O Bosque Branco Cap 7 : A Tribo de Torn

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Torn caminhou lentamente até Lavínia, e a olhou das pontas dos pés até a ponta de sua cabeça, extremamente desconfiado o mesmo disse enquanto a contornava por trás.

Torn : - Criatura curiosa. Quem é você ? Nunca a vi por aqui, e nunca vi nenhum de sua espécie.

Lavínia : - Eu não sei porque tenho essa aparência de lebre, como vocês falam, mas não sou nenhum animal. Me chamo Lavínia e este ao meu lado é Dingo.

Lavínia apontou para o cachorro com um pouco de vergonha. Dingo apenas latiu em direção de Torn, o peludo estava sentado sobre o chão ao lado de sua dona, balançando sua cauda e com a língua de fora. Lavínia vendo que Dingo havia gostado de Torn se sentiu um pouco mais avontade e sorriu.

Torn levou sua mão até o cachorro e acariciou a cabeça do mesmo e disse.

Torn : - Belo animal, parece um lobo selvagem até, mas ainda não me disse algo, de onde veio ?

Lavínia : - Vir de fora do bosque senhor... Estou a procura de meu pai chamado Gastor e também gostaria de saber o que acontecia aqui.

Torn : - DE FORA DO BOSQUE ? Como é possível isso ? Ninguém consegue sair da parte branca do bosque, não com vida, vi com meus próprios olhos a carnificina feita com quem saí do bosque. Aqueles generais malditos, não deixam ninguém sair daqui.

Astolfo se aproximou de Torn, e olhando Lavínia disse.

Astolfo : - Eu também não sei como ela vivia fora, mas ela poderia nos ajudar, eu acho, de alguma maneira né.

Torn apenas virou sua cabeça de lado para ouvir o que Astolfo disse e respondeu perguntando.

Torn : - Contou para a menina lebre sobre os generais ?

Astolfo : - Claro ! Grande Torn.

Torn : - Bom, bom. Enfim, vamos deixar para terminar essa conversa na tribo, ao menos te achamos orelhudo.

Torn assim que se virou para Astolfo e o viu sem as vinte flechas em sua aljava, fechou sua cara e fez um gesto com a mão para que o mesmo se abaixasse. Astolfo ingênuo se abaixou e levantou suas sobrancelhas achando que Torn o falaria algo, assim que se abaixou, Torn desceu-lhe sua mão na nuca de Astolfo, lhe dando um tapa. Astolfo apenas deu um "AÍ" e colocou sua mão esquerda na nuca para tentar aliviar a dor. E Torn o disse.

Torn : - GAROTO SEM VERGONHA, ACABOU COM TODAS A FLECHAS ? Sabe o trabalho que dá fazê-las ?!
Homens, terminem de coletar a carne do javali.

Torn olhou Olav e voltou a dizer.

Torn : - Você vem comigo, vamos indo em frente.
Homens, cuidado ao voltarem, e não retornem ao anoitecer, já perdemos um dos nossos por teimosia, não quero outro morto.

Olav : - Eu não entendi, porque Zafié, se rebelou daquele jeito para sair do bosque, mesmo com tudo que o senhor disse, ele não acreditou.

Torn : - Um garoto ingênuo foi o que ele quis ser, e infelizmente teve sua paga. Acenderemos a fogueira para ele está noite e prestaremos homenagem a ele.

Torn tomou a frente caminhando levantamento por conta de sua pequena altura. Olav, Lavínia, Dingo e Astolfo os seguiu no ritmo do mesmo.

Algumas horas depois de caminhada, finalmente chegaram até a tal falada tribo. O lugar era plano, e sem árvores, apenas havia algumas em volta ao longe, na pequena tribo, havia sete cabanas improvisadas com madeiras e palhas secas bem amarradas com o que se assemelhava a cipós, e em volta delas, havia estacas de madeira enfiadas no chão fazendo uma barricada em volta, não eram muito altas, mediam em torno de 1,90 metros de altura, no centro do vilarejo havia uma fogueira enorme, e preso em volta de madeiras alguns animais, duas vacas, três galinhas e quatro ovelhas sem lã. Na tribo estavam duas mulheres fora de suas cabanas e algumas crianças que brincavam por ali perto dos animais, uma das mulheres era alta, parecia ter quase 2 metros de altura, de pele clara, era magra, mas muito bela, com os cabelos longos castanho escuro, vestindo um vestido maltrapilho e com um avental que parecia ter sido feito com a pele de algum animal, a mesma tinha uma pequena cicatriz em sua testa. A outra mulher tinha a altura normal, se vestia com roupas parecidas com a da outra, mas diferente da mulher alta, está tinha um cachecol maltrapilho, olhos amarelados e um cabelo branco chanel levemente bagunçado, também era charmosa e tinha uma pele pálida.

