ela parecia calma.

- Por enquanto, usa o poder da bruxa ancestral, mas irá evolui, se praticar, e se tornará mais forte e poderosa.

- Olha, não sei quem vocês são, contudo, não quero fazer parte de uma seita bizarra, onde mulheres foram sacrificadas. – Expliquei.

- Menina – Atrás de mim, outra mulher, dessa vez, de pele mais escura, belos cabelos cacheados, usando roupas da década de cinquenta, veio até mim, diferente das demais, que permaneceram no lugar. – Você é uma feiticeira. Uma criança forjada para derrotar a bruxa primordial.

- Derrotar? – Arregalei os olhos.

- Sim, - ela continuou. Parecia ser uma mulher de personalidade forte e bem-humorada. – Tem o sangue dela, mas não tem a influência, que nós tínhamos, quando éramos vivas.

- Ainda não entendo?

A mulher estalou os dedos e, do nada, o livro que eu segurava e havia desaparecido, apareceu em suas mãos.

- Este livro contém rituais e magias. Ocultismos. Entretanto, nem tudo nele fala sobre a magia concedida pela primeira bruxa. – Ela o abriu, mostrando uma página onde há desenhos de uma mulher, em cima dela, uma estrela, a lua, no canto direito, e outras coisas, que flutuava ao seu redor. – A escolhida. Você percebeu que sofreu influência da lua? – Tentei lembrar, franzindo o cenho e forçando o cérebro. – Não. – Acabou percebendo. – Ainda não consegue dominar o caos.

- Caos? – Fiquei chocada.

- É um poder totalmente diferente. Sem controle, e que, não tem regras. – Explicou. – Você deve tomar cuidado, pois, quando despertar, pode não ter controle. – Explicou, me deixando mais apavorada. – É um poder primordial, que, para a primeira bruxa, era apenas uma lenda. Mas, durante os séculos, todas nós, aqui presentes, estudamos e, descobrimos como forjar uma feiticeira, que usaria o caos para derrota-la.

- Eu?

- Sim, mas, para que funcione e, não se desvirtue da realidade, unimos você ao herdeiro lobo, escolhido. Ele será rei, e você, estará ao seu lado.

- Muita informação. – Balancei a cabeça. – Como vou usar a magia do caos, se não tem regras?

- Vai descobrir, já que, nenhuma de nós, usamos a magia. Ela vai usar você, porém, deve ter autocontrole, pois, assim como é extremamente poderoso, é destrutiva.

- Não acha que vou acabar matando alguém?

Elas riram. Como se isso fosse uma piada.

- Você é uma boa garota. – Revirei os olhos, incrédula. – Cuide do seu emocional. Assim que o caos a dominar, ele será despertado de diversas formas, e a chave é: se controlar.

- Nossa, vocês ajudaram muito. – Fui irônica.

- Aprenda a ler os feitiços. Isso a ajudará. – Me deu o livro.

Eu tinha milhares de coisas para perguntar. Tenho tantas questões que não posso nem mensurar. Contudo, elas, simplesmente sumira. Eu estava novamente na cabana e, sozinha

O livro permanecia em minha mão, mas minha cabeça estava em outro lugar.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora