4.5

523 97 4
                                    

A recepção de Mia na família Bergmann não havia como ser melhor, Lukas era receptivo e sempre incluía a cunhada nas conversas, mesmo com assuntos irrelevantes. André e Neide eram simpáticos e acolheram-na com todo o amor possível, toda a preocupação da garota havia sido por nada.

O quarto de Júlia, que agora se tornara o escritório do pai, era onde as garotas dormiriam.

- Amor, tem certeza que não quer outro colchão? Não quero que você fique desconfortável, eu sou meio grande. - Júlia disse observando a cama de solteiro a sua frente e Mia abraçou a namorada.

- Se eu puder ficar bem pertinho vai dar certo. - Mia disse e deixou um beijinho nas costas da garota. - Mas, se você preferir, pode pegar.

- Eu gosto de dormir agarradinha em você. - Júlia se virou e deixou um beijo nos lábios da mais baixa. - Meu pai pediu pra que eu fosse na garagem com ele, quer ir junto?

- Posso tomar um banho, acho que preciso disso. - Mia disse e viu a namorada concordar.

- Vou te mostrar onde as coisas ficam. - Júlia disse é assim fez, em seguida deixando Mia no banheiro, para que assim, o banho da mulher fosse completo. Mia deixou a água relaxar seu corpo e se vestiu no banheiro mesmo, levando as roupas sujas para uma sacolinha em sua mala, após isso, resolveu procurar a namorada, entretanto, assim que saiu do quarto encontrou sua sogra.

- Mia, Júlia te deixou aí sozinha? - Neide disse e Mia sorriu pelo tom de preocupação da mulher.

- André pediu ajuda e acabei aproveitando indo tomar banho, estava indo procurá-la agora. - O tom simpático sempre estava na conversa.

- Júlia deve ter saído com André, ele acabou de sair, se quiser fique aqui comigo, estou terminado de fazer o jantar.

- A senhora quer ajuda? - Mia se aproximou e viu um sorriso no rosto da mais velha.

- Não precisa, só estou terminando de cortas as cenouras, de resto já está sendo feito. Sente.

- Caso precise de algo é só falar. - Mia disse se sentando no banquinho que havia ali perto e recebeu um agradecimento.

- Júlia me mostrou seus sobrinhos, eles são lindos.

- Eles são demais, são meus filhos postiços. - Mia disse sorrindo e sentindo saudade dos pequenos.

- Júlia nunca levou muito jeito pra criança, fico feliz que você tenha, caso venham a ter filhos. - Neide disse bem humorada e ouviu um leve riso da nora.

- Ela foi bem com Felipe, não sabia que ela não gostava.

- Ela gosta, mas é a típica tia que assim que o choro começar a criança vai ser devolvida aos pais. - Neide disse limpando as mãos.

- Acho que ela aprendeu um pouco sobre isso quando visitou minha irmã, ela me ajudou bastante. - Mia disse se lembrando dos momentos vividos. - Se tivermos filhos não vai ter essa não, Júlia vai ter que aprender.

- Ela aprende rápido, por amor a gente aprende. - Neide disse sorrindo. - Você quer ter filhos?

- Não sei, o tempo que passo com meus sobrinhos parece ser o suficiente de contato com crianças, mas ao mesmo tempo parece ser algo bom, um sonho distante.

- Ter filhos é algo mágico, vê-los crescendo, apresentando namoradas, ver eles felizes, sabe? - Neide disse e Mia concordava sorrindo. - Mas, vão ter discussões, dias ruins e inconstâncias, assim como qualquer coisa, acho que qualquer relação de pai e filho é assim, não?

- Provavelmente. - Mia disse sorrindo sem graça, dado que não havia desfrutado muito dessa
situação. - Acho que não ter tido meus pais no meu crescimento é algo que me faz querer ter um neném.- Mia disse sincera e viu Neide estranhando sua palavras.

- Seus pais não foram presentes, minha filha?

- Meu pai não e minha mãe faleceu quando eu era nova, acabei sendo criada por minha irmã. - Mia disse envergonhada, como sempre, ao falar desse assunto. - Mas, tudo aconteceu bem, ela já era mais velha.

- Sinto muito. - Neide disse deixando carinho sobre a mão da mais nova. - Caso precise de algo saiba que eu e André estamos aqui, você é mais do que da família. - Neide disse em um tom acolhedor e Mia jurou que choraria ali mesmo, uma fala tão simples havia sido tão boa para si. - Ei, minha filha, não chore. - Neide disse preocupada e caminhou até a mesma, deixando um abraço na mais nova, que retribuiu a ação.

- Obrigada. - A mulher deixou um beijo na testa da mais nova.

- De nada, querida. - Ela disse e a porta foi aberta, Júlia, Lukas e André entraram, o assunto era falado animadamente e nem repararam na proximidade entre as mulheres.

- Oi, Meu Amor. - Júlia disse deixando um beijo na bochecha da namorada, Neide se dirigiu a André e Lukas se sentou no sofá enquanto mexia no celular. - Está tudo bem? - A voz baixa e próxima de Júlia fez Mia sorrir.

- Mais do que bem, Juju. - Mia disse olhando pra namorada e vendo os olhos azuis que tanto amava. - Eu te amo. - Mia disse no mesmo tom de Bergmann, a fala baixa, os sorrisos, as mãos se tocando, elas tinham um próprio mundo.

- Meu pai disse que leu sua reportagem sobre mim. - Julia disse sorrindo e Mia sentiu um nervosismo a atingindo, o medo de seu sogro não gostar de seu trabalho.

- E o que ele achou?

- Ótima, disse que gostou muito de se sentir perto da filha dele, ele tem sorte de ter um nora tão talentosa.

- Para de ser puxa saco, Julia.

- Foi ele quem disse. - Julia disse deixando um beijo na bochecha da mais alta. - Lukas disse pra você fazer uma com ele, mas nem pense em se apaixonar dessa vez.

- Nunca, ruiva meu coração é seu, pra sempre seu.

—

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora