capítulo 57

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Por um breve minuto, me perdi em mim mesma. Estava mais do que confusa. Senti medo de mim mesma. Assim como todos eles.

Tudo que eu me lembro é que eu estava com a mãe da raiva. É que eu queria proteger as pessoas que eu amava.

Eles estavam sendo atacados. Nem imaginei fazendo coisas que normalmente não aprovo, como por exemplo: esganar a bruxa.

Olha onde você é uma mulher, que está no chão, totalmente diferente da professora de literatura.

Aos poucos a minha memória volta, e consigo ter noção do que aconteceu.

— O que eu fiz? — O olhei ainda confusa. Senti a minhas mãos pegar fogo. Assim como a minha raiva, minutos antes. Tudo que eu menos queria era me descontrolar dessa forma. — eu machuquei alguém?

Adrian permaneceu me encarando, com o cenho franzido. Eu queria poder entrar em sua mente e saber o que ele está pensando de mim. Entretanto, eu não vou usar os meus poderes como esse propósito, sem que ele queira.

Eu não sou esse tipo de pessoa. Não quero machucar ninguém, nem invadir a mente, de quem não quer que eu saiba o que está sentindo.

— Você... Conseguiu derrubar a bruxa.

— Eu estava com muita raiva. — Falei, novamente sentindo a energia pulsar em minhas veias. Todas as vezes que eu lembrava disso. Era como um rio, no qual eu não conseguia controlar o fluxo. — Acho que exagerei.

— Ainda não sei o que aconteceu. — Ele também se perdeu em seus pensamentos. — Só lembro de sentir que precisava de mim.

— Acho que essa história de ligação, não vai nos agradar por muito tempo.

Ele, confuso, me fita desacreditado.

— Porque acha isso?

— Se sempre correr até mim, quando eu precisar, sempre estará deixando sua vida pela minha, e... Não quero que corra perigo por minha causa.

— Não é você quem decide. — Pareceu chateado. Franzi o cenho. Ele levou para o pessoal.

— Adrian — Melissa apareceu, nervosa. Veio em nossa direção, me afastei para que os dois pudesse conversar. — Fiquei preocupada.

Nathan também veio. Mas ele estava olhando fixamente para mim. Não mudou o que pensava sobre a meu respeito. Isso dava para sentir.

Resolvi dar espaço, fui até a minha mãe e ela me deu um grande abraço forte. Não estava esperando. São poucas as vezes que ela faz isso.

Confesso que foi reconfortante.

— Você está bem? — Me fitou, preocupada.

Bem, eu não sabia se estava bem.

— Eu surtei — Baixei a cabeça, envergonhada. — Não controlei a minha razão. Eu não queria machucar a mulher, só a fazer parar.

— E você fez. — A voz branda, tentava me convencer disso. Seus dedos colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. — Eu sei como é. — Franzi o cenho, não entendendo o que ela quis dizer. — ter esse poder e não saber controlá-lo.

— Achei que não tinha poderes. — Essa era uma questão bastante interessante para se perguntar.

Minha mãe deu um leve sorriso. Não foi de felicidade. Ela apareceu descontente.

Então, ela tirou, por baixo da blusa, um pingente. Era outro tipo de pedra preciosa. Sua cor era branca, mas havia momentos que ela ficava transparente.

— Quando conheci seu pai, eu realmente não sabia que tinha poderes, como minha mãe. — explicou, ainda segurando a pedra, a encarando. — ele me contou que era um caçador. Mas eu já tinha me apaixonado por ele. Fiquei com tanto medo, que decidi reprimir. — ela realmente conseguiu me impressionar. — mas como o tempo isso, foi ficando mais forte.

— Escondeu por todos esses anos?

— Encontrei uma outra bruxa, que me deu esse pingente. Ela disse que isso servia como uma capa protetora. Iria sugar os meus poderes. Entretanto, eu ainda posso manipular quando eu quero.

— O papai não sabe?

— Não. — fico triste. — mesmo me amando, e aceitando a minha origem, e ainda é um caçador. Ainda odeia os seres sobrenaturais.

— Se ele realmente ama você, vai aceitar lá do jeito que é.

— Não é assim que funciona. — Baixou a cabeça. — você viu os seus tios. Se cogitarem, se pensarem na ideia, de que nós duas fazemos parte de uma linhagem de bruxas eles, com certeza, irão esquecer que somos da família.

— Isso não significa que o papai faria tal coisa.

— Seu pai esconde de todos, a minha origem, se falar que consigo usar meus poderes... — Minha mãe se perdeu em seus pensamentos. — Bem, eu não sei.

— Já chega de mentir e esconder. — Falei, pegando em sua mão. — Não podemos reprimir isso. Esconder o que somos, só para agradar o outro. — Seu rosto tomou uma cor viva, ao dar um sorriso. — Se ele nos ama, vai nos aceitar. Não tem outra forma.

— Você é mais madura do que eu imaginava. — Ela novamente me abraçou. Dessa vez, senti como se estivesse leve.

— Vamos embora — Ouvi a voz de Nathan, que começou a ficar alterado.

Ao me separar de minha mãe, olhei em direção a família. Isso aí percebi que haviam outros, rodeando aquele lugar.

Dava para sentir a energia queimavam. Lobos. A alcateia. Estávamos no meio deles.

— Eu sabia que iria fazer isso. — Adrian disse, desanimado. Eu sabia que era por minha causa. — Não entende...

— Não tem o que entender — respondeu com brutalidade. — Ela é uma bruxa. Descendente...

— Sim, senhor Bolton, sou descendente da bruxa primordial. — Interferi, ao me aproximar.

Todas da minha família, vieram em nossa direção. De um lado, havia os lobos, e do outro, as bruxas. Ele olhou para mim com tanto ódio que poderia me reduzir a nada, apenas com seu olhar.

— Está na hora de deixar a rivalidade. — Disse a minha avó.

— Não quero discutir com vocês, bruxas. — ele estava quase rosnando para nós.

Eu não estava com paciência para brigar com as pessoas. Me sentia exausta apenas por ter lutado contra a bruxa.

— Temos que quebrar a maldição, hoje. No pico da lua cheia. — Falou uma delas, alheia a briga.

— Vamos todos voltar para as nossas casas, já deu por hoje. — Nathan era realmente irritante. Se colocasse ele e meu pai, em um quarto, eles se anulavam.

— Não, eu vou ficar. — Disse Adrian, vindo para o meu lado, fazendo com que o pai, parasse e o encarasse.

Continua...

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora