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Gabriel
12 de Fevereiro de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Depois de perder eu comecei a suspeitar que tinha alguma coisa errada. Não fazia sentido, tá ligado? Eu nunca ia aceitar perder pra um novato, pô.
Sempre joguei, cresci ao redor de uma mesa, era o que eu sabia fazer de melhor nessa vida, como que um cara surge do nada e me derrota tão fácil assim?
Não, isso não tava certo.
No fim das contas eu acabei nem tendo coragem de voltar pro hotel onde estava hospedado, com medo de que aquele cara fosse só uma armadilha pra me deixar desnorteado e me pegarem desprevenido.
Eu nunca ficava muito tempo no mesmo hotel ou no mesmo bairro. Trocava quase que toda semana pra não dar bobeira, para as pessoas não reconhecerem e pra ninguém dar com a língua nos dentes. Era bem mais seguro assim.
Já que a Dhiô tinha alugado o meu quarto, ela não ia se importar se eu ficasse com o dela por uma ou no máximo duas noites, né?!
Eu parti pra casa quando o relógio já marcava quase meia noite.
O carro da minha irmã nem tava na garagem ainda, talvez elas ainda estivessem no bar.
Minha suspeita foi embora no mesmo segundo que abri a porta e vi a louca sentada na copa da cozinha. Ela me olhou, mas não demonstrou reação nenhuma e nem se mexeu direito, como se me visse entrando por aquela porta todos os dias e fosse acostumada com a minha presença.
Ela continuou sentada no canto dela, com a cabeça encostada na parede e os pés pra cima de outra cadeira.
Sem nem uma frigideirada na cabeça? Tinha alguma coisa muito errada hoje. O mundo tava de cabeça pra baixo.
Fechei a porta atrás do meu corpo e entrei na sala. Mais de perto, consegui ver que tinha uma garrafa de Gin quase vazia na frente dela. A Nicole viu que eu encarei a garrafa, pegou ela na mão e tomou um gole com tanta raiva, que me fez torcer o nariz.
Gabriel: Vai com calma aí, maluca.
Ela colocou a garrafa encima da mesa, usando tanta força que por pouco o vidro não quebrou e eu joguei a chave da casa encima do sofá e continuei parado olhando pra ela.
Nicole: A Dhiô não chegou ainda.
Gabriel: Hum - murmurei, sentando no sofá - Onde ela tá?