Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nicole
31 de Maio de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Ainda tentava retomar minha consciência enquanto sentia algo áspero e úmido bem no meu nariz.
Era nojento e não parava nunca.
Ainda de olhos fechados, as lembranças de ontem me invadiram.
Saímos do bar, fiz o jantar, e nós ficamos juntos o restante da noite inteira. No fim das contas, bebemos um vinho e o final da noite foi como já era esperado entre nós. O Gabriel fez exatamente o que prometeu e fez todo o vazio sumir outra vez.
Eu acordaria feliz, saltitando de alegria, se não fosse aquela coisa que não parava de molhar meu nariz.
Nicole: Que nojo - resmunguei, virando para o outro lado.
Ouvi a risadinha do gostoso, mas ele estava longe. Talvez nem estivesse na cama.
Meus cabelos foram puxados de leve. Bem de leve. Mas o suficiente pra eu me sentar em um pulo, com o susto.
O pequeno monstrinho que fazia toda a bagunça dava pulinhos na cama, com as patinhas tão pequenas que mal conseguia forças pra saltitar no colchão.
Nicole: Meu Deus - sussurrei baixinho, me derretendo toda. Eu puxei o bichinho para o meu colo, mas ele tentava morder meu dedo, e quando coloquei ele perto o suficiente do meu rosto, recebi mais uma lambida no nariz - Eu vou esmagar você, neném.
Gabriel: Não gosto muito da ideia de ter que te dividir com outra coisa... mas acho que eu posso viver com isso - ele estava na ponta da cama, e enquanto falava, chegou mais perto, parando bem na minha frente e roubou um selinho da minha boca - Ele precisa de um nome.
Meus olhos se arregalaram.
Nicole: É meu? - praticamente gritei.
Esperava que a Dhiô não tivesse em casa.
Ele riu e passou a mão no cachorrinho, que brigava com o lençol.
Gabriel: É. Ontem tu me disse que tinha um quando era criança, mas ele morreu e... - a voz dele sumiu - Esquece isso.
Eu me lembrava dessa história.
Meu cachorrinho se chamava Billy. Eu o ganhei quando tinha seis anos. Quando a minha mãe casou de novo, o crápula vivia dizendo que ia sumir com o Billy. Mas um dia ele morreu, quando eu tinha uns onze anos. Nunca mais deixaram que eu tivesse outro animalzinho.