O Bosque Branco Cap 4 : O Demônio das Asas Negras

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Lavínia, Dingo e Astolfo caminhavam pelo bosque, mas antes de seguirem seu principal objetivo, Lavínia disse.

Lavínia : - Está muito escuro ainda, seria melhor voltarmos para a cabana em que eu estava, e também preciso pegar minhas pedras e meu cobertor, que deixei lá enquanto fugia, é aqui perto, o quê acha ?

Astolfo olhou seus arredores e notando o breu a sua frente, não teve escolha além de aceitar.

Astolfo: - É... aqui já é perigoso de dia, de noite é pior ainda, boa ideia, vamos para a cabana.

Lavínia sorriu e apressou seu passo dando a seguinte ordem a Dingo.

Lavínia : - Dingo, mudança de planos, não precisa farejar por hora, vamos descansar.

Dingo que estava a frente latiu e retornou para perto de sua dona balançando sua cauda.
Ao chegarem na velha cabana, ambos os três entraram com cautela, principalmente a garota, a mesma tinha receio de que mais um daqueles seres pudessem estar lá dentro ainda. Ao notar que estavam seguros, Lavínia sem mais, colocou as pedras de sílex dentro de sua bolsa e se sentou em cima do seu cobertor que ainda estava da mesma maneira que ela havia deixado, Dingo pulou em seu colo, deitando sua cabeça em cima dos braços da felpuda, a garota então ergueu sua canhota e iniciou carícias na cabeça de seu mascote enquanto sorria.
Astolfo por sua vez tirou sua aljava e arco, os colocando sobre o piso de madeira da cabana, revelando ter apenas três flechas, e em seguida removeu sua capa a arrumando no chão para que pudesse sem sentar em cima da mesma. Lavínia notou as três flechas do garoto e disse.

Lavínia : - Só três ? Você deveria ter mais, não ? Não vejo nenhuma caça te acompanhando.

Astolfo olhou para a menina e para a aljava e disse.

Astolfo : - Digamos... que tinha ao menos umas 20 aqui, mas perdi 17 tentando caçar, mas sem sucesso haha, e não consegui recuperar as flechas perdidas, além de me perder do pessoal, ainda perdi as flechas... O grande Torn vai me matar quando descobrir.
Flechas são preciosas para nós, não temos muitas coisas para nos defender na tribo, sabe ?

Lavínia : - A propósito, essa tribo... por quê nunca a vi fora do bosque ? Eu achei que só tinha eu e meu pai pelas redondezas, ele nunca citou outras pessoas dentro do bosque.

Astolfo : - Como assim fora do bosque ?! Você veio de fora ? COMO ?! É IMPOSSIVEL SAIR VIVO !

Lavínia virou sua cabeça para lateral sem entender com suas orelhas caídas.

Lavínia : - Sim, vir de fora daqui... eu entrei aqui dentro hoje de manhã depois que vi um daqueles tal Wendigo que mencionou, tive a esperança de que iria encontrar meu pai, nas voltando, por quê vocês não saem ?

Astolfo ficou pasmo com a respostas da garota e se aproximou da mesma e disse.

Astolfo : - Você é louca... entrar aqui, creio que você não terá mais como voltar, ninguém saí do bosque, não com vida, ao menos é o que o grande Torn diz para nós, nunca os vi, mas existem três generais que observam a gente para que a gente não saia de jeito algum. O único que vi até hoje foi o " Demônio de asas negras".

Lavínia continuou a prestar atenção e curiosa perguntou.

Lavínia : - Mas o quê fizeram a respeito a isso ? Ou você apenas aceitam isso ?

Astolfo : - E temos escolhas ?
Mas caramba viu... você é sortuda mesmo viu, uma lebre não dentuça como eu, e ainda veio de fora do bosque. Ei ei, me diga! Como é além das montanhas ?

Lavínia : - Montanhas ? Eu nunca fui além delas, apenas vivia com meu pai na região dos pastos verdes e árvores com vida, nasci e cresci ali, mas não mude de assunto, preciso saber desse tal demônio, se ele tiver feito algo com meu pai ?! Preciso saber mais sobre el...

Antes que pudesse terminar sua fala, um som de ar forte e asas batendo pode ser ouvido do lado de fora da cabana. Naquele momento Astolfo, ficou pálido e tremendo de medo foi até Lavínia a abraçando, o mesmo olhava para o teto da cabana esburacado, Dingo se assustou e saiu do colo de sua dona e rosnou para o garoto que estava agarrado a mesma tremendo. Com a voz baixa Astolfo disse.

Astolfo : - Peça para que ele pare, senão iremos morrer. É ele, o demônio das asas negras.

Lavínia acalmou Dingo, e o aproximou para perto dela, e também olhou para cima, e assim que fez notou o vulto negro rodeando pelos ares com duas asas enormes, como se estivesse procurando algo, naquele momento a garota sentiu uma enorme pressão vindo daquele ser e sentiu um terrível pavor, enchendo seus olhos de lágrimas a mesma abaixou a cabeça com medo.
Do lado de fora, aquele vulto negro ficou sobre o ar batendo suas asas negras, olhando seus arredores, mas logo voltou para longe batendo suas asas com força, assim que fez o vento foi tão forte que balançou as árvores e derrubou as folhas secas de outras, criando uma enorme pressão de vento na área. O tal demônio havia voltado para as montanhas geladas, aonde pousou com calma e antes que adentrasse sua caverna, o ser misterioso olhou para trás, tentando achar algo, sem sucesso o mesmo disse em uma língua estranha enquanto adentrava seu esconderijo.

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