O Bosque Branco cap 6 : É Hora de Caçar !

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Os jovens mantinham sua caminhada pelo bosque branco, sendo guiados por Dingo, que vira e volta parava para farejar a direção certa da tribo mencionada por Astolfo.
Horas depois, a barriga de Astolfo roncou alto e Lavínia percebeu o som e tomou um breve susto, mas percebeu que era apenas a barriga do garoto roncando de fome com isso disse ao som de sua barriga roncando também.

Lavínia : - Eita... Acho que não é o único com fome aqui, e o pior que eu só tinha o peixe que comemos pela manhã, deveríamos achar algum lugar para eu conseguir pescar, sabe de algum lugar ?

Astolfo : - Eu não sei nem a direção da minha tribo, imagine algum lugar para pescar...
Lavínia : - Faz sentido !
Você ! Você disse que estava caçando, podíamos procurar algo juntos, não ?

Ao terminar de falar, Dingo latia logo a frente, o que fez os olhares de Lavínia e Astolfo irem em direção ao cachorro, ambos ouviram o som de algo pisando o solo fortemente e estremecer o chão. As árvores a frente de Dingo caiam uma após a outra, com isso Lavínia o chamou de volta, e o mesmo a obedeceu. Astolfo arregalou os olhos e correu para se esconde atrás de um tronco caído que havia ao lado deles.

Astolfo : - Saí daí, MENINA !

Lavínia continuou a olha em direção às árvores que caiam e logo o que estava as derrubando se revelou, ser um enorme javali gordo de pelagem escura e quatro metros de altura. Lavínia abriu um sorriso e apontou para o mesmo dizendo a Astolfo.

Lavínia : - Ali nossa caça !

Astolfo : - VOCÊ É LOUCA, UM JAVALI ESCURO ?! Já vi um desses esmagar um dos nossos como se fosse apenas um inseto.

Lavínia : - Nossa... Mas não importa, vamos levante-se daí, porque acho que ele já nos viu e...

Antes de terminar sua fala o enorme javali correu em direção a Lavínia para acerta-la, Lavínia correu para pegar Dingo em seu colo e rapidamente desviou se jogando para longe, a garota tirou o gancho de sua mochila e mirou no animal selvagem o acertando em seu peito, assim o perfurando, o animal grunhia sentindo uma leve dor, mas a ignorou e dando meia volta, voltou a correr em direção a Lavínia novamente, Astolfo se levantou de onde estava e tremendo mirou com seu arco no animal selvagem e disparou uma flecha em seu olho, acertando, o mesmo abriu um enorme sorriso e levantou suas mãos para o alto gritando.

Astolfo : - ACERTEI CARALHO ! É !

O javali enorme mudou sua direção após ter sido acertado por Astolfo e correu em direção ao garoto, Lavínia aproveitou da oportunidade e correu para a direção do javali, recuperando o gancho que estava preso ao peito do animal, rapidamente a garota tirou o arpão da lateral da mochila e deslizou por debaixo do javali, naquele momento a garota se lembro de seu pai, a ensinando a caçar, com o mesmo dizendo : " O coração, nunca deixe sua caça sofrer, mire no ponto que seja uma morte rápida para não causar sofrimento ao animal e também para não amargar a carne, então mire sempre no coração de uma vez.". Astolfo continuou imóvel, mas percebeu a presença de Lavínia, e assim arregalou os olhos surpreso com a agilidade e precisão com que a menina manuseava o arpão e seu corpo.
Lavínia assim que deslizou pelo enorme javali, com uma mira certeira, acertou o coração do animal o perfurando. Astolfo estava imóvel assustado com o animal que estava vindo em sua direção, mas antes de encostar nele, o enorme animal caiu no chão com a língua de fora, já morto. Astolfo viu Lavínia terminando de deslizar sobre o chão com a ponta do arpão sujo em sangue.
Lavínia se levantou do chão limpando suas roupas e virou para traz olhando Astolfo ainda parado como uma pedra. Dingo ia até o garoto e erguendo sua pata traseira, mijou na perna do mesmo.

Lavínia : - DINGO ! AI NÃO.

