2.7

807 107 8
                                    

O sentimento de paz invadiu Mia da mesma forma que o sol invadia o quarto. A garota, que se importava de estar em total escuridão para dormir, se levantou e fechou cortina, seu olhar passou pelo espelho rapidamente e permitiu encontrar as marcas que Júlia havia deixado em seu corpo, era a primeira vez que Mia não havia intervido, ela não precisa se preocupar, havia frio demais fora daquele ambiente, nunca que isso iria aparecer.

- Gatinha. - A voz manhosa da ruiva foi ouvida e Mia virou para a cama. - Cadê você? - A garota ainda tinha os olhos fechados e estava passando o braço por toda a cama. Mia caminho de volta ao seu lugar e se deitou, deixando beijos por todo o rosto da jogadora.

- Estou aqui. - Ela disse baixinho e pode sentir um suspiro de alívio ao se encaixar novamente nos braços da garota. - Fui fechar a janela, Linda.

- Você não pode fugir de mim. - Júlia disse e se aninhou no corpo da jornalista que riu olhando para as pintinhas espalhadas pelo rosto da alemã.

- Ei, eu não vou fugir de você. - Mia disse e deixou um beijo no nariz da garota, que em seguida fez um bico com os lábios indicando onde o próximo beijo deveria ser dado. - Eu te amo, Juju.

- Eu te amo, Miau. - Júlia disse deixando uma leve mordida na bochecha de Mia. A ruiva ainda tinha os olhos fechados, mas sentia os dedos da garota ao seu lado contornando todo seu rosto, ela adorava essa sensação.

- Um dia, se eu conhecer seus pais, vou precisar perguntar como eles conseguiram fazer algo tão perfeito. - Mia disse baixinho e viu os olhos claros tomarem conta de sua visão.

- Você vai conhecer meus pais, Mia. - Júlia disse e tocou a ponta de seu nariz no pescoço da mais velha.- Eu achei que você imaginasse isso. - Júlia disse em um tom um pouco triste, Mia a abraçou contra si e deixou com que seu olhar se fixasse no teto.

- Tenho medo dos meus pensamentos, Meu amor. - Mia admitiu e fez a ruiva a olhar com curiosidade. - Eu não quero que eles causem algo ruim entre nós, não quero parecer acelerada ou atrasada, eu quero ser boa pra você.

- Mia, você é perfeita pra mim do jeito que você é, da maneira com que pensa, não importa nada, eu te amo, você se lembra? - Júlia fazia carinho no rosto da mais velha que concordou enquanto encarava os olhos claros de Bergmann.

- Você é um anjo. - Mia disse e logo após roubou um selinho da garota. - Apesar de tudo, sabe? De ainda me cobrar muito sobre nós, eu me sinto tão livre, tão leve, eu nunca consegui ser assim com alguém. - Mia disse e Júlia a olhou curiosa.

- Você foi noiva. - A ruiva disse buscando uma explicação.

- Um anel no dedo não significa muito, ruivinha. - Mia disse fazendo carinho nos fios do cabelo da maior. - Você faz com que qualquer assunto seja assunto, faz com que eu me sinta importante, desejada e ouvida. - Mia disse sorrindo de leve. - Eu deveria te agradecer tanto por tudo, desde o começo, você sempre foi especial comigo.

- Talvez por causa de você ter sido especial comigo. - Júlia disse e deixou um beijo na bochecha da morena. - Quando eu descobri que só você estava fazendo daquele jeito, que só você realmente conheceu a atleta que trabalharia para pode escrever, que só você fez questão de me admirar para passar a admiração ao público, eu soube que você era especial. - Júlia admitiu enquanto via os olhos de Mia brilharem em meio ao quarto escuro. - Foi estranho, mas era como se todo mundo soubesse que teríamos algo, as meninas nome zoaram assim que disse seu nome, meu coração acelerou assim que te viu e minha mente só ficou em você por muito tempo.

- Caralho, eu te amo tanto. - Mia disse abraçando fortemente a atleta a sua frente e fazendo-a rir.

- Eu tenho uma coisa pra te contar. - Mia olhou curiosa pra garota que sorria envergonhada. - Eu contei de você pro meu irmão.

Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora