1.6

978 129 36
                                    

Brasil e Turquia, era essa a semifinal olímpica que aconteceria em alguns minutos, Mia observava as jogadoras se ajeitando em quadra, ela podia sentir o nervosismo no ar. Zé roía as unhas por um breve período, era como se aquele fosse o jogo da vida de todos, e ele possivelmente era, uma vitória garantiria uma medalha olímpica.

- Você acha que a Vargas sai viva hoje? - Nina disse baixo enquanto Mia estava sentada ao seu lado, elas estavam entre vários jornalistas de diversos países, Mia a repreendeu com o olhar. - Eu aposto que não.

- Vai sim, fica tranquila. - Mia disse dando alguns tapinhas no joelho de Nina, seu olhar voltou pra a quadra e viu que o jogo havia sido iniciado.

Gabi era duramente marcada, Rosa e Ana Cristina eram procuradas por Roberta, porém era como se algo quisesse proteger a quadra turca, a bola não caia. O jogo parecia menos duro no papel, ainda mais depois do primeiro ser ser fechado pela Turquia, 25 a 18.

Mia olhava nervosa para as jogadoras reunidas, além de ser brasileira e sofrer por isso, havia algo a mais dentro de si que almejava a vitória, ela sabia que aquilo significava algo para alguém especial, então sua torcida foi elevada, mesmo que ela não pudesse demonstrar muito.

- Pede pra Flávia gritar, puxar a torcida, a gente n pode fazer isso. - Mia disse para Nina que puxou o celular rapidamente e acionou a companheira, logo o canto de Eu acredito se iniciou. Quando a formação voltou para a quadra, uma surpresa ocorreu, Bergmann no lugar de Gabi, era chocante para todos.

- Ele tirou a Gabi? - Mia ouviu em inglês atrás de si, o sotaque britânico entregava a indignação.

- Ela não virou nada, ele tá certo, essa garota é boa. - Outro inglês disse e Mia sorriu, ela sabia que a sua garota era boa.

O novo set se iniciou, dessa vez Macris quem levantava, a ligação entre ela e Júlia era vista de longe, a ruiva conseguiu impressionantes 16 pontos no set, até aquele momento, arrancando comentários engraçados dos jornalistas ao seu redor.

- Acho que temos uma neta do Deus do vôlei. - Você ouviu e sorriu orgulhosa. O set era jogado a cada ponto, Brasil estava com 23 enquanto Turquia estava com 24, Bergmann foi até o saque, um míssil parecia ter saído de seus braços, todos pensaram que aquela bola estava fora, mas não, estava totalmente dentro , 24 a 24. Bergmann respirou fundo na linha final quando ouviu a sinalização de tempo, ela deixou a bola e se uniu as garotas, mas seu olhar correu na procura da jornalista, Mia sorria a olhando, Júlia sorriu de volta, ela havia encontrado a força novamente.

Diferente do que o técnico adversário esperava, o foco da ponteira não foi embora, ela olhou para a bola e depois para a quadra adversária, aquela bola tinha destino certo, assim ela foi, um erro de recepção de Vargas fez com que o set fosse para o estágio final, novamente o alvo foi encontrado, mas dessa vez Vargas conseguiu domar a bola de Júlia, a recebendo novamente da levantadora, mas a ruiva não deixou-a passar, Vargas bloqueada por Bergmann, que comemorou sorridente.

- Nunca mexa com a mulher de uma sapatona. - Rosa disse no ouvido de Bergmann que riu. Ela não deixava de ter razão, havia motivações além da medalha para aquela vitória.

Mais um set foi fechado pelo Brasil, Bergmann brilhava sem parar, era um surpresa grata, Gabi havia sido estudada, juntamente de Ana, que alternavam em quadra, mas Júlia não saia um segundo de dentro de quadra, mesmo aqueles momentos em que foi para o banco, a sua mente estava totalmente focada. A ruiva chegou aos quinze pontos no final do set, contabilizando trinta e quatro pontos, ela definitivamente havia se transformado em uma máquina.

- Ela tá com o capeta no corpo? - Nina disse para Mia que riu sem parar.

- Não, pelo menos eu espero. - Mia disse ainda rindo. - Acho que é aquilo que te contei. - Ela disse falando de Vargas e Nina concordou.

Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora