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Nicole
30 de Maio de 2024 Irajá Zona Norte, Rio de Janeiro.
Era difícil acostumar com a presença de uma sombra perseguindo você o tempo todo. As vezes eu virava e me assustava pra caralho quando dava de cara com os homens que mais pareciam armários, em suas poses inabaláveis e de dar medo em qualquer pessoa.
Eu tinha decidido não reclamar e nem dar mais motivos para o Gabriel se estressar. Se ele tinha tomado essa atitude, de fato era necessário, por isso resolvi tentar me adaptar com essa mudança.
Conseguir servir mesas com um homem de quase dois metros sem desviar os olhos de você era bem complicado.
Nicole: Moisés - murmurei baixinho ao me aproximar, como quem esta prestes a conter um segredo.
Moisés: Sim.
Engoli o nó na garganta. A postura dele me dava um medo do caralho. Eu tinha mais medo dele, do que do meu outro segurança... o Mendes. Aquele homem parecia ser capaz de acabar com minha vida em um estralar de dedos.
Ele devia ter uns quarenta anos. Era alto e tinha traços rígidos, sempre com o rosto feito pedra.
Fiz sinal com o dedo pra ele se abaixar e eu poder falar ainda mais baixo. O meu novo armário de estimação dobrou seus joelhos pra me ouvir mais de perto.
Nicole: Acho que você pode assustar um pouco os clientes, se continuar aí em pé e me olhando como se eu valesse fortunas e alguém fosse me roubar - dei uma risada nervosa, pra descontrair. Eu tinha medo dele - Por que não senta um pouco e toma um café? Posso te servir alguma coisa.
Moisés: Eu tô trabalhando, Dona Nicole.
Ele ajeitou a postura, voltando a ficar mais distante de mim.
Nicole: É. Eu também tô trabalhando. Não tô pedindo pra você deitar e dormir uma soneca... é só pra relaxar.
Moisés: Não posso.
Ele uniu as mãos na frente do seu corpo.
Nicole: Nem por um segundo?
Moisés: Pode acontecer muita coisa em um segundo. Então não, dona Nicole.
Suspirei.
Nicole: Tá. Vou ficar quieta.
Eu virei de costas, pronta pra voltar até as mesas que estava atendendo, mas parei eu no meio do caminho e voltei a olhar para o armário.