capítulo 52

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Luna desceu do carro, seus olhos imediatamente se fixando na imponente estrutura do colégio. A escola, um majestoso castelo gótico, erguia-se contra o céu cinzento, suas torres alcançando as nuvens. O coração de Luna acelerou ao contemplar a magnitude daquele lugar que sempre a fazia se sentir pequena e insignificante.

Respirando fundo, ela tentou ignorar o turbilhão de emoções que a dominava. Medo, ansiedade, e uma sensação estranha de estar sendo observada. Cada passo que dava em direção às portas de madeira maciça parecia ecoar pela eternidade. Ela desejava passar despercebida pelos colegas que se aglomeravam nos corredores, mas sentia todos os olhares sobre si.

Subindo as escadas, o barulho ao redor foi diminuindo gradualmente até que apenas seus próprios passos podiam ser ouvidos. No último andar, a torre mais alta do castelo, estava a sala que poucos visitavam. Ali, longe do movimento incessante do colégio, Adrian a esperava.

A porta rangeu ao abrir, e Luna entrou, ofegante. A sala estava praticamente vazia, exceto por uma mesa antiga e algumas cadeiras empoeiradas. A luz fraca revelava a figura de Adrian, encostado à mesa, o rosto tenso.

Ao vê-la, ele deu um passo à frente, e a porta se fechou atrás dela com um som seco. Sem uma palavra, os dois se abraçaram, seus corpos se moldando como peças de um quebra-cabeça. O beijo carinhoso que se seguiu parecia uma promessa silenciosa de que enfrentariam tudo juntos, apesar das barreiras.

— Luna, — começou Adrian, sua voz baixa e carregada de emoção. — Meu pai acha que é melhor eu ficar em casa, longe de tudo. Vindo apenas para o colégio e voltando direto para casa. Ele está preocupado com os caçadores. — O garoto não gostava da ideia, pois sentia que Luna não respeitaria as regras, nem o acordo que tinham. Ela era teimosa. E a mansão dos Bolton foi feita para prender as fera que ali morava. O que significava uma prisão para Adrian, se assim Nathan quisesse. Ele não conseguiria sair, caso Luna precisasse. — Apesar de saber que temos muitas coisas para resolver, por enquanto, ficar em casa é o melhor.

— Meu pai pensa o mesmo. — Ela revelou, quase revirando os olhos. — Por causa da morte da Kate, mas sinto que tem alguma coisa errada. — Ela anda de um canto a outro. — Parece que ele está planejando algo.

— Prender você em casa, como se fosse o cachorro selvagem. — isso falou mais de si, do que de Luna.

— Vamos conseguir. — Virou-se para ele. — Estando aqui agora, me faz lembrar de outro problema. — Ele volta a realidade, fitando seus olhos. — A bruxa. Falsa professora de literatura.

— Há, claro. — Bufou, jogando a cabeça para trás. — O que vamos fazer?

— Se esconder não é a solução.

— Luna, não acho que um conflito com ela, agora, seja o que precisamos. — Ele estava cheio. — Acredito que tenhamos que ter algo nas mãos. Uma forma de prendê-la, antes de desafia-la. E no momento, caçadores assassinos estão atrás de nós. De todos nós. — Ela se tocou.

Luna sentiu um nó se formar em sua garganta. Ela sabia que a presença dos caçadores complicava ainda mais a já tensa situação entre eles. Ser uma feiticeira em uma cidade onde lobos e caçadores estavam em guerra era perigoso. E ser apaixonada por um lobo tornava tudo ainda mais arriscado.

— Adrian, eu entendo. Mas precisamos resolver isso. — Seus olhos encontraram os dele, cheios de preocupação.

— Sim, e... Ir até a sala dela, dizer que sabemos quem ela é, não é uma boa ideia, agora.

— Vou encontrar um feitiço de aprisionamento. — Repentinamente, a resposta veio em sua mente, como mágica. Claro, magia. Entretanto, ela não falou a ele. Luna sentia que Adrian estava mais sensível do que o normal. Viu o carinho em seus olhos, que acolheu seu coração. Ela nem sabia quando começou a gostar dele.

Legacy: O filho do alfa e a feiticeira Completo Até 15/10Onde histórias criam vida. Descubra agora