A mulher alta avistou Torn e bateu palmas alto, chamando a atenção das outras mulheres de dentro de suas respectivas cabanas, todas abriam um enorme sorriso, e as crianças pararem de brincar e foram em direção ao seus pais. Como Torn caminhou lentamente, deu tempo para que os demais homens que estavam com ele anteriormente o alcançacem segurando os pedaços da carne do javali escuro.

Lavínia ficou surpresa com a pequena tribo e olhou para as crianças que corriam para seus pais os abraçando, a garota sorriu, um sorriso inocente e puro. Lavínia se lembrou de seu pai e não conseguiu segurar as lágrimas em seus olhos, mas antes que saíssem de seus olhos a mesma secou a seus olhos e voltou sua atenção a vila.

A mulher de cabelos brancos foi a única que não abriu um sorriso, e adentrou-se para dentro de sua cabana de madeira rapidamente.

Torn vendo que os homens já haviam chego, os ordenou para que levassem as carnes para perto da fogueira e já a cozinhassem para come-las.

Torn : - MARILDA, MULHER, poderia por favor, preparar as madeiras para que nós possamos assar as carnes ?

Marilda era a mulher de 2 metros, a mesma sorriu e rapidamente foi em busca de madeiras para levar até a fogueira. Enquanto a mesma ajeitava a lenha na fogueira, Torn olhou para Lavínia enquanto todos entravam para dentro da tribo e disse.

Torn : - Marilda é minha esposa, ela não fala, só ouve.

Lavínia : - Como ela não falar ?

Torn : - Sei lá, só não fala.

Astolfo foi correndo na frente pegando um balde de madeira com água e bebendo rapidamente. Lavínia o viu fazer aquilo e com um pouco de receio se fechou, Olav vendo aquilo apenas deu um tapinha nas costas de Lavínia a empurrando devagar para frente e disse.

Olav : - Fique à vontade garota, aqui agora é seu refúgio, bom se o grande Torn deixar é claro.
A garota foi até o balde, e esperou Astolfo parar de beber para que a mesma pudesse pega-lo para assim beber água também. Torn seguido da fala de Olav disse.

Torn : - É eu deixarei ela ficar, pela caça que ela nos forneceu, e também por ser perigoso lá fora.

Astolfo : - Quem caçou fui eu !

Torn : - Acha que sou burro ? A única com material cortante é ela, as flechas que faço jamais matariam aquele javali enorme, a menina tem fibra, se quiser realmente ficar, colocarei nas missões de caçar.

Lavínia : - Eu e Dingo ajudariamos sim.

Torn : - Bem, depois de comer quero que vá a minha cabana, para conversamos, eu, você e Olav.

Astolfo : - E eu ?

Torn : - Você vai lavar os animais para pagar as flechas gastas atoa ! E vai ficar de castigo. Sem missões de caça para você, vai ajudar Kayan nas tarefas dos animais.

Enquanto Torn falava, um rato surgiu de dentro da aljava de Astolfo, e caminhou até seu ombro do rapaz o cheirando na bochecha, o garoto ao ver o roedor, caiu assustado no chão, derrubando o rato, que assustado correu para dentro da floresta.

Ao anoitecer, os habitantes da tribo se reuniu em volta a fogueira e aumentando as chamas bem forte, prestaram homenagem ao falecido Zafié.

Enquanto todos prestavam sua homenagem em volta a fogueira, Torn e Marilda, entraram para dentro de sua cabana, Olav foi até Lavínia e pediu para que a mesma o acompanhasse, com isso Lavínia e Dingo foram para dentro da cabana de madeira de Torn acompanhados de Olav.
Ao entrar a garota se deparou com um local simples, o chão era forrado por peles de animais mortos, e tinham uma cama improvisada com folhas e alguns galhos, e pele de animal por debaixo das folhas, a cabana de Torn era iluminada por apenas duas tochas que estavam bem próximo aonde o mesmo estava em pé virado de costas para a entrada. Assim que Lavínia terminou de entrar, Torn se virou e disse.

Torn : - Agora sim, podemos esclarecer muitas coisas, eu espero ao menos.

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