Astolfo paralisado, e pasmo com o que viu, abriu sua boca a deixando completamente aberta de surpresa, assim que voltou a si, disse.

Astolfo: - Cacete... Menina, quem te ensinou isso ?! É a primeira vez que vejo alguém derrubar um desses, e rápido ainda.

Logo o mesmo sentiu sua perna quente e olhou para baixo, vendo Dingo mijar nele, o mesmo tirou sua perna de perto a balançando.

Astolfo : - Ah, cachorro, isso não se faz poxa.

Lavínia : - Perdoe ele, por favor ! Mas também ficou que nem uma árvore parado, você realmente sabe caçar, Astolfo ?

Astolfo foi até o animal morto e tirou sua flecha do olho da fera, dizendo a garota.

Astolfo : - Claro que sei... não viu a flechada que dei no desgraçado ?

Lavínia : - É, eu vi sim, mas sua reação de felicidade parecia que tinha sido o seu primeiro acerto na vida. (Risos)
É que perguntei, pois você ficou paralisado de medo muito rápido...

Astolfo tossiu, e se virou a garota, de olhos fechados e com pose disse.

Astolfo : - Aquilo não passou de uma uma isca para ele não focar em você. Estava tudo planejado por mim.

Lavínia : - Estava não, não tinha como você saber, que eu iria conseguir derruba-lo. E se eu tivesse fugido ? Você teria sido esmagado por ele e morto.

Astolfo : - Eu confio em meus instintos de caçador, e sei que não teria feito aquilo. ENFIM, vamos comer !

Naquela tarde, ambos acenderam uma fogueira e tiraram partes do animal para assa-lo. Lavínia e Astolfo e até Dingo, encheram bem a barriga por aquela tarde. E enquanto comiam sem preocupações, logo ouviram o som de passos esmagando as folhas secas do local, Lavínia foi a primeira a levantar já tirando seu arpão da mochila, Dingo se pós na frente de sua dona já rosnando e Astolfo olhou na direção do som.
De dentro da floresta saia um homem alto, forte, de cabelos ruívos e com uma cicatriz enorme no olho e uma enorme barba, aparentando ter seus quarenta anos ou mais, o mesmo estava acompanhado por outros homens, um pouco mais baixos e de menos porte que ele.

Astolfo : - É, é eles Lavínia, o pessoal da tribo.

??? : - Astolfo ! Até que enfim o achamos garoto, ficamos o procurando pela noite inteira.

O homem viu o enorme javali morto atrás de Astolfo e notou Lavínia também, e disse.

??? : - Caramba, duas caças de uma vez ? E MATOU UM JAVALI ESCURO ?

Astolfo fez pose com seu peito erguido e cabeça levantada com um enorme sorriso de orgulho.
O homem ruivo notou que Astolfo estava apenas com três flechas e sorrindo deu um tapa em suas costas, alegre.

??? : - Valeu a pena a perda das flechas então. Vamos homens peguem as caça.

Astolfo : - Ah, é verdade, Lavínia aquela menina lebre ali, ela não é caça não, eu... (fingindo tosse) estava a protegendo pela noite.

??? : - Ela não é um demônio, é ?

Lavínia, junto de Dingo, com leve receio se aproximou e cumprimentou o homem.

Lavínia : - O senhor deve ser o grande Torn, que Astolfo, mencionou, me chamo Lavínia, e esse é o Dingo meu fiel amigo.

??? : - O GRANDE TORN ?! (risos altos)
Seria uma honra se comparado a ele, mas não, não sou o grande Torn, me chamo Olav, sou o braço direito do grande Torn. Ele está conosco, o chamarei, o verdadeiro líder de nossa tribo. Torn! Venha cá por favor.

Uma voz um pouco mais grossa vinha do meio dos homens dizendo.

Torn : VAMOS, SAIAM DA FRENTE SEUS CABEÇAS DE VENTO.

Os homens saíam da frente dando espaço para que o grande Torn aparecesse, com isso era revelado sua aparência, um anão músculoso, com uma enorme barba escura, sem o olho esquerdo, com uma malha grossa e pedaços de armaduras quebrada espalhados pelas suas vestes, o mesmo segurava um machado com a mão direita, aparentando ter cinquenta anos de idade.

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