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Gabriel
27 de Maio de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
- Os jogos me garantem muito dinheiro, Nicole. Eu sou bem bom nisso.
Os olhos dela continuavam fixos em mim, dando toda a sua atenção para as minhas palavras.
- Você sempre ganha?
Neguei.
- Se eu tô concentrado, eu ganho.
- Como? Não são jogos de azar? - perguntou.
- Não gosto de dar sorte pro azar. Tem técnica pra tudo nessa vida. Se estiver focado, consigo ganhar a maior parte - notei que ela umedeceu os lábios e tive que desviar meu olhar pra manter minha promessa de ficar longe - Quando eu digo ganhar dinheiro, é muito dinheiro.
- Você é tipo rico?
Não gostava de me gabar.
- Muito. Tenho um bom dinheiro. E se eu jogar, mais e mais, o dinheiro só aumenta.
Ela cruzou os braços e encarou a televisão desligada.
- Tá, mas quando eu te conheci, você tava pegando dinheiro do caixa do bar. Eu me lembro disso.
Soltei uma risadinha.
- Eu tava mesmo. Não ando com dinheiro o tempo todo. Eu guardo um pouco aqui. Lá no quarto onde tu dorme, tá ligada? - a boca dela se escancarou - Mas na verdade a maior parte eu mantenho em bancos de fora do país. É mais fácil de ninguém me rastrear. Naquele dia eu precisava de um dinheiro vivo pra jogar, não tinha como tirar no banco e não tinha como vir até aqui.
- Essa casa é sua?
- Sim. Mas coloquei no nome da Dhiô.
- O que mais é seu?
- Nada - dei de ombros - Não tenho nada. Não finco raiz em lugar nenhum. Não dá pra deixar rastros.
- Carro?
- Não costumo ficar com um. Não tem sentido pra mim ter um carro se nem sei por quanto tempo vou ficar. Eu alugo e devolvo depois.
- Celular?
- Não posso ser rastreado. Ligo quando é seguro, quando vou de uma cidade pra outra.