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Gabriel
13 de Fevereiro de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Um escorpião.
Por que logo um escorpião?
Será que essa garota tinha alguma coisa a ver com a facção? Será que ela se enfiou na casa e na vida da minha irmã pra ter certeza de que eu era eu mesmo? E agora que sabiam onde eu tava, iriam me matar.
Mas por que ela teria uma tatuagem de escorpião?
Não pira, doidão.
Dhiôvanna: Eu tô falando com você.
Encarei minha irmã e coloquei um cigarro na boca. Nós estávamos na parte de fora da casa, na varanda que tinha atrás. Eu tava sentado no chão, e a Dhiô tava em pé na minha frente, cobrindo o sol.
Gabriel: Relaxa - eu dei uma tragada no cigarro e estiquei pra ela.
Dhiôvanna: Relaxa nada! Não acreditei nessa sua história de que errou o caminho e veio parar aqui - ela respirou fundo e sentou do meu lado - Por que você tá dormindo aqui, Gabi?
Gabriel: Eu dormi só ontem, cara. Já vou embora hoje - esfreguei os dedos nos meus olhos, porque eu não tinha dormido a noite toda e tava morrendo de sono - Fuma aí.
Dhiôvanna: Não posso, eu vou pra aula mais tarde.
A voz dela já tava mais calminha, agora era só dar uns trago e já ia ficar mais calma ainda e nem iria encher minha cabeça.
Gabriel: Eu sei que tu quer.
Ela queria mesmo, então pegou o cigarro da minha mão e nem devolveu.
Dhiôvanna: Eu não tô falando pra tu ir embora. Eu prefiro te ter aqui do que em qualquer canto que só Deus sabe, mas não tô acostumada com isso. Pra tu ter vindo, alguma coisa aconteceu.
Gabriel: Já falei pra relaxar, não rolou nada.
Dhiôvanna: Para de mentir.
Gabriel: Para de se preocupar, Dhiôvanna - bufei e tirei o cigarro da mão dela, mas nem acendi de novo - Tô ficando bolado, pô. Da próxima vez eu vou pra qualquer canto, mas não venho pra cá. Pior coisa é ficar ouvindo lição de moral antes do meio dia.
Ela resmungou tão baixinho que eu não consegui nem entender. Ia entrar no assunto do cara que estava namorando com ela... tal de Thiago. Mas antes de eu abrir a boca pra falar alguma coisa, a Nicole passou em silêncio direto pra edícula que ficava do outro lado do terreno, com roupas na mão. A gente usava aquela parte da casa pra lavar roupas.