capítulo 71

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Eu sinceramente não faço ideia do que fazer. Não quero que nada de ruim aconteça com o Adrian. Eu o amo e ele é muito mais do que só um namorado. Pensar em viver longe dele depois de tudo o que aconteceu é como um interrupto psicológico onde eu estaria no próprio inferno. Mas, se o que Nathan falou foi verdade, significa que você é a ruína dele ou da família dele, e não é o que eu quero. Eu não vim até aqui para prejudicar o Adrian, muito menos o pai dele. Não faço ideia do que significa ser a ruína dele. Mas, sobre profecias, eu entendo. Mesmo que você tente mudar tudo o que ainda acontece. Sei que devo ser lógica e deixar o sentimental para depois. Mas eu estava falhando. Parece que mesmo tirando algumas coisas do meu caminho, sempre aparecerão outras para impedir que eu fique em paz. Neste exato momento estou olhando fixamente para frente. Mas, não escuto nada do que o professor está falando. Minha mente está imersa em meus próprios pensamentos. Só consigo voltar ao mundo real quando ouço o barulho do sinal indicando que a aula havia acabado. Mary Ann, antes mesmo de se levantar, me olhou fixamente. Eu estava guardando os meus materiais e senti o seu olhar em mim. Quando levantei os olhos, ela me perguntou: — O que deu em você? — Ela estava com as sobrancelhas unidas, no topo da testa, me deixando nervosa. — Não prestou atenção na aula, e... Parece que está com problemas. Está tudo bem com você e o Adrian. Parece que ela acertou na mosca. Eu não podia dizer os reais motivos de ele ficar tão distraída e preocupada. Sim, tinha a ver com o Adrian, mas era outro segredo. Para explicar o porquê ele estava tão assim, eu teria que também explicar o porquê de tudo. Ele ser um lobo, eu ser uma bruxa, ter uma profecia e...


Bem, eu opto por simplesmente dizer uma desculpa qualquer para que ela perca o interesse no assunto. Mesmo eu sabendo que Mary Ann não faria isso. Ela era a pessoa mais curiosa que eu já conhecia em toda a minha vida. Tagarela também. Adorava falar muito e muitas vezes eu me perdia em meus pensamentos porque não tinha desejo algum de conversar com ela ou debater sobre seu assunto.


Sei que isso me torna uma pessoa má, uma mica péssima, mas sou assim. E para não ferir os seus sentimentos, resolvo me calar e fingir que entendi tudo que ela falou. Sinceramente, eu realmente queria que minha melhor amiga soubesse dos meus problemas.


Eu queria conversar com ela e pedir conselhos, mas ela era uma pessoa comum, uma mica comum. Não acho que ela lidaria bem com a informação de que há bruxas perambulando por aí, lobisomens e muito mais que eu ainda não sei.


— Problemas de casais — Dou um sorriso amarelo, continuando guardando as minhas coisas.


— Somos amigas, — tocou no meu braço. Senti como se algo passasse por minha espinha, dando-me um frio na barriga, aterrorizante. — Pode me contar. Seja lá o que for.


Essa foi uma sensação que jamais senti. Me deixou ser ar, meu coração acelerou, como se eu estivesse diante de algo novo e perigosa.


Olhei para Mary, no fundo dos seus olhos, buscando alguma resposta para as minhas dúvidas, e só vi escuridão. Como se ninguém existisse lá dentro.


“O que está acontecendo?”


— Luna — A voz de Adrian, atrás de mim, despertou-me para a realidade. Me virei tão rápido que movi a cadeira, embaixo de mim. Ele sabia que tinha algo errado. Ouvia os batimentos frenéticos do meu coração. Resolvi sorri, nervosa, pegando a bolsa, fechando o zíper, e levantando.


— Desculpa, me esqueci que estava esperando. — Bem, ele não estava. Acreditei que percebeu. — Mary, depois conversamos, tenho que ir. — Peguei no braço de Adrian, e praticamente o arrastei dali.


Naquele momento era irrelevante. Tudo que ouvi de Nathan tinha algo muito estranho. Como se já não bastasse o que eu tinha ouvido do pai do meu namorado. Agora eu sentia que havia coisa bem pior acontecendo com Mary Ann.


Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora