O Bosque Branco cap 5 : Os Generais

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Logo após o demônio das asas negras ir embora de cima da cabana, Lavínia sentiu uma leve dor em sua cabeça enquanto estava com os olhos lacrimejados. A garota notou Astolfo abraçou a ela enquanto o mesmo se tremia de medo olhando para cima, com isso a garota o empurrou para longe, demonstrando uma leve timidez com suas orelhas abaixadas assim como seus bigodinhos.

Lavínia: - Descarado!

Astolfo: - Pra quê isso menina?
Perai... você tá chorando ? Eu sei que foi assustador, mas não precisa chorar não, ele já foi embora.

Lavínia secou seus olhos, e logo voltou ao seu normal, levantando suas orelhas, com isso a menina se abraçou em suas pernas, colocando o rosto próximo aos joelhos e olhou Astolfo e então disse.

Lavínia : - Os outros tais generais que você disse, quem são ? Tem nomes ou como eles se assemelham?

Astolfo : - Hmmm... Bom, pelo que me lembro de um se chama Nerus e o outro Yuruem. Eu mesmo nunca os vi, ainda bem.

Astolfo após falar isso deu uma risada fanha e voltou a falar. O garoto pegou um pedaço de madeira da cabana e dentro do seu aljava tirou um pote de tinta preta, com isso começou a desenhar na madeira.

Astolfo : - Bom... pelo que o grande Torn disse para nós e mais alguns que tiveram o desprazer de vê-los. Dizem que Nerus parece o rosto de uma mulher, tem a altura de um homem normal e lábios negros, pele branca como a neve, longos cabelos lisos pretos, mas com um corpo de homem forte, e aparentemente sem suas partes embaixo, então vai saber se é mulher ou homem aquilo. Um de seus braços é preto com longas garras enquanto o outro é protegido por uma carapaça cheia de espinho preto, a carapaça é branca igual aos troncos das árvores do bosque, e dizem que ele voa pelo bosque em um galho grosso.

Lavínia: - Ele anda pelo bosque?!

Astolfo: - Sim! Bom como eu disse agora um pouco, eu nunca o vi, maaaas quem o viu diz que é assustador ele, seus olhos são negros como a noite.

Ao terminar o desenho de Nerus, Astolfo o mostrado para Lavínia, o desenho era totalmente caricato e mal feito, parecendo com um desenho de uma criança de quatro anos.
Lavínia virou a cabeça tentando achar o assustador que Astolfo afeta.

Lavínia : - Com esse seu desenho... Não parece tão assustador assim. E o outro, como é ?

Lavínia se mudou de Astolfo curiosa sobre o outro geral. Dingo voltou a ficar sobre o colo de sua dona também olhando para Astolfo, o mesmo fechou os olhos pegando no sono, Lavínia acariciou sua cabeça e voltou sua atenção para Astolfo. O rapaz usando a parte de trás da madeira que usou para desenhar, iniciou outro desenho sobre aquele piso.

Astolfo: - Yuruem, já coloque em sua cabeça que ele é do tamanho de uma árvore do bosque, parece uma fera de longas presas e pelagem laranja, com focinho preto, com longos e largos braços e mãos, com garras negras, bem unhudo mesmo , mas suas pernas são pequenas, vamos dizer que são do seu tamanho, o mesmo usa um pedaço de armadura que cobre seus olhos e também uma armadura avermelhada que protege o corpo. Diferente do Nerus, ele anda vestido ao menos, tipo nosso do Nerus não ter as bolas e nem nada entre as pernas, seria uma imagem do inferno... Credo.

Ao terminar o segundo desenho com os mesmos traços do outro desenhado mais cedo, Lavínia riu baixo do desenho caricato do rapaz, pois o mesmo parecia um cachorro de dentes tortos, mas ainda assim a garota ficou intrigada com os relatos de Astolfo, e disse.

Lavínia: - Meu pai, nunca disse sobre tais seres.

Astolfo : - Vai ver, os demônios que ele citava, eram essas criaturas, né ? A propósito, seu pai, veio de fora das montanhas? Parece que ele sabia bastante sobre o bosque e o mundo à volta, ao menos foi essa a impressão que tinha agora que o relevante.

Lavínia: - Ele nunca me disse nada sobre isso, ele apenas me contou histórias, pescava comigo e disse para eu nunca entrar no bosque, mas faz anos que ele adentrou aqui, e não retornou, eu estava obedecendo ele, mas depois que vi aquele tal Wendigo que você tem, alguma coisa que eu disse que deveria entrar no bosque branco, e aquela coragem repentina, me fez acreditar que posso encontrar meu pai.

Astolfo : - Espero que o ache... Devia ter escutado seu pai. Porque entrando aqui, é um caminho sem volta e se tentar sair algum general te mata, sem dúvidas, mas na tribo você terá moradia, pode ficar bem tranquilo.
Falando nisso garota, seu pai também é uma lebre como você ?

Lavínia: - NÃO! Eu não sei porque tenho essa aparência de lebre...
Bom... Obrigada por falar como são, mas acredito que seja melhor nós dormimos, senão não teremos energia para caminhar ao amanhecer.

Astolfo: -É, tem razão! (bocejo)

Astolfo e Lavínia se arrumaram novamente cada um em um canto da cabana e como estavam completamente exaustos adormeceram rapidamente no local. Lavínia dormia deitada sobre sua coberta abraçada com seu cachorro e Astolfo dormiu sentado encostado na parede da cabana.
Ao amanhecer Lavínia despertou-se primeiro junto de seu cachorro. A menina notando que o jovem elfo estava adormecido ordenou para que Dingo o acordasse e assim foi feito. Dingo caminhou até o rapaz adormecido, apoiou-se sobre o ele e lambeu seu rosto inúmeras vezes, assim o despertando com um susto.

Astolfo: - CREDO, SAÍ DAQUI!

Lavínia: - Não grite com ele não!

Lavínia ficou emburrada e pegou Dingo no colo, o mesmo latiu para Astolfo, e a garota deu um riso dizendo,

Lavínia: - Você dorme demais! Temos que levantar e partir, aproveitar que o sol raiou.

Ambos os dois se arrumaram e após comerem os últimos peixes que Lavínia tinha em sua mochila, Astolfo entregou o seu arco para que Dingo o cheirasse e com o latido do mesmo.

Dingo iniciou a liderança da trajetória, Lavínia e Astolfo se olharam e caminharam até o cachorro o seguindo pelo vasto bosque.

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