O Bosque Branco Cap 1: O Bosque

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Com um contar de uma longa história repleta de mistérios e segredos e lendas, em frente a uma minúscula lareira com uma chama fraca que apenas uma brisa poderia apagar, uma voz grossa e severa falou.

??? : - Lavínia... Não entre jamais no bosque branco!

O homem que havia dito isto, fechou o livro que estava em sua pose, e olhou em direção a uma pequena criatura felpuda de pelos acinzentados, com orelhas largas de coelho e bigodes fofos, e um cabelo loiro e cobria levemente seus olhos amarelados, largas de mãos e pés e um rabinho que se assemelhava a um algodão, a pequena aparentava ter seus 10 anos.

???: - Me ouviu, Lavínia ?

Lavínia : - S-sim papai!

Gastor, se levantou, de onde estava sentado com o livro em mãos e o colocou de volta a prateleira com cuidado.

Gastor diferente de sua filha, tinha a aparência humana, com cabelos ruivos, uma barba cheia.
Gastor e Lavínia viviam próximo ao mencionado bosque branco, junto de seu cachorro dócil e protetor que se assemelhava mais com um lobo de pelos laranja, chamado Dingo.

O bosque branco é um lugar repleto de mistérios e perigo, ambos viviam em uma pequena cabana de madeira próximo a um lago que dava de frente com o bosque. O bosque era um lugar enorme coberto por árvores de galhos e tronco brancos e sem folhas em grande parte da vegetação, com uma grama rasa também branca e rodeado em volta a montanhas enormes e geladas.
Gastor era um homem especialista em pesca e com leve conhecimento em combate, e desde que era nova, Lavínia havia aprendido sobre a arte da pesca com seu pai, assim como alguns golpes. Com o passar dos anos e o crescimento de Lavínia, Gastor certo dia resolveu entrar no bosque sem revelar sua intenção.

Aproveitando que sua filha já era mais crescida e havia completado 16 anos, o homem a deixou sozinha na cabana junto de Dingo. Gastor colocou suas mãos sobre os ombros de Lavínia e com um sorriso esperançoso disse.

Gastor : - O papai voltará... FIQUE AQUI, me entendeu ?! Nunca esqueça o que havia lhe dito anos atrás. JAMAIS ENTRE NO BOSQUE !

Lavínia olhou com receio de seu pai não voltar, pois ela se lembrava das histórias contadas por ele quando mais nova. A mesma viu ao longe, seu pai entrando no bosque e sem que pudesse fazer nada, a garota segurou o choro e virou as costas voltando para a cabana, chegando lá se sentou na escada da cabana e abraçou Dingo chorando.
Lavínia aguardou dias e noites, pescando diariamente perto do lago que havia em frente ao bosque.

Todos os dias a mesma acordava, enchia seu balde com minhocas e acompanhada de Dingo, ia pescar, sem perder as esperanças na volta de seu pai. Lavínia já havia completado 19 anos nesse período de espera.
Angustiada certo dia, Lavínia se cansou de pescar e resolveu ir embora mais cedo do local, indo deitar pela tarde. Assim que acordou, abriu seus olhos devagar, se arrumou vestindo suas roupas, uma calça marrom rasgada e um avental que cobria seu peito, sem preocupações a mesma preparou seu café da manhã, que era um filé de peixe grelhado e um copo com água, em seguida foi até um balde cheio de água aonde jogou um pouco em seu rosto e boca. Depois disso a garota alimentou Dingo com um pouco dos peixes de pesca e se ajeitou para ir ao lago pescar novamente.

Assim que chegou lá, Lavínia se deparou com raízes brancas grossas em volta ao lago, e peixes boiando mortos sobre a água que estava com uma coloração avermelhada, Lavínia se aproximou e sentiu o cheiro, confirmando ser sangue. A garota se levantou e olhou em direção ao bosque branco, aonde um ser que tinha partes de árvores brancas em seu copo tentava sair da floresta, a criatura estava coberta em sangue, e assim que pisou para fora do bosque, se desmanchou diante dos olhos de Lavínia. Assustada Lavínia caiu para trás derrubando seu balde de minhocas sem entender aquilo, enquanto Dingo latia em direção ao bosque.

Naquela noite, Lavínia pensou bastante sobre o que aconteceu de manhã e pensando em seu pai e querendo saber o que o tal bosque escondia. Pela manhã do dia seguinte Lavínia pegou o gancho de seu pai, sua vara de pesca, um arpão, e o mais importante para ela, o livro que havia a história que seu pai lhe contava quando mais nova, os arrumou em uma velha mochila e se vestiu com uma roupa mais para o frio que protegia bem seu corpo, já que mesmo com seus pelos em todo o corpo não a protegia do frio intenso que fazia no lugar, com tudo pronto a mesma resolveu se aventurar mas, antes de ir a garota cobriu Dingo com um malha para o frio e o colocou para fora da cabana também, assim pegando sua mochila velha com seus equipamentos, e a colocou em suas costas, fechou o local em que vivia, e assim, Lavínia e Dingo correu em direção ao bosque, se adentrando dentro dele.

Ao longe em cima das montanhas gélidas um ser plumado de asas negras olhou para a direção do bosque e fazendo pouco caso deu suas costas adentrando uma caverna escura que havia nas montanhas.

Lavínia corria sem rumo pelo bosque, deixando pegadas por onde passava, com Dingo correndo dando alguns latidos, a brisa fria que batia no rosto de Lavínia a deixava determinada a colocar um fim em suas dúvidas e finalmente... quem sabe reencontrar seu pai.

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