capítulo 43

53 7 2
                                    

Ela foi engolida pelas visões, vendo flashes da noite em que Kate foi morta. Sentiu o medo e a dor de Kate, viu os olhos frios e impiedosos de seu assassino, e a escuridão que envolveu tudo.

Era como se estivesse lá, vivendo o último momento da garota.

A bruxa foi cruel, usando outra pessoa, um homem, no qual não dava para ver seu rosto. Ele pegou Kate, que se debatia, e a levou de floresta a dentro. Ele a jogou no chão, nos pés na mulher, que estava vestindo um vestido preto, moderno. Ali, Luna só conseguia ver o que a própria Kate viu, e ao levantar o rosto, Kate enxergou a mulher.

A professora. Os olhos arregalados de Luna presenciaram algo terrível. A garota teve seu corpo levado, por magia, até o altar, onde não pode se mexer. A professora, que havia se revelado, ser a sua maior inimiga, empunhava a adaga, que não era nova, aos olhos de Luna.

Era a mesma usada naquele ritual, séculos atrás, pela bruxa primordial.

Quando as visões finalmente cessaram, Luna estava tremendo. Ela encarou o corpo, com horror, acreditando que a alma de Kate ainda estava presa naquele momento.

Lagrimas se formaram em seu rosto, que caíram sem que ela percebesse. Luna empurrou a gaveta, fechando e, ao ouvir uma voz masculina, atrás dela, deu um grito que ecoou pela sala.

- Eu disse para.... – Adrian se assustou com o som que saiu da sua boca. Ele arregalou os olhos, com medo de que alguém tivesse ouvido. Então, foi até ela, a fitando, assustado. – Está doida? – Murmurou. – Alguém pode nos encontrar aqui.

- Seu idiota. – Ela começou a chorar, do nada, deixando Adrian sem reação. – Por que está aqui?

- Desculpe, eu nãos quis... – Ele franziu o cenho, achando que foi sua arrogância que a fez chorar. Ele pegou em sua mão e tentou acalma-la. – Me perdoe, eu não....

Luna o abraçou forte, deixando seu interior vazio, de tanto que chorava. Ela estava desesperada, sem saber o que fazer. A bruxa sempre esteve bem debaixo do seu nariz, e estava manipulando a todos.

- Ela foi sacrificada. – Conseguiu dizer, entre seus soluços. – Eu não sei dizer, o porque ela fez isso.

- Luna, fica calma, eu sei que...

- Você não sabe de nada. – Se afastou dele, limpando o rosto. – É a nossa professora de literatura. Ela é a bruxa.

- O que? – Ficou horrorizado. – Como...?

Era obvio. Luna conseguia ver e prever as coisas.

- Adrian, ela está manipulando tudo. Com certeza quer algo de mim, e eu não sei como me livrar dela.

Então, Adrian lembrou do porque ele correu atrás de Luna.

- Você e sua família, tem que sair daqui. – Disse, indo, novamente, até ela. Luna franziu o cenho, sem entender. – O xerife... bem, ele é um de nós. Meu pai.... olha, ela deixou um cachecol seu. – A garota arregalou os olhos, surpresas. – Estava na cena do crime, meu pai sentiu o seu cheiro, e pior, ele tem um amuleto magico que identifica bruxas.

- Mas... – Ela ainda estava confusa.

- Você tem que ir, ele vai encontrar você, e eu sei que não foi você quem matou a Kate, contudo, ele odeia bruxas, sabe que não concordo totalmente com essas ideias radicais, vai pensar que está me manipulando.

- Não posso ir – Ela se opôs, irritada. – Tem a maldição, a bruxa....

- Olha, eu não sei o que ela quer, mas está colocando a culpa pela morte de Kate, em você, então, tem que ir. Os lobos vão caçar aquele cheiro e eles podem encontrar você e sua família.

- Não tem como eu ir. O que vou dizer? Meu pais não sabem quem sou, não sabem sobre lobos, quer que eu...

Ele estava inquieto. Sabia que ela tinha razão, porém, Adrian estava de mãos atadas.

- Luna, eu... eu amo você. – Foi a primeira vez que disse isso. Ela não estava preparada. Eles se gostavam, queriam ficar juntos, mas com tantas coisas, romance era a última coisa que pensavam. – Têm essa coisa de eu proteger você, e não consigo resistir, nem quero, só que estamos falando da minha alcateia, do meu pai, e eu não consigo lutar contra ele. Não posso machuca-los, então, estou de mãos atadas.

- Podemos chegar até ele, contar a verdade e...

- Não! – Ele achou essa ideia, um absurdo. – Acha que meu pai vai acreditar em você?

- Sou apenas uma adolescente, não uma bruxa maquiavélica. – Explicou ela. – A real inimiga não sou eu.

No fundo do seu peito, Adrian sentia dor. Ele estava dividido. Nunca machucaria Luna, isso era impossível, assim como não podia ficar contra seu pai. Ele era o alfa, mais que isso, seu pai, e Adrian nem tinha 18 anos, não se transformou. Mesmo sabendo que seu pai não o mataria, seria fácil o prender.

- Eu queria que fosse fácil. – Acariciou seu rosto, sentindo seus olhos arderem. – Acredite em mim, ele não vai se importar.

Luna sentia a frustração. Ele falava a verdade. Sentia, até, o amor que dizia sentir por ela.

- Qual a outra opção? – Ela se questionou. – Todos nessa cidade, correm perigo. Se eu a deixar aqui, vai matar mais pessoas, até mesmo, seu pai.

Adrian queria ter a resposta para todos os questionamentos, mas não tinha.

- Olha, vai para casa. Vou falar com a minha mãe, ela não é como ele. Podemos tentar o convencer, mas por enquanto, não usa seus poderes, e fica longe do meu pai.

- Não é como se eu fosse correndo até ele. – Deu uma risada, mas nada disso era divertido. Ela sentiu a preocupação de Adrian, e desejava o satisfazer. – Tudo bem, vamos para casa. Tenho que achar o feitiço para quebrar a maldição, e arranjar uma forma de acabar com essa bruxa.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora