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Nicole
03 de Fevereiro de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Eu menti para a minha mãe por dois dias... falei que iria dormir na casa da Thayla e não voltei pra minha desde então, mas não ia conseguir enrolar por mais tempo, precisava contar pra ela que não iria voltar a morar debaixo do mesmo teto que aquele monstro do Murilo.
Mas pra isso, antes de tudo eu precisava encontrar um lugar pra ficar.
Por dois dias, desde que a Dhiovanna me deu a oportunidade de emprego, eu dormi entre as cadeiras do bar.
Na verdade eu iria ficar na rua até receber o primeiro salário e achar um cantinho pra morar, mas descobri que eles escondiam a chave do bar em um tijolinho perto da porta dos fundos. Por duas noites depois do meu expediente, quando já não havia mais ninguém eu entrava, pelo menos ali eu podia tomar banho, e dormia em segurança sabendo que não iria acordar no dia seguinte. Além do mas, as cadeiras não eram tão ruins pra dormir.
Qualquer lugar longe daquele monstro era um grande paraíso.
Por dois dias eu ficava na rua antes de o bar abrir, andava um pouco, observava as pessoas, comia no lugar mais barato que encontrava, e voltava para o bar perto do expediente começar.
Mas naquela noite foi diferente.
A Dhiovanna ficou no bar por muito mais tempo que deveria, fechando o caixa e cuidando do estoque. Eu estava tão cansada que já cogitava a ideia de pedir a ela pra dormir no bar, pra poder descansar, mas não tive coragem. Provavelmente ela me acharia louca. Então, esperei por mais duas horas, e quando ela finalmente foi embora já passava das duas da manhã.
Como nas últimas noite, peguei a chave no tijolinho e entrei no bar novamente. Deixei minhas coisas no canto, como sempre fazia e conectei meu celular e carregador na tomada, estava desligado por falta de bateria. Enquanto isso, peguei uma roupa qualquer na mochila e caminhei até o banheiro dos funcionários afim de tomar meu banho.
Era sempre a melhor hora do dia. Eu simplesmente amava me trancar no banheiro e conseguiria ficar horas embaixo de um chuveiro quentinho sem me importar com o restante do mundo. Principalmente agora, depois de um dia cansativo de trabalho.
Deixei a água quente correr por todo o meu corpo e fechei os olhos, quase dominada pelo sono. Mas um estrondo do lado de fora do banheiro me fez tomar um susto.
Não sabia de onde vinha, mas sabia que era dentro do bar. Parecia a porta batendo, mas eu não era tão burra ao ponto de ter deixado aberto.