capítulo 12

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Essa noite foi muito estranha para Luna. Parecia que ela estava em um sonho no qual nunca acordava. Ela jamais acordava. Mesmo fechando os olhos, espremendo e pensando muito, muito mesmo em acordar.

Quando saiu para o colégio, ela não fazia ideia do que iria acontecer neste dia de lua cheia. Estava tão presa em seus pensamentos que ela simplesmente esqueceu de tudo. Apenas lembrando daquele sonho, ou daquele plano no qual ela transitava entre os vivos e os mortos. Assim como sua avó havia dito.

Uma maldição?

Ela repetiu em sua cabeça.

As pessoas que aqui estão?

Ela não entendeu. Não deu muito tempo. Quando achou que teria respostas, foi trazida de volta, sem saber o final da história.

Ela tinha que entender melhor tudo que estava acontecendo, ou simplesmente, como sua mãe mesmo disse, sua avó era louca e Luna estava seguindo seus passos, mesmo não querendo.

Notando que estava há muito tempo distraída, ela piscou os olhos, balançou a cabeça, virou o fundo e tentou prestar atenção no que a professora estava dizendo.

Ela estava nervosa, não parava de mexer na caneta, como uma forma de relaxar, contudo não estava conseguindo, ela falhava e se remoía por isso.

Quando a aula acabou, ela colocou as coisas dentro da sua mochila e voltou para o corredor, ainda distraída. Parecia que Luna estava presa em sua mente, sem saber como se libertar, mas um detalhe sutil a fez voltar à realidade e ficar bastante curioso.

Na verdade, este detalhe vinha de uma pessoa na qual ela devia odiar, mesmo não conhecendo muito, como se já não bastasse todas as suas questões familiares e sobrenatural, ela ainda tinha que se distrair e preocupar com um colega de escola no qual a deixava maluca, literalmente.

Voltar ao dia anterior, naquela salinha, era bastante perturbador, porque Luna não queria, de forma alguma, esquecer tudo o que acontecia, as sensações que Adrian a fez sentir, o seu coração batendo forte no peito, o desejo de beijá-lo, mas graças a Deus, Mary Ann chegou, a tirando dos seus pensamentos mais perturbadores.

- Você não parece que dormiu bem. – Comentou, com uma careta.

Luna virou-se, abriu seu armário, e disse, em sussurro.

- Eu nem dormi. – Revirou os olhos. Sua alma, realmente, estava cansada. Parecia ter ficado acordada a noite toda.

- O que você disse? – Ficou curiosa.

Luna não desejava revelar seus devaneios com a nova amiga, que ele nem tinha percebido, mas acabou aceitando a sua amizade.

Era melhor ter Mary como amiga, do que ficar sozinha, naquela cidade super estranha.

- Nada. – Deu um sorriso nervoso. – Fechou o armário. – O que temos hoje, de novidade?

Mary era a porta voz das melhore fofocas. Mesmo não fazendo parte do grupinho mais popular do colégio, ela sabia de muita coisa. Inclusive sobre a vida delas.

- Adrian, outra vez, não veio para o colégio, e...

- Espera – Se interessou. Ela não queria, contudo, não conseguia evitar. – Adrian não veio? – Franziu o cenho. Ela pensou: será que foi por conta de ontem? Talvez seu pai tinha descoberto seu romance com a professora de química. – Outra vez?

Muitos mistérios. Londres parecia bobo, comparado a aquele lugar, que todos os dias tinha algo que a surpreendia.

- É que ultimamente, Adrian sempre falta nos dias de lua cheia. – Elas começaram a andar pelo corredor, enquanto Luna estava curiosa pela fofoca. – Bem, acho que ninguém percebeu isso, além de mim.

- Lua cheia? – Se perdeu em sua mente, tentando entender. Ela lembrou do que sua avó disse: amanhã é dia de lua cheia. Muitas revelações. Decisivo. – Isso tem um motivo especial? – Quis saber mais.

- Bem, não sei. – Desapontou. – Eu, em particular, acho aquela família estranha. Talvez eles podem fazer parte de uma seita. Eu acredito que assim, pois o pai de Adrian, tem muitos seguidores.

- Seguidores? – Deu um sorriso, sem acreditar no que a amiga falou. Elas entraram em uma sala, onde teriam a próxima aula, sentaram juntas, na primeira fila, e Luna, não perdia por esperar, por mais respostas. – Seita?

- Não estou de brincadeira. – Mary olhou para a amiga, ofendida. Achou que Luna estava rindo da sua cara, como os demais faziam. – Tem uma vilinha, perto da mansão deles. Além disso, Nathan Bolton 'tem um grupo, da elite, que são bizarros. Eles são discretos, se encontram em um lugar estranho, no meio da floresta.

- Como sabe de tudo isso?

Luna estava impressionada com a grande quantidade de informação, bizarra, que sua amiga tinha. Porém, ela não achava que havia uma seita, demoníaca, naquela cidade.

Bem, ela achava, até lembrar do que sua avó, morta, havia dito. Tinha uma maldição. Uma bruxa. Criaturas sobrenaturais. Então, isso até poderia ser real.

- Tem vezes que saiu por aí, só para caminhar. – Comentou, agora, mais baixo, pois os outros alunos estavam começando a chegar. – Vi quando o grupo se encontrou. Do nada, eles sumiram. Não fui mais longe, estava escuro e tive medo de me enfiar nesse meio.

Luna, não fez mais perguntas. Não era hora para isso, já que a aula estava prestes a começar. E mais uma vez ela se perdeu em sua mente. Se Mary Ann estivesse certa, as coisas na qual ela evitava tornar real, estava prestes a acontecer.

Mas para isso, ela tinha que aceitar que fazia parte de uma família de feiticeiras, que seus poderes estavam despertando e que, de alguma forma, ela encontraria o filho de um alfa. Contudo, que alfa?

Lobos selvagens?

- Vamos começar a aula. – A voz da professora a despertou.

A mulher, de cabelos loiros, tinha uma aparência muito bonita, era confiante e passou um tempo encarando Luna.

- A professora nova não para de olhar para você. – Comentou Mary, murmurando, quase ao pé do ouvido da amiga.

Notando que estava sendo muito direta, a mulher voltou a prestar atenção nos outros alunos.

"Tome cuidado." Algo sussurrou no seu ouvido. A voz era conhecida. Algo familiar. "A bruxa está a sua procura."

Luna arregalou os olhos, ao abrir seu caderno. Parecia que ela havia descoberto um segredo. Mesmo não fazendo muito sentido ela ouvir aquela voz, no meio do dia.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora