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Gabriel
27 de Maio de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Eu ainda não tinha nem recuperado a consciência quando senti minha cabeça começar a latejar.
Maldita ressaca.
Foi quase impossível segurar o grunhido quando eu abri meus olhos e a claridade fritou meu cérebro.
Noite passada era pra ter sido mais uma como todas as outras... jogar, voltar pra casa com o bolso forrado de grana, e se tivesse bem, se tivesse afim, ainda teria desenrolado uma noite de sexo. Mas eu falhei miseravelmente com tudo.
Depois de deixar aquela carta no quarto da Nicole, eu perdi todas as vezes que joguei, porque não consegui parar de pensar que ela já tinha chegado e que tinha lido aquela carta. Não conseguia parar de imaginar mil possibilidades de como ela iria reagir.
Não conseguia parar de pensar no que eu faria se a resposta dela fosse não.
Não era um pedido de namoro. Não era um pedido de casamento. Era um pedido de permissão.
Uma permissão de arrastar ela para a vida caótica e perturbada que eu levava. E caso sua resposta fosse sim, seria pra sempre.
O problema era: e se fosse não? O que eu ia fazer? Eu não queria, não sabia nem se conseguiria. Queria ela pra mim. Ela tinha que ser minha. Tinha que ser. Ela tinha que dizer sim. Por mais egoísta que fosse, eu precisava que ela me fez sentir de novo. Precisava sentir aquilo pra sempre.
Vivo. Bem. Merecedor. E capaz.
Sem todo o lado obscuro. Sem a culpa. Só o leve. O bom.
Mas eu não sabia qual seria sua resposta, e na tentativa de não voltar correndo pra casa e pressionar a garota a dar minha resposta, bebi pra caralho.
Eu nem me lembrava como tinha voltado pra casa. Nem me lembrava como tinha deitado naquele sofá. E nem como tinha arrancado minha camisa.
Eu levantei o olhar, notando o corpo que reconheceria até com os olhos fechados, sentado ao lado da minha cintura. A sua mão tocava meu braço, e por conta disso ela estava um pouco inclinada por cima de mim.
Seus olhos pareciam confusos. Talvez ela também não soubesse como eu vim parar aqui.
Mesmo sentindo minha cabeça prestes a explodir como uma granada, me forcei a sorrir. Meus olhos fecharam por conta da dor, e só voltaram a abrir quando ouvi a risadinha debochada dela.