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Júlia acordou e não sentiu Mia ao seu lado, seu coração se apertou com isso, a ruiva se levantou e caminhou lentamente pelo apartamento. Ao chegar na sala viu sua mulher dormindo encolhida no canto do sofá. Júlia a encarou confusa, se aproximou calmamente e se sentou ao lado da mulher, em seguida a envolvendo em um abraço.

- Calma, sou eu. - Júlia disse ao ver a garota acordar assustada, Mia olhou para a mulher e a abraçou fortemente. - Ei, meu amor, o que aconteceu?

- Promete que não vai ficar brava comigo? - Mia disse com medo e viu Júlia concordar. - Thaís, minha ex, ela me ligou, eu não sabia que era ela, eu atendi, eu ouvi muita coisa, tentava desligar, mas era como se algo me impedisse, como se ela estivesse certa e eu tivesse que ouvir tudo aquilo.

- Você deveria ter me acordado. - Júlia disse abraçando a garota e deixando beijos em sua bochecha. - Você se sente confortável em me contar o que ela te disse?

- Que eu sou uma imbecil, que continuo sozinha, sem ninguém, que ninguém no trabalho me quer lá. Ela me dizia isso no colégio também. - Mia disse e respirava rapidamente. - Eu não sei, isso não me incomoda, mas é como se ela colocasse fogo em uma floresta, aquilo não era pra estar um caos, mas ficou.

- Eu vou matar essa mulher, juro. - Júlia disse limpando os olhos de Mia. - Você não está sozinha, Amor, eu estou aqui, sua irmã, seu cunhado, seus sobrinhos, Nina. - Júlia disse fazendo carinho nos cabelos da garota. - Não é essa louca que vai dizer se você está ou não sozinha, e sinceramente Mia, sua companhia é a melhor coisa que já provei, então mesmo só você sempre terá uma bela companheira. - Júlia disse observando os olhos ligeiramente molhados da mais velha. - Além disso, você subiu cada cargo por merecer, você é um ponto de confiança do seu chefe por merecimento, ela quer estragar tudo que você conquistou, eu imagino que deve ser um inferno, mas Amor, se lembre do que você me disse, seu sonho é seu plano, ninguém vai estragar e eu vou te ajudar a protegê-lo. - Mia abraçou Júlia e afundou seu rosto no pescoço da ruiva.

- Eu te amo tanto, obrigada por me ouvir, por estar comigo. - Mia disse acariciando a bochecha da mais velha. - Eu fiquei sem sono, fiz pães de queijo e café, espero que tenham ficado bons.

- Você não fez pão de queijo e café. - Júlia disse sorrindo e observando sua mulher caminhar até a cozinha, assim pegando a forma com os pães e mostrando o café coado. - Deus, eu pedi uma mulher e você me deu uma perfeição. - Júlia disse abraçando Mia por trás e distribuindo beijos por seu pescoço. - Eu te amo. - Bergmann disse e sentiu Mia se virar, beijando a ruiva.

Júlia pressionou Mia contra a bancada, sentindo as unhas da mesma arranharem seus costas levemente e arrancando alguns suspiros.

- Se eu fizer aniversário todo dia você me faz pão de queijo, café e me beija toda manhã? - Mia sorriu para Bergmann.

- Um dia isso vai ser nossa rotina, pelo menos a parte do beijo. - Mia deixou uma mecha ruiva atrás da orelha da jogadora. - Você precisa comer e ir pro treino, Amor, não quero te atrapalhar.

- Me deixa te dar mais um beijinho. - Júlia disse distribuindo beijos pelo pescoço da mais velha.

(...)

- Se eu matasse alguém, você me ajudaria a esconder o corpo? - Júlia disse pra Roberta após o treino.

- Depende, se o motivo for válido, óbvio. - Roberta disse. - Quem você quer matar?

- A ex escrota da Mia. - Júlia disse vestindo sua camiseta e em seguida seu casaco. - Ela tá trabalhando na mesma emissora, fica enchendo o saco da Mia e foi uma babaca total no relacionamento delas, isso que eu sei pouco. - Júlia disse e sentiu alguns tapinhas de apoio da levantadora.

Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora